Tudo que você precisa saber sobre a Trilogia do Infinito da Marvel!

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Tudo que você precisa saber sobre a Trilogia do Infinito da Marvel!

Por Gus Fiaux

Durante o início da década de 90, a Casa das Ideias foi infestada por uma sequência sucessiva de sagas cósmicas, que se provaram até hoje como alguns dos maiores clássicos da editora. Composta por Desafio Infinito, Guerra Infinita Cruzada Infinita, a chamada Trilogia do Infinito trouxe um padrão excepcional para as mega-sagas da Marvel Comics.

Nesta lista, apresentamos um pouco da história e dos detalhes desses três eventos cataclísmicos, que mudaram completamente o cenário do Universo Marvel – e que servirão como base para os dois próximos filmes dos Vingadores!

Créditos: Marvel Comics; Disney
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Um deus nos roteiros

Um dos roteiristas mais aclamados da história da Marvel Comics, Jim Starlin é um gênio em questões narrativas. Suas obras sempre têm um contexto filosófico, religioso ou metafísico e é justamente isso que afasta a Trilogia do Infinito de outros eventos megalomaníacos criados pela Casa das Ideias para alavancar as vendas.

O escritor é o próprio criador de Thanos e escreve o Titã Louco como ninguém. Além disso, ele trabalha a psiquê de outro personagem com o qual teve muita experiência: Adam Warlock, que é outro foco das três sagas. Nos títulos - sobretudo em Desafio -, Starlin consegue equilibrar uma história densa e ação desenfreada como ninguém.

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... e mestres nos desenhos

Mas o roteirista certamente não fez o trabalho todo sozinho. E boa parte da qualidade dos três atos dessa trilogia está na arte impressionante. Desafio Infinito começou como um projeto de ninguém menos que George Pérez. O artista cria uma profundidade como nenhum outro desenhista da indústria, mas teve que deixar o trabalho por questões pessoais.

A partir da quarta edição da saga, Ron Lim permaneceu nas ilustrações - e também fez os desenhos de Guerra e Cruzada. Um substituto extremamente à altura de Pérez, Lim trouxe um abstracionismo e uma qualidade etérea à história, que encaixou-se perfeitamente no contexto cósmico e metafísico dos três eventos.

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Desafio Infinito

Uma história de amor. É basicamente um resumo sensível - e até um pouco simplista - de Desafio Infinito. Aqui, Thanos promete juntar as seis Joias do Infinito e assassinar metade da população universal para poder agradar sua amada, a personificação da Morte. E assim ele o faz, atraindo a atenção dos heróis terráqueos.

Eles se juntam ao Surfista Prateado, a Drax e a Adam Warlock, na busca e derrota do Titã. Porém, mesmo com todos seus planos, o grupo de heróis fracassa penosamente, ao ponto em que Thanos é capaz de matar diversos Vingadores sem o mínimo esforço, enquanto impressiona - e assusta - a Morte.

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Eventualmente, o conflito chega às entidades cósmicas, como Intermediário e Galactus, que se juntam como última medida de proteção do universo contra Thanos. Eventualmente, o Titã perde a Manopla do Infinito por uma questão própria de sua psiquê, mas é posteriormente chamado por Warlock para compor a Guarda do Infinito.

A saga é, sem dúvidas, a melhor da trilogia e apresenta Thanos de uma maneira nunca antes vista no Universo Marvel, além de dar papeis de destaque a heróis como o Surfista Prateado, Adam Warlock e Doutor Estranho. Recomendo ler junto com Thanos: Em Busca de Poder, que mostra a jornada do vilão pelas seis Joias do Infinito.

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Guerra Infinita

Pouco tempo após os eventos de Desafio Infinito, Adam Warlock tomou para si a Manopla do Infinito e, para evitar se tornar um "novo Thanos", expurgou de si o seu lado bom - a entidade conhecida como Deusa - e o seu lado cruel - o maligno Magus. Porém, Magus ressurgiu e traçou um plano brutal.

Enquanto provocava uma série de distrações envolvendo Cubos Cósmicos e doppelgangers malignos dos heróis, ele lutava para conquistar a Manopla do Infinito e se tornar um ser onipotente. No processo, ele também começou um processo de substituição da Terra por uma versão contrária dela, ameaçando o status quo da humanidade.

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Assim como Desafio Infinito explora questões ligadas à mortalidade e ao papel da divindade entre homens, Guerra Infinita abrange um pouco mais seu ciclo ao falar, essencialmente, sobre uma história onde a linha entre o bem e o mal são mais tênues do que aparentam ser. E isso fica evidente em toda a trama secundária envolvendo os doppelgangers dos heróis.

Mais do que qualquer outra história envolvendo o personagem, foi Guerra que trouxe uma iluminação especial à história de Magus, conferindo-lhe uma personalidade única e bem distinta de Adam Warlock, ao mesmo tempo que ele se define um vilão ameaçador e caótico, muito diferente de Thanos, que é um ser extremamente racional e equilibrado.

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Cruzada Infinita

Para fechar a trilogia, Cruzada Infinita veio para contar a história da Deusa. Após a derrota de Magus, a "essência boa" de Adam Warlock é quem ataca os heróis, mas de uma maneira muito inusitada: ela recruta os fiéis mais fervorosos e monta um exército para lutar em sua guerra santa - o que justifica o nome "Cruzada" no título.

Ela pretende juntar vários Cubos Cósmicos para formar um objeto de extremo poder conhecido como Ovo Cósmico. Seu plano? Livrar o universo de toda maldade e crueldade. E como ela pretende fazer isso? Exterminando qualquer tipo de vida que não seja pura - como ela própria. E é aí que os outros heróis precisam intervir.

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Ainda que seja considerada a saga mais fraca da trilogia, Cruzada Infinita ainda mantém-se um quadrinho excepcional no histórico da Marvel. Além de se aprofundar ainda mais nos questionamentos lançados em Guerra (como a versão benigna de Warlock pode ser pior que sua versão maligna?), o título mergulha em dois assuntos universais: fé e religião.

Dessa forma, ele trabalha muito bem a dicotomia entre a crença e o fanatismo - nesse ponto, destaque para o papel da Serpente da Lua -, enquanto denuncia a presença de falsos profetas, como a Deusa. Como nas outras sagas, Thanos também possui um papel importante de destaque e temos o retorno de Mefisto, que foi uma figura central de Desafio Infinito.

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Continuações e repercussões

A Trilogia do Infinito deixou grandes consequências na Marvel, especialmente no que diz respeito ao papel desses personagens cósmicos no universo. Além disso, ela desencadeou uma série de continuações e derivados. Em 2002, Abismo Infinito - escrita e desenhada por Jim Starlin - foi a "sequência espiritual" da série, assim como Infinito de Jonathan Hickman.

Além disso, mais recentemente, a Marvel aproveitou para trazer Starlin novamente para uma trilogia que remonta os temas e propostas de Desafio, Guerra e Cruzada. Trata-se de uma sequência de três graphic novels oficiais da Marvel: Revelação Infinita, Relatividade Infinita e Encerramento Infinito, bem como a minissérie Entidade Infinita.

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Vingadores: Guerra Infinita e além

Se você, como eu, tem acompanhado a jornada do Universo Cinematográfico da Marvel, já deve ter percebido que Thanos será o grande vilão de Vingadores: Guerra Infinita e sua continuação, cujo nome ainda não foi revelado. O que sabemos, no entanto, é que apesar do nome, o filme terá pouco a ver com o segundo capítulo da Trilogia do Infinito.

Em vez disso, a história seguirá duas sagas: Infinito, de Jonathan Hickman e Desafio Infinito, que parece ser a maior fonte de inspiração para a trama, com a jornada de Thanos em busca do "equilíbrio universal" através das Joias do Infinito. Se ainda não leu essas sagas, ainda dá tempo... e vale lembrar que elas devem ser republicadas em breve no Brasil...