A regra de "não matar" do Batman surgiu bem depois de sua criação. Em seus primeiros anos de atividade, o Cavaleiro das Trevas não via problema algum em exterminar suas vítimas e um bom exemplo disso acontece em sua primeira aparição nas HQs, em Detective Comics #27, de 1939.

Na revista, o herói precisa investigar uma série de assassinatos envolvendo donos de uma empresa. Ao confrontar um dos assassinos, o Cruzado de Gotham City o joga em um tonel de ácido, dando um "fim à altura" para o bandido (palavras do próprio Batman, não minhas...).

Poucas edições depois, em Detective Comics #30, o Batman voltou a matar em uma das suas primeiras aventuras contra o super-vilão Doutor Morte. O inimigo tinha o costume de ameaçar pessoas ricas em troca de dinheiro e na história em questão, ele convoca um novo lacaio.

O capanga, chamado Mikhail (que também atendia pelo nome de Cossaco) acaba tendo uma luta com o Cavaleiro das Trevas, mas é distraído pelo vigilante, que o faz olhar pela janela. Quando está desavisado, Mikhail recebe um chute no pescoço, que o mata na hora.

Como você pode ver, as primeiras histórias do herói eram palco para mortes brutais e assassinatos a sangue frio por parte do Cavaleiro das Trevas. Outra que se destaca é a história presente em Batman #1, onde vemos o herói enfrentando vários experimentos criados pelo louco Hugo Strange.

Na revista, o Batman enfrenta vários desses "homens-gigante", inclusive deixando alguns deles se matarem entre si. No entanto, um dos gigantes tem uma morte bem emblemática, quando o Cruzado Encapuzado o enforca com seu gancho retrátil e o pendura no seu veículo aéreo, trazendo um agouro de morte sobre Gotham City.

Um dos arcos mais interessantes do Batman nos quadrinhos é As Dez Noites da Besta, quando o Cavaleiro das Trevas conhece e enfrenta o assassino soviético conhecido como KGBesta. A história mostra como o vilão é muito inteligente e letal, pronto para dizimar o herói em combate.

No entanto, o arco acaba de um modo sombrio e sinistro quando o Batman ilude seu oponente e o tranca em uma sala especial no esgoto, deixando-o para morrer de fome e sede. Em histórias posteriores, é revelado que o vilão teria fugido - mas na época do lançamento da revista, a morte foi vista como uma das mais brutais já realizadas pelo herói de Gotham.

Considerado um dos arcos mais violentos e adultos da DC Comics até hoje, Batman: O Messias traz vários momentos bem chocantes para o Cavaleiro das Trevas do início ao fim. Na saga, ele é sequestrado e sofre lavagem mental por um culto subterrâneo de moradores de rua.

Enquanto está sob o comando da seita, ele comete várias atrocidades e assassina dezenas de pessoas, provocando uma verdadeira chacina nos esgotos de Gotham City. Quando finalmente se liberta, ele também deixa o líder da seita, Deacon Backfire, ser assassinado, enquanto observa inerte.

Uma das sagas mais controversas da DC Comics, a Crise Final veio para encerrar a jornada de Darkseid no Universo DC antes do reboot dos Novos 52. No evento, vemos como o líder de Apokolips arma seu plano mais ousado, sendo capaz de finalmente conquistar a Equação Anti-Vida.

Na sexta edição da saga, o Batman descobre que o vilão possui uma fraqueza única: balas de Rádion, um elemento letal para os Novos Deuses. Ciente de que é a única forma de salvar o universo, ele fere Darkseid com uma bala, mas não antes de ser "morto" pelos Raios Ômega do vilão - na verdade, ele foi apenas transportado no tempo.

Um dos vilões mais peculiares do Cavaleiro das Trevas é o Lorde Homem-Morte. Ele é um criminoso com identidade secreta desconhecida, que é famoso por ter burlado a morte por dominar técnicas bem bizarras de ioga (sim, essa é sua história).

Em Corporação Batman, o Cavaleiro das Trevas percebe que não pode matar seu inimigo, então decide dar a ele um "destino pior que a morte". Para isso, ele o prende em um jato e o envia ao espaço, onde sufocaria pelo resto da eternidade. Não é bem um assassinato, mas consegue ser pior!

Quando conhecemos o universo de Ponto de Ignição, encontramos um novo Batman que é bem diferente do que conhecemos. Nessa realidade, Thomas Wayne assume o manto de Cavaleiro das Trevas depois que seu filho é morto no Beco do Crime, o que subverte toda a origem do herói.

O Thomas dessa realidade é violento e não vê problemas em matar seus inimigos. Um bom exemplo disso acontece quando ele mata o Flash-Reverso, um dos vilões mais recorrentes da saga, usando uma espada amazona para apunhalá-lo pelas costas. Uma morte simples e visceral.

Frank Miller foi autor de várias histórias consagradas do Homem-Morcego ao longo dos anos, revitalizando o personagem com seu Cavaleiro das Trevas. Contudo, ninguém perdoa o autor pelas bizarrices escritas no odiado arco Grandes Astros: Batman & Robin.

Uma cena que é motivo de controvérsias até hoje envolve o momento em que o Batman usa um coquetel molotov para incendiar vários bandidos, que agonizam até a morte enquanto seus corpos pegam fogo. Enquanto isso acontece, a Canário Negro se aproxima e a heroína participa de uma cena de sexo bizarra com Bruce Wayne, motivada pela chacina flamejante...

Por fim, temos também uma história que depende muito de sua interpretação - afinal de contas, não há um indício nítido de que o Batman realmente tenha matado o Coringa ao fim de A Piada Mortal, a clássica graphic novel escrita por Alan Moore.

Contudo, ao fim da edição, depois que o Príncipe Palhaço do Crime comete crimes imperdoáveis e hediondos, o vemos tendo uma conversa com o Batman, onde ele conta sua última piada. O vilão e o herói começam a gargalhar e a última coisa que vemos aparenta ser o Batman estrangulando seu arqui-inimigo...