Originalmente, o Mjolnir havia sido "concebido" por Jack Kirby e Joe Simon na Era de Ouro dos quadrinhos, em 1942. Contudo, o martelo só foi ser apresentado na Marvel Comics de fato em Journey Into Mystery #83, em agosto de 1962, sendo apresentado na edição de estreia do Thor nas HQs da Casa das Ideias. Essa versão foi "criada" por Stan Lee, Jack Kirby e Joe Sinnott.

Originalmente, a arma era chamada apenas de "Martelo de Uru", e ele só foi ganhar seu nome tradicional nas páginas de Thor #135, lançada em 1966. Contudo, sua história de origem só foi contada nas páginas da edição Thor Annual #11, publicada lá em meados de 1983. Durante anos, havia um mistério a respeito de como aquela arma havia sido desenvolvida.

O martelo não é uma criação original dos quadrinhos e está presentes nos mitos e lendas nórdicas há séculos. Ele é tido como uma arma capaz de causar grande devastação e destruição, mas também é usada por Thor para trazer bênçãos e melhorias para a vida de seus fiéis adoradores. No entanto, diferente das HQs, ele possui várias origens contadas nas lendas.

A mais famosa delas diz que Loki tentou barganhar com os anões que viviam em Svartalfheim, colocando-os para construir presentes incríveis para as divindades asgardianas em troca de sua cabeça. Assim nasceu o temível Mjolnir como um presente para Thor, e no fim Loki conseguiu livrar seu próprio couro ao dizer que sua cabeça estava colada ao pescoço (que ele não havia oferecido aos anões), e por isso eles não poderiam levá-la.

A "primeira" origem do Mjölnir nos quadrinhos da Marvel é parecida ao máximo com a origem mitológica do martelo - Loki vai até os anões para pedir que eles façam vários presentes para os deuses asgardianos. Aqui, ele também consegue enganar os ferreiros, e em troca tem os lábios costurados pelos anões - algo que não levou muito tempo para ser revertido.

Contudo, aos poucos o martelo foi ganhando origens revisadas. Nas versões mais recentes, o martelo foi criado a pedido de Odin usando uma estrela para dar poder à arma. Em outra, ele imbuiu os anões de colocarem a "Mãe Tempestade" (uma tempestade do tamanho de uma galáxia) aprisionada no martelo. O único elemento do Mjölnir exclusivo das HQs é seu material, uma vez que o metal encantado Uru foi criado na Marvel e não nos mitos.

Antes de entregar o martelo ao seu "filho favorito", Odin fez uma série de encantamentos e magias para fortalecer a arma e torná-la o instrumento mais digno de um rei. O mais conhecido desses encantamentos é a inscrição, onde lemos que só uma pessoa digna pode empunhar o martelo e usá-lo com seu poder completo. Isso servia como uma lição para que Thor fosse mais humilde.

Além disso, outros encantamentos garantiam que o martelo "retornasse ao chamado" de seu mestre, sempre que fosse jogado para longe; que a pessoa que o empunhasse tivesse a capacidade de manipular tempestades e trovões; que o martelo fosse capaz de sobreviver ao teste do tempo (embora não seja indestrutível; e por fim, que o martelo fosse capaz de revelar a verdade sobre Thor, quando este ficou "preso" ao corpo de Donald Blake.

O martelo Mjölnir é capaz de inúmeras maravilhas quando usada por um guerreiro capaz de "destravar" todo seu potencial. Só para começar, a arma é extremamente poderosa e devastadora, sendo capaz de destruir cidades e até mundos inteiros quando aplicada com a força certa. Ele também pode criar vórtices, partículas de antimatéria e campos de força ao ser rodopiado com destreza.

A ferramenta também pode absorver diferentes tipos de energia e canalizá-la através da vontade de seu mestre - e isso inclui outras formas de disparo que não apenas raios e relâmpagos, mas também rajadas de gravidade e até um disparo especial que usa parte da força vital do próprio Thor. O martelo é capaz de causar alterações no tecido do tempo e no espaço, fazendo com que seu usuário possa usá-lo para viajar no tempo ou se teletransportar.

Ele também possui outras funções bem peculiares, como a capacidade de detectar formas de energia e até mesmo inimigos, criar e dissipar ilusões e até mesmo assustar vampiros. Por fim, o usuário do Mjölnir pode voar ao girar sua alça rapidamente, usando a "cabeça" do martelo para se guiar pelos ares.

Quando Jane Foster tomou controle do Mjölnir e se transformou na Poderosa Thor, em uma das fases mais aclamadas das HQs da Marvel, o martelo encantado ganhou um novo sentido - uma vez que a guerreira podia usá-lo com muita destreza, desbloqueando habilidades de uma forma que o Filho de Odin jamais havia conseguido.

E nesse período, foi revelado que o motivo pelo qual Jane tinha um contato tão poderoso com Mjölnir era porque ela podia "se comunicar" com a arma, de certa maneira. Isso tudo acontece porque a tal "Mãe Tempestade" que nós citamos ali em cima tinha sua própria consciência e podia "falar" com os usuários do martelo. Eventualmente, Jane Foster conseguiu libertar esse ser (a divindade que atende pelo nome de Tempest), dando a ela uma forma física.

Ao longo dos anos, diversos heróis conseguiram empunhar o Mjölnir das HQs clássicas, mostrando que Thor não é o único digno o bastante de segurá-lo e usar seu poder. Entre alguns exemplos, temos familiares do Deus do Trovão, como Bor, Odin e até mesmo Loki. Além disso, outros "heróis trovejantes" também se mostraram dignos, como Bill Raio Beta, Eric Masterson e Jane Foster - até mesmo a Viúva Negra se provou digna em uma realidade alternativa.

Mas não para por aí. É até frequente vermos algum herói considerado muito digno e honrado levantando o martelo de uru. O Capitão América já fez isso nos quadrinhos e nos cinemas, bem como o Venom. Em alguns dos crossovers entre a Marvel e a DC Comics, o Superman e a Mulher-Maravilha também se provaram dignos do poder dessa arma extraordinária.

Ao longo dos anos, várias versões diferentes do Mjölnir apareceram nas HQs. De um lado, temos versões de universos alternativos, como o Mjölnir do Universo Ultimate, que toma a forma de um martelo/machado ainda mais imponente e feito especialmente para a guerra, ou então o da Terra-5113, na qual o martelo é corrompido pelo poder maléfico de Dormammu.

Contudo, na própria Terra-616 foram criados vários martelos que "imitam" ou se inspiram na força do Mjölnir original. Temos o Rompe-Tormentas, a arma empunhada por Bill Raio Beta, o Stormcaster que pertencia à Tempestade, um martelo tecnológico criado pelo Homem de Ferro e pelo Senhor Fantástico para ser empunhado pelo androide Ragnarok e até uma versão mais recente, também tecnológica, criada pela HIDRA.

No Universo Cinematográfico da Marvel, a origem de Mjölnir nunca foi bem explorada, mas sua aparência e suas utilidades eram bem similares ao que já vimos nas HQs. Assim como sua contraparte impressa, esse martelo também não é indestrutível - e a prova disso é que ele foi destroçado sem nenhuma cerimônia por Hela, a Deusa da Morte.

Depois disso, o Thor precisou recorrer a outra arma (também existente nas HQs), o machado Rompe-Tormentas, criado em Nidavellir. Na batalha final de Vingadores: Ultimato, ele chega a empunhar o machado junto do Mjölnir, que ele retira de um outro universo (e depois o devolve). Acredita-se que o martelo original desse universo será restaurado, já que Jane Foster vai empunhar sua própria versão em Thor: Love and Thunder.