Conhecido como "Livro dos Pecados" e também "Livro dos Malditos", o Darkhold (ou Tomo Negro, como já foi traduzido em algumas HQs brasileiras) é um poderoso grimório, ou seja, um livro de feitiços, maldições e outras informações sobrenaturais. Esse livro é considerado um mito por muitos, já que quase sempre está escondido e longe do alcance público.

Vários seres poderosos já tomaram conta do Darkhold nos quadrinhos. Em um arco do Doutor Estranho, o Drácula chegou a conquistar o livro, em busca de um feitiço que pudesse lhe trazer a predominância dos vampiros. Outros usuários notórios são o Mephisto e o próprio Doutor Estranho, embora este tenha muito cuidado ao abrir as páginas profanas.

O Darkhold foi um livro escrito quando a história humana sequer era registrada. O responsável por escrevê-lo foi o Deus Ancestral Chthon, que em certo momento de sua vida chegou a dominar a Terra como o Deus do Caos, antes de ser preso pelo Mago Supremo de sua época, sendo trancado dentro do Monte Wundagore, na Trânsia.

Chthon criou um livro com todos os seus feitiços e ensinamentos, para que pudesse dar continuidade às suas maquinações, mesmo caso fosse derrotado. Originalmente, ele escreveu o livro em carne humana, antes de ser passado para rolos de pergaminho. Eventualmente, esses rolos foram reescritos em um livro, o Tomo Negro.

Como dito anteriormente, o livro é repleto de informações a respeito dos feitiços, magias e maldições criados e usados por Chthon. Isso inclui muita coisa bizarra e perigosa, embora a maior parte do livro nunca tenha sido revelada, já que sempre aparece como um artefato misterioso e sinistro, que pouquíssimos magos tinham coragem de ler.

Ainda assim, algumas coisas que podem ser encontradas no livro: a "fórmula" usada para criar vampiros, múmias e licantropos; formas de acessar o Limbo; formas de conjurar a Darkforce, uma energia saída da Dimensão Sombria; um feitiço capaz de acabar com todos os vampiros da Terra; formas de controlar mentes; e feitiços de invocação para Chthon e outros deuses macabros.

Em tese, literalmente qualquer pessoa é capaz de ler o Darkhold. Isso porque o livro possui um feitiço poderoso aplicado em suas páginas, de modo que ele adota uma linguagem universal. Em outras palavras, se você abrir o livro, ele irá adotar o seu idioma, para que você possa lê-lo e compreendê-lo sem precisar decifrá-lo.

Isso faz com que o livro seja muito sedutor para vilões e criaturas que desejam o poder máximo. Um exemplo disso foi o próprio Carnificina, que já chegou a usar o Darkhold em algumas histórias. Outro atrativo do livro é a forma pela qual ele mescla magia e ciência, criando tecnologias mágicas bem poderosas.

Porém, toda forma de magia tem um preço e com o Darkhold não seria nem um pouco diferente. O livro basicamente serve como um "portal" para a alma de Chthon. Embora o Deus Ancestral tenha sido selado no Monte Wundagore, ele ainda pode usar sua influência para possuir corpos de quem acessa seu tomo maldito.

E é por isso que, para entrar em contato com o Darkhold, o leitor precisa ser iniciado e muito bem treinado nas técnicas de magia, para manter todas as proteções necessárias contra o Deus do Caos. Em mais de uma ocasião, usuários bem-intencionados do livro acabaram sendo corrompidos, virando vilões devido à influência nefasta de Chthon.

Sim. O livro já foi adaptado para outras mídias de formas bem distintas. A primeira vez em que ele apareceu em uma série de TV foi na quarta temporada de Agentes da S.H.I.E.L.D., sendo utilizado originalmente por Eli Morrow (o tio de Robbie Reyes, o Motoqueiro Fantasma). Posteriormente, o livro cai nas mãos de AIDA, a principal vilã da temporada.

AIDA usa os conhecimentos escritos do livro para criar um novo Framework, uma realidade artificial para onde ela pode enviar a mente de suas "vítimas". Ela também tenta usar o livro para criar um corpo orgânico e superpoderoso para si própria. Quando ela é derrotada, o Motoqueiro Fantasma pega o livro e decide escondê-lo em outra dimensão.

Sim, o livro também apareceu na série. Pelo visto, Robbie Reyes não escondeu bem o livro, já que ele ressurge em Fugitivos, a série da Marvel e da Hulu. Visualmente, trata-se do mesmo objeto, mas não há referências diretas ao que aconteceu em Agentes da S.H.I.E.L.D.. Aqui, o livro surge nas mãos de Morgana Le Fay, uma poderosa feiticeira que escapou da Dimensão Sombria.

Morgana consegue roubar o livro e usá-lo para influenciar a tecnologia da Terra, de modo a criar um exército de "seguidores". Eventualmente, o livro cai nas mãos dos heróis, que conseguem utilizá-lo para fazer um ritual de banimento contra Morgana Le Fay. Nisso, o destino do livro havia ficado bem em aberto.

Agora, em WandaVision, temos o retorno do artefato. Dessa vez, o livro pertence a Agatha Harkness e é mantido escondido na parte "secreta" de sua casa, para onde Wanda Maximoff vai ao final do sétimo episódio. O livro contém muitas informações sobre magia e ainda possui um capítulo todo dedicado à Feiticeira Escarlate e seu papel para trazer o fim do mundo.

Seja por sua aparência ou até mesmo pela forma como apenas "surge" nas mãos de Agatha, sem muita explicação prévia, muitos fãs acreditam que esse Darkhold não é o mesmo visto em Agentes da S.H.I.E.L.D. e Fugitivos, uma teoria que comprova ainda mais que as séries anteriores produzidas pela Marvel Television não fazem parte do Universo Cinematográfico da Marvel.