Enquanto os primeiros episódios nos oferecem um ponto de partida nessa "realidade perfeita" de Wanda Maximoff, é só lá pelo quarto capítulo que começamos a ter uma noção exata do que está acontecendo em Westview. O episódio se propõe a explorar um trio improvável: Monica Rambeau, Jimmy Woo e Darcy Lewis. E é justamente de Monica que falamos aqui.

Um dos melhores momentos da série é o começo do quarto episódio, onde vemos um pouco do passado de Monica. Aqui, acompanhamos a agente a partir do momento em que ela "volta à vida" durante os eventos retratados em Vingadores: Ultimato. É uma cena muito bonita e tocante, que nos faz sentir pena por Monica, já que ela descobre sobre a morte de sua mãe.

No terceiro episódio, vemos que Wanda Maximoff acaba "expulsando" Monica Rambeau de Westview, mas é apenas no quarto episódio que sabemos exatamente o que aconteceu e como aconteceu. Logo depois de Monica (aqui disfarçada como Geraldine) falar sobre Pietro e sobre a morte do velocista nas mãos de Ultron, Wanda muda de postura.

Se, até então, ela parecia nutrir uma forte amizade com a "vizinha", aqui ela percebe que Monica pode ser uma ameaça à sua realidade e à sua vida. Por isso, ela simplesmente usa seus poderes telecinéticos para atirar Monica para fora de Westview, logo depois fingindo que não aconteceu nada quando o Visão entra em casa e percebe que Geraldine não está mais lá...

O quinto episódio já começa a nos mostrar um pouco das rupturas surgindo no relacionamento de Wanda Maximoff e do Visão. Tudo isso já seria pano para manga para várias discussões e debates ao longo da série, mas as coisas tomam um rumo vertiginoso quando o casal recebe uma visita bem inesperada: Pietro Maximoff, o falecido irmão de Wanda.

Claro que, com o episódio final, descobrimos que aquela versão não era bem o Pietro. Contudo, quando o episódio foi ao ar, muitos fãs surtaram, ainda mais pela possibilidade de um crossover do Multiverso que contasse com a participação de Evan Peters no papel do Mercúrio. Toda a entrada do personagem nesse episódio foi motivo de discussão por dias.

No sétimo episódio, Monica Rambeau tenta atravessar o "Hex" (como é denominado o "domo" que cobria Westview) outra vez, sem saber que sua vida seria definitivamente alterada depois disso. No episódio, ela tenta usar um veículo especial para atravessar a barreira, mas quando ele é destruído, a agente percebe que precisará fazer tudo sozinha, sem ajuda e proteção.

É aí que temos uma das cenas mais bonitas, visualmente falando, da série. Na hora que vemos Monica caminhando através do Hex, sua estrutura celular é alterada e ela começa a ouvir vozes de seu passado (Maria Rambeau, Nick Fury e Carol Danvers). Quando ela chega ao outro lado, percebe que já ganhou poderes, que nem sequer foram totalmente explorados ainda.

Outro momento de final de episódio que deixou todos em polvorosa foi o que aconteceu no sétimo capítulo, onde finalmente temos a revelação de quem seria o principal antagonista da série. E como a própria música já diz: "Foi a Agatha e mais ninguém". É aqui que descobrimos que a vizinha enxerida Agnes era, na verdade, a bruxa Agatha Harkness.

Essa revelação é fantástica por diversos motivos, desde a virada brusca na atuação de Kathryn Hahn (que estava sensacional na série) até a cena musical que nos mostra como Agatha manipulou vários momentos e até mesmo pessoas em Westview, apenas para bagunçar um pouco com a mente de Wanda Maximoff. O destaque da cena é sua fantástica canção.

O oitavo episódio é considerado por muitos fãs (eu incluso) como o melhor da série, por ser um mergulho nas memórias e traumas de Wanda. É difícil escolher uma ou duas cenas quando um capítulo é tão forte e consistente por inteiro, mas duas sequências merecem menção. A primeira é um flashback entre Vingadores: Era de Ultron e Capitão América: Guerra Civil.

Na cena, vemos Wanda Maximoff em seu quarto no QG dos Vingadores logo após a morte de seu irmão, quando o Visão aparece para consolá-la. Os dois trocam algumas palavras, mas a frase que marcou o público foi proferida pelo sintozoide: "Mas o que é o luto, se não o amor que perdura?" Profundo, não é mesmo?

Outro momento deveras marcante do oitavo episódio é uma das últimas lembranças que Wanda Maximoff e Agatha Harkness revisitam. Nela, vemos Wanda invadindo a base da S.W.O.R.D. para recuperar o "corpo" do Visão, que havia sido desmontado e estava sendo estudado. A cena surpreende ao mostrar que Wanda não deu continuidade ao seu plano.

É um momento trágico e até bonito, onde Wanda se confronta sobre a inevitabilidade de sua dor. Porém, tudo isso serve como o gatilho para que ela crie o Hex, ao visitar o lugar onde os dois iriam morar juntos antes da morte abrupta do Visão. Toda essa sequência diz muito a respeito da jornada da Feiticeira Escarlate.

O nono episódio veio com muitas responsabilidades nas costas (várias delas inclusive injustas, frutos de teorias megalomaníacas criadas pelos fãs). E, na medida do possível, foi um episódio bem satisfatório para concluir a jornada da Feiticeira Escarlate. Uma cena em particular diz respeito ao Visão, que parte para confrontar sua contraparte "maligna", o Visão Branco.

E embora os momentos de luta e pancadaria entre os dois já tivessem sido muito bons, o destaque vai para a sequência onde ambos param de trocar socos e começam a discutir toda a sua existência de um ponto de vista mais filosófico, usando o Paradoxo do Navio de Teseu como argumento central. É uma cena simples e que explora toda a complexidade do Visão.

Após muita expectativa, Wanda Maximoff ganhou um traje mais fiel aos quadrinhos no último episódio de WandaVision, com direito à icônica tiara que os fãs pedem há anos. Porém, não foi apenas a mudança de visual que fez essa cena ser tão boa, mas sim a própria narrativa de Wanda, que aceita seu posto como a Feiticeira Escarlate.

De muitas formas, a série parece ser uma nova história de origem para a protagonista e esse momento em especial é a culminação de tudo isso, conforme ela começa a usar magia pura (até mesmo criando runas) para contra-atacar Agatha Harkness. É lindo ver a personagem aceitando o poder contido nela e libertando toda sua energia contra a vilã.

E se os fãs ficaram em êxtase com a transformação de Wanda, o que veio a seguir fez muitos verterem lágrimas. Após derrotar Agatha Harkness, a heroína se prepara para um último momento de felicidade com Visão e seus filhos, enquanto o Hex é lentamente diminuído. Aqui, Elizabeth Olsen dá uma de suas melhores interpretações da heroína.

Após colocar as crianças para dormir, o casal tem uma última conversa antes do fim. É um momento muito tocante, no qual o Visão questiona mais sobre sua identidade e sobre o papel de Wanda em sua vida. Para ela, é o fim de um ciclo, de todas as fases do luto que agora são resolvidas na aceitação. Finalmente, Wanda consegue superar essa perda.

Para fechar, temos a última cena pós-créditos do nono episódio, que abre as possibilidades mais sombrias para o futuro da Feiticeira Escarlate. Na cena em questão, vemos que a heroína está vivendo isolada em um casebre ao pé de uma montanha. Enquanto ela vive sua vida normalmente, sua projeção astral está lendo o Darkhold, o livro maldito que pertencia a Agatha.

Quem conhece a história do Darkhold (ou Tomo Negro) nos quadrinhos sabe que coisa boa não vem aí. O livro é um poderoso grimório de magia sombria que contém trechos amaldiçoados e assustadores. Quem o lê quase sempre é corrompido. Por isso, a cena é perfeita para criar uma expectativa para a volta de Wanda em Doutor Estranho no Multiverso da Loucura.