A carreira de James Cameron como diretor de longas-metragens iniciou em 1982, com a estreia de Piranha 2: Assassinas Voadoras, sequência do horror cômico dirigido por Joe Dante em 1978. E seu primeiro trabalho é, sem sombra de dúvidas, amador - mas há um motivo por isso, que faz com que o filme trash assuma o último lugar desta lista.

De acordo com o próprio cineasta, ele teria sido despedido da produção após 2 semanas e meia de gravações, quando foi substituído pelo produtor italiano Ovidio G. Assonitis. O filme então carrega pouco da identidade que James levaria para seus futuros longas, mas ainda é creditado como se tivesse sido totalmente dirigido por ele, o que não foi o caso.

Já vimos James Cameron se aventurando por vários gêneros, do horror à ação até a ficção científica. Contudo, em 1994, ele decidiu que seria ótimo dar chance a uma comédia de espionagem, e o resultado é True Lies, filme que apesar de seus pequenos deslizes, já mostra como a carreira do cineasta sempre foi muito sólida.

Aqui, Arnold Schwarzenegger (em sua terceira colaboração com o diretor) interpreta um espião que precisa ocultar seu verdadeiro trabalho da esposa (vivida por Jamie Lee Curtis) e da filha (Eliza Dushku). O resultado é um festival de trapalhadas e boas sequências de ação, embora o filme tenha um fraco desenvolvimento de personagem e uma representação misógina.

Lançado em 2009, Avatar foi o maior dos projetos passionais de James Cameron, tendo levado cerca de quinze anos para sair do papel, já que o diretor queria aproveitar todos os avanços tecnológicos para criar um filme visualmente deslumbrante. E isso já pode ser notado desde os primeiros 10 minutos, quando somos apresentados ao planeta de Pandora.

O lugar é lar dos Na'vi, raça alienígena que tem grande contato com toda a natureza ao seu redor e entra em choque com a humanidade, que viaja até seu lar para roubar recursos naturais. Pode não ser a história mais original de todos os tempos, mas Cameron segue passo a passo a jornada do herói e ainda nos presenteia com um mundo vistoso, bonito e cativante.

Há quem possa discordar de que Avatar: O Caminho da Água é melhor que o primeiro filme, mas na humilde opinião deste que escreve, o segundo capítulo da franquia ambientada em Pandora consegue expandir melhor as ideias por trás desse universo e apresentar ao público um novo senso de admiração, dessa vez dando foco a novos ecossistemas do planeta.

James Cameron sabe muito bem o que faz ao criar uma história que é só "repeteco" do filme original, já que isso dialoga com a incessante necessidade da humanidade de destruir tudo em que põe as mãos. Além disso, o longa se debruça sobre temas familiares, enquanto explora mais de Jake Sully e as suas raízes em Pandora. E pra fechar, prepare-se para chorar com uma baleia!

Lançado em 1984, O Exterminador do Futuro foi o segundo longa que James Cameron dirigiu, e aqui ele mostra toda a sua competência ao usar um orçamento muito limitado (apenas US$ 6,4 milhões) para mesclar horror, ficção científica e ação de uma maneira brilhante, enquanto conta a história de Sarah Connor, uma mulher perseguida por um robô do futuro.

O filme esbanja estilo e sabe usar o melhor de sua estrela principal, Arnold Schwarzenegger, que faz uma figura ameaçadora e imponente. Porém, vale citar também Linda Hamilton no papel de Sarah Connor, que remete às final girls do cinema slasher mas está muito longe de ser uma mera donzela indefesa. É um baita filme que mostra todo o talento iniciante de Cameron.

Inicialmente rejeitado por boa parte da audiência e pela crítica, O Segredo do Abismo acabou ganhando um séquito leal de seguidores com o passar dos anos - e merecidamente. O filme marca algumas conquistas curiosas na carreira de James Cameron, já que foi a primeira vez que o diretor usou o recurso de CGI em suas obras, algo que se tornaria uma marca registrada.

Na trama, uma equipe de mergulhadores militares e pesquisadores de uma plataforma petrolífera começam a investigar o mistério que levou ao sumiço de um submarino nuclear, e logo se deparam com visitantes extraterrestres. Boa parte da recepção morna inicial é culpa da Fox, que cortou cenas bem importantes da versão cinematográfica do filme, o que acabou fazendo falta.

Depois que Ridley Scott mudou o cinema de horror com Alien: O Oitavo Passageiro, James Cameron teve a chance de deixar sua marca na saga graças ao espetacular Aliens: O Resgate, que toma o terceiro lugar nesta lista por mostrar todo o empenho do diretor em criar uma sequência muito densa, que explora mais a rivalidade entre Ellen Ripley e o Xenomorfo.

Aqui, Cameron substitui o clima de horror cósmico do primeiro filme para dar mais foco à ação, enquanto acompanhamos um grupo de militares que deve tentar sobreviver aos avanços da Rainha Xenomorfo. Alguns fãs do filme original podem até não gostar desse direcionamento mais explosivo, mas é uma das melhores sequências dentro do campo do horror, sem dúvidas.

Em segundo lugar no pódio, não podia faltar o melhor filme de toda a saga de Sarah Connor - e também, o último filme realmente bom da franquia. Em O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final, Cameron nos dá a chance de conhecer uma versão "boa" do personagem de Schwarzenegger, que agora precisa salvar Sarah e seu filho de uma ameaça mais avançada.

O que funciona tão bem no filme é seu ritmo frenético e angustiante, já que toda a trama é uma enorme cena de perseguição entre os protagonistas e o cruel T-1000, brilhantemente interpretado por Robert Patrick. Como se isso não fosse o bastante, ainda temos as ótimas interações entre o T-800 (Schwarzenegger) e John Connor, que rendem situações bem intrigantes.

Em 1997, o mundo relembrava uma de suas tragédias mais angustiantes: todo o naufrágio de um navio transatlântico, que aconteceu em 1912 e entrou para a história das maiores catástrofes da humanidade. Porém, em Titanic, o cineasta parece bem mais interessado em analisar como esse evento afetou a vida de pessoas normais, como Jack Dawson e Rose DeWitt.

Por isso, boa parte do filme se manifesta como um romance proibido entre os personagens, que são trazidos à vida pelas atuações efervescentes de Kate Winslet e Leonardo Di Caprio. Mas do meio para o final, o longa ganha outros ares e vira um espetáculo cinematográfico, potencializando o terror da tragédia e um amor que sobreviveu às barreiras impostas pela morte.