História? Coesão? Roteiro? Para que isso quando você tem zumbis, não é mesmo?

Está certo que o quadrinhos original de Zumbis Marvel não é lá essa maravilha narrativa, mas o episódio da série consegue ser tão ruim que chega a ser ofensivo.

Enquanto ele até começa de uma forma boa e interessante, principalmente ao mostrar interações entre personagens que quase nunca vimos juntos no MCU, como o Homem-Aranha e a Vespa, Bucky e Happy, ou Okoye no meio de toda a bagunça; de sua metade para o final ele desanda feio.

Toda a explicação com Visão e a Feiticeira Escarlate é algo de dar calafrios para qualquer pessoa que saiba como escrever um diálogo e personagens que tenham um pouco mais de profundidade que uma xícara de chá, sem falar que a solução envolvendo o Visão e como ele aceitou facilmente que suas ações eram erradas é risível e incoerente.

Um dos piores episódios da primeira temporada de What If mostra o que poderia ter acontecido caso Odin não adotasse Loki e, dessa forma, Thor se tornasse um filho único.

O episódio aposta forte no humor, trazendo um Thor mimado e que não liga para as consequências. Mas por que o episódio foi tão ruim? Além de trazer versões bem ruins de Thor, Jane Foster e até mesmo de Darcy, a história parece completamente deslocada no meio da temporada, cheia de tramas mais densas e interessantes.

Contudo, o capítulo possui alguns momentos bons, principalmente ao mostrar a Capitã Marvel como uma figura extremamente poderosa, em uma luta incrível contra o Thor.

O primeiro episódio da série também é um de seus mais fracos. Mesmo apresentando a carismática Capitã Carter, que junto do T'Challa Senhor das Estrelas e o Vigia, se tornou um dos personagens-símbolo da animação, o episódio peca em, já no começo definir o tom de várias das histórias abordadas: "Vai ser diferente, mas nem tanto assim".

O maior problema aqui é que o episódio é apenas um repeteco em 20 minutos de Capitão América: O Primeiro Vingador e que quando começa a mostrar coisas diferentes e interessantes, acaba.

Além disso, a trama poderia ter se aprofundado muito mais nas questões de gênero, identidade e guerra, mas no fim acaba sendo só mais do mesmo.

O sexto episódio da série não chega a ser ruim... Ele é apenas imemorável e não tem nenhum apelo além de mostrar como poderia ter sido o MCU caso Killmonger tivesse aparecido no inicio desse universo.

O carisma do personagem e de Michael B Jordan ajudam, mas no fim o vilão apenas cai no esquecimento do público e provavelmente não teria sido lembrado caso não retornasse no último episódio.

Ainda assim, o capítulo possui bons momentos, principalmente na relação entre Erik e Tony Stark, que aqui aparece como uma versão bem mais mesquinha e diferente da que conhecemos no MCU, tornando o personagem quase que em um vilão, que abraça o lado armamentista de sua empresa.

O último episódio da série não é ruim, mas também não chega a ser dos bons e deixa um final bem agridoce para quem acompanhou a jornada do Vigia durante as semanas.

O maior problema é que a série, que poderia trazer algo diferente, faz exatamente aquilo que todo mundo já esperava, unindo os principais personagens das histórias contadas até então para lutar contra o poderoso Ultron com as Joias do Infinito. Tudo isso porque como é o MCU, existe a necessidade de fazer com que tudo sempre seja conectado.

Outro ponto negativo é como tudo é muito corrido e tirando um ou outro personagem, você não se importa realmente com eles e sua missão. Sem falar que em nenhum momento você sente o peso de O Vigia ter que quebrar seu juramento. Talvez se esse tivesse sido o final da segunda temporada, tivesse dado mais certo...

Já no episódio anterior à final temos uma trama bem mais concisa. Aqui vemos principalmente o terror do Vigia quando o narrador passa a ser parte da história e ele deve lutar contra o Ultron.

Paralelamente, temos a trama de Natasha e Clint que, mesmo com pouco tempo, acerta em trazer personagens próximos aos que conhecemos para que já exista uma identificação e não seja necessário você se afeiçoar por eles novamente.

Em uma situação completamente desesperadora, eles são a última esperança da humanidade e a jornada dos personagens, principalmente o sacrifício de Clint, não parece ficar solta na história quando comparado à luta entre Ultron e o Vigia.

E dando inicio ao "Top 3", temos o segundo episódio da série, que apresenta uma realidade na qual T'Challa foi sequestrado pelos Saqueadores e se tornou o Senhor das Estrelas no lugar de Peter Quill.

Além de se tornar um dos personagens mais carismáticos apresentados na série, essa versão de T'Challa é acompanhada por uma história muito divertida, inspirada em "filmes de assalto" e com ótimas participações - o destaque aqui fica para a Nebulosa, que surge como uma versão alternativa incrível da personagem que já conhecemos.

No fim, o episódio se destaca também ao conseguir divertir bastante o espectador, ao mesmo tempo em que traz uma história diferente com personagens convincentes, mesmo com um ou outro defeito (Thanos muda de ideia após uma conversa... Sério?!). No fim, o que temos aqui é uma história cheia de coração.

O terceiro episódio da série traz uma proposta bem interessante e que faz o inverso de apenas criar versões diferentes dos personagens que já conhecemos. Na história, que é um "mistério de assassinato" no melhor estilo Agatha Christie, acompanhamos versões já conhecidas de Nick Fury e da Viúva Negra, mas em uma situação inesperada.

O episódio mostra o que aconteceria caso alguns dos principais heróis da Marvel, o Homem de Ferro, Hulk e Thor, morressem durante os eventos da "Grande Semana de Fury", dando ao espectador tanto algo conhecido, quanto novidades, além de trazer uma história bastante intrigante que te deixa tentando adivinhar quem é o assassino por um bom tempo (até o momento em que Natasha revela tudo e você começa a ligar os pontos).

Além disso, temos uma invasão de Loki e os asgardianos na Terra, que apenas complica a vida de Fury, que se destaca como um co-protagonista muito interessante no episódio, enfrentando as adversidades e conseguindo sempre estar um passo a frente.

O episódio também é excelente em aproveitar ao máximo a proposta da animação, pegando um elemento mais do que já conhecido (o recrutamento dos Vingadores) e dando uma grande reviravolta a esse evento.

E aqui temos aquele que, certamente, é o melhor episódio de What If...?. O quarto capítulo da série traz uma história bastante trágica, bela e cheia de momentos de partir o coração, ainda assim, é um episódio muito belo e que tocou boa parte dos espectadores.

Ele se destaca justamente por, diferente dos outros episódios, trazer uma abordagem bem mais séria, além de pegar o Doutor Estranho e transformar ele em um personagem muito compreensível e humano, mesmo com seu gigantesco poder.

A jornada de Strange e como ele conscientemente vai se tornando uma versão bastante vilanesca de si mesmo é excelente de se acompanhar e traz uma mudança bem interessante para o herói e sua história no MCU. O episódio também ganha muitos pontos por dar a Christine uma importância que a personagem nem passou perto de ter no primeiro filme do herói.

No fim, "O Que Aconteceria Se… o Doutor Estranho Perdesse seu Coração em Vez de suas Mãos?" é um daqueles episódios que tocam bastante o espectador e que oferecem uma narrativa focada exclusivamente no desenvolvimento de personagem. Você acompanha este Strange em todos os passos do caminho e consegue sentir sua dor, seu desespero e, principalmente, sua humanidade.

Mesmo a animação como um todo tendo sido bastante divisiva entre a crítica e os fãs, a qualidade desse episódio é inegável.