O último filme lançado da franquia principal é amplamente reconhecido como o pior.

A trama acompanha Optimus Prime em busca de um artefato antigo, escondido na Terra, que promete trazer de volta a vida ao seu planeta-natal, Cybertron. A sinopse vaga parece representar muito bem o pouco de narrativa que o filme tem, mais do que nunca se apegando à ação e aos efeitos especiais. Os críticos descrevem o longa como o mais caótico e desconexo filme já feito por Michael Bay: há explosões, personagens demais, robôs com espadas e, por algum motivo, Anthony Hopkins no elenco.

O Último Cavaleiro recebeu nota 15% no Rotten Tomatoes, com base em 253 críticas. O público foi levemente mais generoso, com 43% de aprovação. A bilheteria também não convenceu. Por mais que tenha totalizado US$ 605 milhões no mundo todo, o filme arrecadou apenas US$ 130 milhões nos Estados Unidos, um sinal claro da saturação da franquia no país de origem.

Já dando spoilers da lista, não é a toa que esse filme bateu o prego no caixão da saga principal de Transformers, com a Paramount optando por priorizar filmes isolados e feitos por outros cineastas.

Demonstrando o declínio da franquia, A Era da Extinção chegou em um ponto em que os críticos já não se impressionavam mais com o pouco esforço de Michael Bay em fazer algo coerente. A fórmula estava estabelecida há anos, e tudo que o diretor fazia era adicionar elementos que parecessem legais no papel, custe o que custar. Nesse caso, dinossauros robôs.

Outra coisa que ajudou a complicar a recepção desse filme foi ser o primeiro sem a participação de Shia LaBeouf. Quem assume o protagonismo é um mecânico vivido por Mark Wahlberg, que também dá as caras em O Último Cavaleiro. A trama mostra a CIA na cola dos robôs após a batalha entre os Autobots e os Decepticons destruírem a cidade de Chicago. Dessa vez, porém, o surgimento de novos inimigos ameaçam uma guerra mundial das máquinas.

Já de saco cheio, os críticos novamente bateram no filme por ser igualmente caótico e tedioso. Parece que para provocar, Michael Bay foi ainda mais longe e entregou um produto de quase três horas de duração. O resultado é uma nota de 17% no Rotten Tomatoes. Isso significa que o público passou longe, certo? Muito pelo contrário, A Era da Extinção é o segundo Transformers a alcançar um bilhão na bilheteria, com arrecadação mundial de US$ 1,1 bilhão. Vai entender, né?

Dois anos após o primeiro Transformers, Michael Bay retornou em peso com A Vingança dos Derrotados.

Ainda com a dupla de protagonistas vividos por Shia LaBeouf e Megan Fox, o longa mostra o jovem Sam Witwicky (LaBeouf) sendo impedido de ter uma vida normal ao ser caçado pelos perversos Decepticons.

Logo no segundo filme já ficou claro que a franquia não cai bem no gosto dos críticos. Com nota 20% no Rotten Tomatoes, o consenso é de que o longa repete todos os erros e acertos do original, só que em uma obra ainda mais absurda, barulhenta, cheia de CGI e desnecessariamente longa, com duas horas e meia de duração. O público respondeu um pouco melhor, com aprovação de 57% no site e uma bilheteria de peso: além de ser o filme da franquia com melhor desempenho nos EUA, onde arrecadou US$ 402 milhões, A Vingança dos Derrotados totalizou US$ 836 milhões no mundo todo.

O filme de 2011 chegou aos cinemas envolvido em polêmicas, já que foi o primeiro da franquia sem a participação de Megan Fox. Considerada uma verdadeira musa alguns anos antes, a atriz foi jogada de lado por Hollywood após as decepcionantes recepções críticas do segundo Transformers e do terror Garota Infernal (2009). Quem assumiu o papel de par romântico de Shia LaBeouf foi a novata Rosie Huntington-Whiteley, cujo único outro trabalho após o filme foi em Mad Max: Estrada da Fúria (2015), em que viveu Angharad, uma das “esposas” fugitivas do Immortan Joe.

Abraçando de vez o absurdo, a trama requenta de novo a eterna guerra entre os Autobots e os Decepticons, dessa vez sob a premissa de uma nave inimiga escondida no lado escuro da Lua. Aqui ficou claro que Michael Bay realmente não se importa em ter um roteiro decente, apenas uma justificativa para explodir tudo. Ironicamente, os críticos aceitaram melhor essa abordagem.

O filme tem nota 35% no Rotten Tomatoes, com base em 263 análises, que pintam O Lado Oculto da Lua como bastante tedioso, porém honesto o suficiente para não fingir ter algo a dizer. No mesmo espírito de A Vingança dos Derrotados, o público recebeu um pouco melhor, com 55% de aprovação. Mas onde os fãs demonstram mesmo seu carinho foi na bilheteria, já que O Lado Oculto da Lua foi o primeiro longa da saga a bater um bilhão de dólares. O filme totalizou US$ 1,1 bilhão no mundo todo.

O filme que começou tudo é o segundo mais bem sucedido em termos de críticas. Lá em 2007, Michael Bay pegou os brinquedos da Hasbro, e os adaptou para uma jornada repleta de ação bombástica e carros velozes.

Na trama, Sam Witwicky (Shia LaBeouf) se vê envolvido no meio de uma guerra entre duas raças de máquinas alienígenas ao descobrir que seu carro recém-comprado é, na verdade, um Transformer disfarçado. O jovem e sua namorada, Mikaela Banes (Megan Fox), passam a ser perseguidos por robôs perversos e também pelo governo dos Estados Unidos.

É aqui que Michael Bay estabeleceu sua fórmula e, como qualquer coisa que enjoa pela repetição, funciona muito bem na primeira vez, com efeitos visuais impressionantes e bastante ação. No Rotten Tomatoes a aprovação crítica é de 58%, mas o público é muito mais chegado no longa, com nota 85% - a mais alta de toda a franquia.

Um ano após O Último Cavaleiro demonstrar que a franquia havia chegado ao ápice da saturação, o diretor Travis Knight, conhecido por animações como ParaNorman e Kubo e as Cordas Mágicas, entregou um derivado muito diferente de tudo que veio antes.

Bumblebee recontextualizou a saga em um filme infantojuvenil, ambientado na década de 1980, focado na jornada de amadurecimento de uma garota chamada Charlie (Hailee Steinfeld), que descobre que seu fusca é, na verdade, o Transformer Bumblebee. Ainda que a essência seja muito parecida com a do primeiro filme, o derivado é bem humorado e segue por um lado mais aventuresco, ao invés do espetáculo absurdo de Michael Bay.

Essa mudança agradou muito os críticos, e coloca Bumblebee no topo da lista com impressionantes 90% de aprovação no Rotten Tomatoes. O público parece concordar, com nota 74%. A ironia está no fato de que a bilheteria não chega perto da recepção crítica. Bumblebee teve a pior arrecadação de toda a franquia, com total de US$ 467 milhões no mundo todo. Mesmo assim, o estúdio entendeu o carinho dos fãs, e segue desenvolvendo projetos de Transformers com a mesma pegada leve do derivado.