X-Men: Apocalipse – Os pontos positivos e negativos do filme!

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X-Men: Apocalipse – Os pontos positivos e negativos do filme!

Por Felipe de Lima

Possíveis (leves) SPOILERS do filme!

 

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Roteiro

X-Men: Apocalipse conta com uma equipe criativa familiar para os fãs da franquia. Simon Kinberg, Dan Harris, Michael Dougherty e o próprio Bryan Singer começaram a desenvolver a história em 2013, pouco antes de o filme ser oficialmente anunciado.

O problema é que há pouca criatividade na produção, enquanto os personagens são bem desenvolvidos e representam as melhores versões de si mesmos – mérito de Dan Harris e Michael Dougherty -, os vícios de Kinberg se tornam evidentes no decorrer da trama, onde há uma inversão dos elementos prioritários da história.

O roteiro se mostra incompetente ao investir em momentos onde a necessidade de escrever um ator para determinado papel passa a ser mais importante do que criar uma boa ligação com a trama principal.

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Direção

Se nos início dos anos 2000 Bryan Singer se tornou referencia em filmes de super-heróis, 16 anos depois a franquia começa a mostrar graves sinais de cansaço pela falta de manutenção do homem por trás das câmeras.

Enquanto a direção de X-Men: Dias de um Futuro Esquecido bebe muito do legado de Matthew Vaughn com X-Men: Primeira Classe, Singer opta por um trabalho onde ignora todas as características de seu antecessor, e faz um filme completamente seu. A grande maioria das cenas são bem executadas, com destaque para todas as sequencias que envolvem Mercúrio, Ciclope e Jean Grey, seja nas cenas individuais ou em conjunto – Duvido que algum outro diretor conseguiria fazer as novas cenas do Mercúrio serem melhores do que aquela do filme anterior.

Contudo, a megalomania da produção gera uma necessidade de que tudo seja grandioso demais, e a falta de equilibro entre a ficção e o real incomoda em diversos momentos. Não me refiro ao realismo exacerbado dos filmes do Nolan, por exemplo, mas sim a algo mais pé no chão e menos fantasioso.

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Localização

Se tem algo onde essa nova etapa da franquia X-Men acerta é em sua localização temporal. A década de 1980 se torna um palco para tudo que há de bom nos quadrinhos da equipe de mutantes possa ser explorado.

O ano de 1983 permite que sejam apresentadas versões fidelíssimas de alguns personagens, enquanto outros passar por reformulações necessárias para se encaixarem na trama.

Não há nada fora do lugar, as referencias saltam da tela e a arquitetura dos ambientes de locações são de uma competência fabulosa. Isso não apenas na América oitentista, mas também no Egito em todas as épocas apresentadas no filme.

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Instituto Xavier Para Jovens Superdotados

A escola que tanto vimos nos três primeiros filmes dos X-Men está de volta. No entanto, desta vez ela se torna um personagem, a mansão que serve de abrigo para dezenas de mutantes parece viva e nos deixa com vontade de ver mais da interação dos personagens dentro daquele lugar.

O instituto é tão instigante que se o filme se passasse apenas naquele local, talvez, se tornasse mais interessante aos olhos de vários espectadores. A partir de agora, torço por um filme onde eu possa ver essa molecada estudando e interagindo. Se o Homem-Aranha da Marvel Studios vai trazer essa vibe de John Hughes, talvez seja a hora de X-Men seguir por um caminho parecido e ser mais Clube dos Cinco e menos Independence Day.

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Mentores

X-Men: Apocalipse é competente em fechar o ciclo iniciado em X-Men: Primeira Classe. Mesmo não sendo uma sequencia direta, é chegada a hora de dar um fim e um recomeço para as jornadas de Erik, Charles e Raven.

Magneto protagoniza uma das cenas mais impactantes do longa, enquanto o Professor X aceita sua missão como pedagogo e a Mística luta pela liberdade dos mutantes. O problema é que nos já vimos isso nos últimos cinco anos de filmes dos X-Men, e há uma falta do fator novidade quanto se trata do trio.

Contudo, Michael Fassbender, James McAvoy e Jennifer Lawrence entregam grandes performances, o que poderia ser mais bem aproveitado caso o roteiro não fosse tão previsível.

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Recrutas

A maior virtude de X-Men: Apocalipse está na molecada. Todos os momentos onde eles estão juntos fazem um filme dos X-Men de verdade. A gente vê pouco da relação entre eles, mas existe uma química inexplicável entre Scott, Jean e Noturno que é obrigação ser explorada em uma sequencia.

Quanto a Tempestade, ela não tem grande importância no desenvolvimento da trama, mas a versão de Alexandra Shipp é muito mais fiel do que a de Halle Berry, e isso inclui um sotaque africano bem empregado uma disposição visceral pela personagem.

Os quatro atores entregam a melhor versão dos personagens em tela. Você quer um Ciclope ativo? Tem. Quer uma Jean imponente? Tem. Uma Tempestade poderosa? Tem. Um Noturno ingênuo e engraçadão? Tem.

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Mercúrio

Quem mais brilha no filme, novamente, é o Mercúrio, que já havia roubado o filme para si na sua primeira aparição em Dias de um Futuro Esquecido.

As cenas do personagem são muito bem executadas, e a gente aprende um pouco mais sobre a sua vida, seu papel no mundo, e busca por seu pai biológico. O Mercúrio não precisa de um grande desenvolvimento, e o personagem se encaixa muito bem na trama, todas as vezes que ele aparece é de encher os olhos.

Aliás, as duas cenas protagonizadas por ele são incríveis. Sim, são DUAS.

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Apocalipse

O grande vilão do filme começa bem, sua cena introdutória é fantástica em todos os sentidos da palavra. O visual não incomoda e a escolha da voz é algo único no cinema. No entanto, novamente, a megalomania do filme se mostra um problema. O plano vai perdendo o sentido e o Apocalipse vai ficando apagado.

Ele é imponente, não é um vilão ruim, talvez o melhor deste ano, mas conforme a trama se estende o grande plano arquitetado por En Sabah Nur vai sendo “emburrecido”, principalmente no que se refere às funções dos Cavaleiros, que são apenas cameos luxuosos.

Quando o Apocalipse finalmente tem seu levante, o roteiro corre pra uma solução rápida, e o potencial acaba sendo desperdiçado.

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Humor

X-Men: Apocalipse demora um pouco pra engrenar, mas quando acontece se torna um dos filmes de super-heróis mais divertidos de todos os tempos, há poucos momentos onde o humor é forçado, num geral, as cenas cômicas são bem balanceadas. Somente em uma cena o tom cômico afeta o tom dramático e aí a gente passa por uma sequencia de incertezas, que logo é corrigida.

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Mas e aí?

Em resumo, X-Men: Apocalipse sofre com um roteiro pouco arriscado, que novamente insiste em se conectar com a história dos filmes da trilogia original, e não acaba por não trazer muitas novidades. No entanto, o longa está longe de ser ruim, tendo cenas de ação incríveis e momentos extremamente divertidos.

O que faz com que X-Men: Apocalipse não seja um filme medíocre de super-heróis é justamente a transição de elementos dos quadrinhos oitentistas para as telonas, onde a grandiosa franquia encontra nos novatos o futuro ideal.

X-Men: Apocalipse estreia amanhã em diversas salas de cinema no Brasil!