Você já conhece o universo super-heroico do criador de Game of Thrones?
Você já conhece o universo super-heroico do criador de Game of Thrones?
Quem você seria: um Ás, um Coringa ou um Dois de Paus? Muita gente não sabe, mas antes de embarcar nas aventuras de Westeros e da Baía dos Dragões, George R. R. Martin – e uma lista enorme de autores – construiu um universo super-heróico incrível no mundo dos livros: Wild Cards.
Em um formato bem singular, com personagens, histórias, origens e superpoderes tão legais quanto os dos quadrinhos, estamos aqui hoje para apresentar a série Wild Cards para vocês. Então eu te pergunto: Você já conhece o universo super-heróico do criador de Game of Thrones? Não? Pois chegou a hora!
Imagens: Divulgação
Cartas Selvagens
Mas e aí, como é esse mundo dos super-heróis nos livros? É uma história que funcionaria facilmente nos quadrinhos – e que possui várias, VÁRIAS, referências – mas seu diferencial é exatamente estar em formato literário. Quantos livros sobre super-heróis você conhece, que não sejam adaptações de personagens das HQs?
Aqui, no pós-Segunda Guerra Mundial, a cidade de Nova York é atacada por uma arma biológica; um vírus alienígena que pode tanto dizimar uma população das formas mais terríveis possíveis, como também pode render poderes inimagináveis e transformações bizarras para um indivíduo.
O vírus se espalha pelo ar e toma o mundo e, então, uma raça de seres superpoderosos nasce.
Mosaico
O jeito singular do livro não para na história. Não, esse não é um livro solo do George R. R. Martin. Na verdade, Wild Cards, ao longo de seus VINTE E DOIS livros – dos anos 80 até agora – conta com uma produção em conjunto com outros autores, criando uma literatura mosaico.
No primeiro livro, as coisas funcionam de uma forma mais antológica, para apresentar alguns conceitos e personagens chave. Depois do segundo livro, as coisas seguem mais em conjunto e formam trilogias e grandes arcos, ainda seguindo a ideia de um capítulo/conto por autor.
Isso acontece porque, antes de tudo, Wild Cards era um RPG de mesa, com o plano de fundo montado pelo Martin, que acabou migrando para os livros.
Inumanidades
Como dito, a bomba explode e, além de matar muita gente, transforma uma minoria, dando os poderes mais variados possíveis. O vírus é chamado de Carta Selvagem, criado no planeta Takis, que é povoado por seres muito parecidos com os humanos.
Em uma sociedade lotada de conflitos e castas, os takisianos estão sempre criando novas armas para se defender das outras famílias. Para testar o vírus, eles escolhem a Terra, por conta da similaridade genética entre as raças.
O Carta Selvagem é ambíguo, porque não pode ser usado pelos takisianos em seus inimigos, pois pode fortalecer o outro lado, mas também não pode ser usado como benefício de seus próprios exércitos, porque pode acabar matando todo mundo.
Aliens, superpoderes e tudo que há de bom...
Wild Cards traz o melhor dos quadrinhos para os livros. São aliens, vilões cômicos, grandes tragédias, ícones, ameaças, super-heróis de todos os tipos, problemas políticos, problemas sociais e protagonistas cativantes.
Claro, como é uma história mosaico, você vai acabar se afeiçoando mais por um ou outro, como em um quadrinho normal. Mas é aí que está a graça: considerando todo o formato e conteúdo, é literalmente uma HQ em formato de livro.
O conto do Jetboy
Falando sobre a história em si, o ponto de partida de Wild Cards está com a chegada do alienígena Tachyon, que pretende impedir a explosão da bomba – e depois passa tratar os atingidos.
Porém, a parte heroica mesmo começa com “Trinta minutos sobre a Broadway: A Última Aventura do Jetboy”, onde conhecemos o primeiro herói da história – sem poderes – Robert Tomlin, o Jetboy.
Ele é como se fosse o Capitão América de Wild Cards; um jovem soldado, herói de guerra, prodígio da aviação, que conquistou vitórias formidáveis em batalha. Quando a ameaça surge, ele é quem chega até a bomba e impede que ela cause um estrago maior. Depois disso, o Jetboy se torna um ícone para todos os outros que vão aparecendo.
Inclusive, ele tem sua própria marca de quadrinhos na trama.
Um Ás, um Dois de Paus e um Coringa entram em um bar e...
Explicando o vírus Carta Selvagem, se ele não te matou, ele pode te dar 3 tipos de habilidades:
Coringa: a pior das três. É uma mutação, geralmente física, que dá características animalescas ou deformações bizarras para os atingidos. Os Coringas constituem a maior parte da população afetada pelo vírus.
Dois de Paus: São aquelas pessoas que ganharam poderes, sem deformações, mas que são coisas inúteis – pelo menos do sentido heroico/militar da coisa.
Ás: A minoria dos atingidos. São aqueles que desenvolveram as habilidades mais formidáveis, desde super-força, até telepatia, telecinése e voo. São a parte heroica mais “tradicional”.
Quarteto
Depois de muita explicação, é legal apresentar a primeira equipe heroica do livro. Formado um tanto à parte do governo americano, os “Exóticos pela Democracia", também conhecidos como “Os Quatro Ases” surgiram nos primeiros anos do vírus e interviram em vários assuntos globais a mando dos EUA.
Para não dar spoiler, vamos apenas dar um pequeno resumo sobre eles. O primeiro apresentado é o Garoto Dourado, Jack Braun, que possui super-força e uma barreira de força que o deixa impenetrável. Depois temos o Águia Negra, Earl Sanderson, com poderes de voo – o primeiro super-herói negro dos EUA.
Completando, ainda tem o mais misterioso deles, David Harstein, o Embaixador, com habilidades sobre feromônios e sugestões, e Blythe van Renssaeler, a Especialista, que pode absorver personalidades e memórias.
O Grande e Poderoso Tartaruga
Entre os heróis que vão sendo apresentados, tem um em especial que chama atenção. No capítulo de George R. R. Martin do primeiro livro, “O Jogo da Carapaça”, conhecemos Thomas Tudbury, o Tartaruga. Ou “O Grande e Poderoso Tartaruga”.
Ele possui as habilidades telecinéticas mais poderosas de todos os Ases que surgiram – e, segundo o livro, telecinése era algo muito comum. Com a ajuda de seu melhor amigo, ele cria uma carapaça blindada para se proteger, que lembra o casco de uma tartaruga, com um sistema de vídeo para enxergar o mundo lá fora.
Assim, dentro do escudo, ele sobrevoa Nova York, no melhor estilo Homem-Aranha atrapalhado de ser, combatendo o crime.
O Dorminhoco
Outro personagem que vale a pena comentar é Croyd Crenson, o Dorminhoco. Ele é o primeiro atingido que conhecemos, quando seu capítulo se passa durante a explosão da bomba e seu poder é um dos mais legais e peculiares dos apresentados.
Na verdade, ele não possui poderes fixos. O vírus age de uma forma diferente com o Croyd, o fazendo dormir por longas temporadas e, quando acorda, seu corpo, sua aparência e seus poderes mudaram.
Ele pode ser um Ás, um Dois de Paus ou um Coringa, tudo depende do que o vírus lhe reservou. Mais legal ainda é que, mesmo que não apareça no capítulo, algumas pistas vão sendo deixadas de que ele está por perto.
Cartas na TV
E o melhor é que a saga será adaptada para TV! A Universal comprou os direitos de produção e em breve devemos ter mais detalhes sobre o projeto.
Porém, por conta de suas ligações com Game of Thrones e a HBO, Martin não estará envolvido, com a co-criadora da história, Melinda M. Snodgrass, servindo como produtora.