De “Velozes e Furiosos” a “Marvel”: 10 vezes que a morte de um ator teve impacto em um filme ou série
De “Velozes e Furiosos” a “Marvel”: 10 vezes que a morte de um ator teve impacto em um filme ou série
O que acontece quando um ator morre durante as filmagens de um filme ou uma série? Hollywood já encontrou diversas maneiras de lidar com a situação
Em Hollywood, nem sempre aquilo que os profissionais idealizaram no começo acaba se concretizando no final. Mudanças na produção podem acontecer da noite para o dia (acontecem até em questão de segundos), e algumas delas podem ser extremamente trágicas, como a morte de um ator que estava envolvido com o projeto.
O que fazer, então, para dar continuidade ao filme ou ao seriado que foi impactado pela morte de um artista? Nesta lista, você encontra 10 vezes em que isso aconteceu e como a indústria lidou com tais acontecimentos.
Paul Walker
Era 30 de novembro de 2013 quando um trágico acidente de carro envolvendo o ator Paul Walker, uma das estrelas da franquia Velozes e Furiosos, chocou o mundo. O artista tinha 40 anos e estava no meio das gravações do sétimo filme da saga, que ficou marcado na memória dos fãs pela despedida do personagem de Walker, quando sofreu um acidente fatal no veículo que estava sendo dirigido por um amigo. O carro pegou fogo, e ambos morreram no local.
Como as gravações de Velozes e Furiosos 7 ainda estavam acontecendo, a equipe precisou tomar algumas medidas para lidar com a tragédia. Paul Walker já tinha gravado grande parte de suas cenas antes do ocorrido, mas a trama teve que ser alterada e, para ajudar a finalizar o filme, os irmãos de Walker entraram em cena para que o rosto de Paul fosse projetado digitalmente nas cenas finais.
A sequência mais emocionante é aquela em que Dom Toretto (Vin Diesel) e Brian O’Conner, o personagem de Paul, se despedem na estrada, cada um indo para uma direção diferente. A cena foi um tributo a Walker, assim como o longa, que foi realizado em sua memória.
Chadwick Boseman
A morte de Chadwick Boseman, o eterno Pantera Negra do Universo Cinematográfico da Marvel, foi outro acontecimento trágico que chocou o mundo. No caso de Boseman, o choque foi ainda mais dramático para os fãs porque o ator vinha batalhando silenciosamente contra um câncer de cólon, que infelizmente lhe tirou a vida em agosto de 2020. Ele tinha 43 anos.
Boseman estreou no MCU em Capitão América: Guerra Civil (2016) e logo conquistou o público com sua performance de T’Challa. Não demorou muito para que ele ganhasse ainda mais destaque na franquia: o lançamento de Pantera Negra, em 2018, foi um dos mais emblemáticos da história do Marvel Studios, o que garantiu que uma sequência logo estivesse à vista.
No entanto, a morte de Boseman mudou os planos do estúdio. Como a Marvel não queria escalar outro ator para viver o personagem, a solução encontrada em Pantera Negra: Wakanda Para Sempre (2022), o segundo longa ambientado no universo do herói, foi colocar o protagonismo nas mãos de Shuri (Letitia Wright), que precisa lidar com o fato de que seu irmão mais velho morreu. Assim, o filme faz uma bela homenagem a Chadwick Boseman, em nome de T’Challa.
Philip Seymour Hoffman
Em vida, o ator Philip Seymour Hoffman era dono de um extenso currículo com produções que provavam o porquê ele era considerado um dos atores mais versáteis de sua geração. Seja por suas parcerias com o cineasta Paul Thomas Anderson, ou por personagens icônicos, Hoffman chamava atenção por onde passava, por isso que sua morte abalou a indústria cinematográfica em 2014 de um jeito significativo.
Aos 46 anos, Philip foi encontrado morto em seu apartamento após uma overdose acidental devido a uma mistura de drogas. O ator lutava contra o vício, mas acabou não resistindo depois de uma intoxicação severa por diversas substâncias, como heroína e cocaína.
E foi justamente nessa época que Hoffman estava prestes a terminar de gravar suas cenas como Plutarch Heavensbee na adaptação cinematográfica de Jogos Vorazes. A produção dos dois últimos filmes da franquia – A Esperança, que foi dividido em duas partes – estava acontecendo quando a morte do ator ocorreu.
Como faltavam poucos dias para o encerramento das filmagens, a equipe se viu obrigada a reduzir o tempo de tela de Hoffman porque não havia gravações dele o suficiente. Além disso, efeitos visuais também foram utilizados em algumas cenas e falas que seriam de Plutarch foram parar na boca de Haymitch Abernathy (Woody Harrelson).
Heath Ledger
A morte de Heath Ledger, aos 28 anos de idade, também causou um grande choque em Hollywood. O ator foi encontrado morto em seu apartamento, em janeiro de 2008, por causa de uma overdose acidental de medicamentos.
Na época, Ledger estava prestes a se tornar um dos grandes nomes da indústria cinematográfica devido à sua performance como Coringa em Batman: O Cavaleiro das Trevas (2008), o segundo filme da consagrada trilogia de Christopher Nolan. Contudo, Heath nunca teve a chance de vivenciar essa fase de sua carreira, pois acabou falecendo antes mesmo do lançamento do filme. Ainda assim, ele ganhou um Oscar póstumo por seu trabalho no longa.
Quando Ledger morreu, as gravações de Batman: O Cavaleiro das Trevas já tinham sido finalizadas, mas as filmagens do último projeto em vida do ator foram afetadas pelo trágico acontecimento. Pouco antes de morrer, Heath estava gravando o filme O Mundo Imaginário do Dr. Parnassus (2009), e o diretor Terry Gilliam até chegou a pensar em desistir do longa após a morte do ator.
Assim, para que o projeto não fosse engavetado, Gilliam chamou os atores Johnny Depp, Jude Law e Colin Farrell para interpretarem versões diferentes do personagem de Ledger no filme, que a partir de então mudaria de aparência nas diferentes realidades retratadas na produção.
Richard Harris
Quando Richard Harris morreu, ele tinha acabado de finalizar seu trabalho na adaptação de Harry Potter e a Câmara Secreta (2002). O ator foi o rosto por trás de Alvo Dumbledore, o diretor de Hogwarts, nos dois primeiros filmes da franquia, mas acabou ficando doente pouco tempo depois por causa de um câncer linfático.
Levando em consideração que ainda faltavam mais cinco livros da saga do Menino Que Sobreviveu para serem adaptados às telonas, o estúdio teve que tomar uma decisão rápida. A solução encontrada foi escalar um novo ator para interpretar Dumbledore, e foi assim que Michael Gambon entrou em cena.
Após a morte de Harris, Gambon assumiu a posição como o diretor de Hogwarts nos próximos filmes de Harry Potter, tornando-se o rosto mais lembrado pelos fãs devido à sua performance, que caminhou por nuances mais sombrias do que as representadas por Harris.
Cory Monteith
Outra morte que também chocou o setor audiovisual, desta vez no universo da televisão, foi a de Cory Monteith. O ator era uma das estrelas de Glee, a série musical adolescente que moldou uma geração, quando foi encontrado morto em um hotel após sofrer uma overdose, em 2013. Monteith tinha 31 anos e lutava contra a dependência química na época.
Como o personagem de Cory, o Finn, era uma das figuras centrais de Glee, o estúdio precisou lidar com a situação para que a série continuasse na ativa. Assim, Finn também acaba morrendo no seriado, e o acontecimento é abordado na trama durante a quinta temporada. Sem revelar a causa da morte do personagem, o episódio faz uma emocionante homenagem a Monteith para concretizar sua despedida.
Luke Perry
Um caso recente de uma morte de ator que afetou o desenrolar de uma produção audiovisual foi a de Luke Perry. O artista faleceu em 2019 devido a um acidente vascular cerebral, enquanto ele estava trabalhando na série Riverdale, onde ele interpretava o personagem Fred Andrews. Na época, as gravações da quarta temporada estavam acontecendo, mas foram interrompidas depois do ocorrido.
A produção não reescalou o personagem e, ao invés disso, decidiu fazer uma homenagem a Perry com um episódio de tributo na estreia da quarta temporada. Tudo foi feito com o apoio da família do ator para que sua morte fosse tratada de maneira respeitosa na TV.
Nancy Marchand
Considerada por muitos como a melhor série de todos os tempos, Família Soprano deixou um legado impressionante na indústria televisiva. A história de Tony Soprano (James Gandolfini), o chefão da máfia que tenta equilibrar sua vida profissional e a familiar enquanto lida com sua saúde mental, marcou uma geração na TV e, assim como outros casos semelhantes, teve que encontrar uma solução na trama para encarar a triste morte da atriz Nancy Marchand.
Marchand interpretou a mãe de Tony, Livia Soprano, durante as duas primeiras temporadas de Família Soprano, mas acabou falecendo em 2000 por causa de um câncer de pulmão e enfisema. Assim, sua personagem, que vivia um relacionamento conturbado com o filho, também acaba morrendo no seriado, mas antes disso acontecer a produção usou computação gráfica para projetar o rosto da atriz em um dublê, proporcionando uma espécie de conclusão para sua jornada na série.
Oliver Reed
Quando chegou aos cinemas, em 2000, Gladiador foi um grande fenômeno. O épico de guerra de Ridley Scott deixou sua marca na história do cinema, mas não antes de enfrentar algumas situações delicadas nos bastidores. Uma delas foi a morte repentina do ator Oliver Reed, que interpretou Antonius Proximo no filme, em 1999.
Reed tinha 61 anos quando morreu em um pub após ser vítima de um mal súbito. Na época, ele ainda não tinha finalizado a gravação de suas cenas em Gladiador, o que obrigou o roteirista David Franzoni a reescrever o roteiro. Ainda assim, a equipe teve que usar tomadas prontas de Oliver para projetar seu rosto digitalmente em algumas sequências.
Edward Herrmann
A série Gilmore Girls conta com o apoio de uma legião de fãs apaixonados pela história de Lorelai (Lauren Graham) e Rory (Alexis Bledel), mesmo com mais de duas décadas após sua estreia na TV. O programa fez tanto sucesso que, eventualmente, acabou ganhando um revival chamado Gilmore Girls: Um Ano para Recordar, em 2016, que precisou lidar com a ausência do ator Edward Herrmann, falecido em dezembro de 2014 devido a um câncer no cérebro.
Herrmann interpretou Richard Gilmore, o pai de Lorelai e um dos personagens mais importantes da trama, ao longo das sete temporadas de Gilmore Girls. Já no revival, os criadores Amy Sherman-Palladino e Daniel Palladino decidiram lidar com a morte do ator em cena, fazendo uma bela homenagem tanto ao artista quanto ao personagem no especial.