The Game Awards 2024: Quais foram os jogos esnobados na premiação deste ano?

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The Game Awards 2024: Quais foram os jogos esnobados na premiação deste ano?

Por Márcio Jangarélli

Enquanto a The Game Awards é, de fato, um dos maiores momentos gamers do ano atualmente, é inegável que a premiação comete deslizes. Ano após ano, assim como em qualquer evento do tipo, as escolhas de indicados, especialmente ao prêmio de Jogo do Ano, são questionadas com fervor pelo público.

A edição de 2024 da TGA trouxe mais polêmica que o normal nesse quesito: além de indicar uma DLC à categoria de Jogo do Ano, um game criticado e rejeitado pela comunidade por conta da conduta de seu estúdio (e pela qualidade do produto final) é um dos principais indicados da noite. Por outro lado, jogos excelentes foram esnobados, seja na premiação completa ou em categorias que deveriam integrar.

Esta lista é dedicada aos jogos mais esnobados da The Game Awards 2024. Esses títulos podem não receber o prêmio merecido, mas definitivamente marcaram o ano, a indústria e os jogadores de sua própria maneira.

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Dragon Age: The Veilguard (BioWare / EA Games)

Metacritic: 82% com 74 críticas / 3.8 com notas do público

Nota da Legião: 9,5

Indicações: Melhor Inovação em Acessibilidade

Dez anos depois de Dragon Age: Inquisition se tornar o primeiro vencedor de Jogo do Ano da The Game Awards, seu sucessor, The Veilguard, não seguiu pelo mesmo caminho.

Ainda que seja um título de alta qualidade, digno da franquia e até melhor que alguns dos capítulos passados, Veilguard sofreu com críticas de uma porção reacionária do público e acabou sendo incompreendido em sua proposta por outra parte. No fim, é de se esperar que este seja um game que será melhor apreciado com o tempo.

No caso da The Game Awards 2024, Veilguard merecia no mínimo indicações a Melhor Jogo de Ação e Aventura, Jogos de Impacto e Melhor Música e Trilha Sonora, pois entrega um dos melhores trabalhos do ano nesses quesitos. Dá para se discutir sobre Melhor Performance de Artista, afinal o game traz dublagens e capturas fantásticas, e, enfim, há argumentos até para Jogo do Ano.

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The Legend of Zelda: Echoes of Wisdom (Nintendo)

Metacritic: 85% com 126 críticas / 8.5 com notas do público

Nota da Legião: 9,5

Indicações: Melhor Jogo de Ação e Aventura, Melhor Jogo para a Família

Echoes of Wisdom não é tão dramático e megalomaníaco quanto Tears of the Kingdom e por isso é subestimado. Porém, esse é um dos capítulos mais divertidos e inovadores da franquia Zelda nos últimos anos, merecendo muito mais na TGA do que recebeu. É aquela velha história da estética mais cartunesca, que é perfeita para o título, fazer parte do público não levá-lo a sério e a premiação reflete isso.

Mas Echoes of Wisdom poderia, sem dúvidas, estar na corrida por Jogo do Ano. É o melhor jogo de Switch do ano, integra, de forma funcional e simplificada, as mecânicas revolucionárias apresentadas nos jogos anteriores da saga, possui narrativa e visão fantásticas para a franquia The Legend of Zelda e é um game absurdamente divertido, viciante e cujo único defeito são as capacidades atuais do console onde ele roda.

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Senua’s Saga: Hellblade II (Ninja Theory)

Metacritic: 81% com 100 críticas / 7.4 com notas do público

Indicações: Melhor Narrativa, Melhor Design de Áudio, Melhor Performance de Artista (Melina Juergens) Jogos de Impacto

O caso de Hellblade II é complexo e triste. Mesmo sendo muito aguardado, o título perdeu completamente o gás de sua divulgação próximo do lançamento e, quando chegou, pouco se falou sobre, gerando menos discussão até mesmo que o primeiro Senua’s Saga, feito com menos expectativas e orçamento. Ainda, muitos temeram e ainda temem pelo estúdio, Ninja Theory, depois do fechamento da Tango Gameworks e o tratamento dado pela Microsoft a seus estúdios e exclusivos de Xbox.

Hellblade II é um game incrível, profundo, assombroso, imersivo, com visuais de tirar o fôlego, que adiciona à jornada da protagonista de maneira digna e não perde de vista seus conceitos originais; na verdade, os amplifica. Não possui o melhor combate do mercado e carrega alguns probleminhas menores, mas é um dos melhores jogos do ano e o melhor lançamento para Xbox em tempos. Merecia muito mais na premiação, mas a indicação de Melhor Performance para a Melina Juergens é um ótimo acerto da TGA.

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Helldivers 2 (Arrowhead Game Studio / SIE)

Metacritic: 82% com 69 críticas / 7.4 com notas do público

Nota da Legião: 9

Indicações: Melhor Game Contínuo, Melhor Suporte à Comunidade, Melhor Jogo de Ação, Melhor Jogo Multiplayer

Outro que figurou nas apostas para Jogo do Ano de muita gente, seja pelo hype ou qualidade, foi o glorioso shooter da Arrowhead, Helldivers 2. Claro, a popularidade explosiva do título caiu com o passar do tempo, o que é normal (e até bom, descongestionou os servidores) mas é indiscutível seu impacto na indústria em 2024 e o quão absurdamente divertido ele é.

Helldivers 2 acerta no humor e na simplicidade ao mesmo tempo em que entrega uma experiência grandiosa, sólida e viciante. É perfeito para jogar com amigos ou sozinho, tem opções o bastante para não entediar, mas não ao ponto de confundir. Funciona para jogadores novatos ou veteranos de longa, longa data nos shooters, possui uma comunidade e suporte sensacionais (e foi indicado por isso) e a autocrítica empregada no jogo como um todo é um sopro de ar fresco dentro do gênero.

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Silent Hill 2 Remake (Bloober Team / Konami)

Metacritic: 86% com 105 críticas / 9.2 com notas do público

Nota da Legião: [Em Breve]

Indicações: Melhor Narrativa, Melhor Música e Trilha Sonora, Melhor Design de Áudio, Melhor Performance de Artista (Luke Roberts) Melhor Jogo de Ação e Aventura

Nos meus sonhos inquietos, eu vejo a indicação de Jogo do Ano para Silent Hill 2 Remake. Contrariando todas as expectativas, a Bloober Team conseguiu recriar um das narrativas mais importantes da indústria gamer com capricho, usando da tecnologia atual para aprimorar algo icônico e ainda adicionando novos detalhes excelentes à história, mundo e personagens. Definitivamente não foi um trabalho fácil ou tranquilo.

E sim, o game recebeu várias indicações, todas merecidíssimas, mas Silent Hill 2 Remake merecia MUITO seu lugar no pódio de Jogo do Ano e talvez até o prêmio em si. O porquê disso não acontecer quando há títulos questionáveis na lista, inclusive com menos indicações gerais que o SH2, é um assunto espinhoso. Que pelo menos o game brilhe na premiação, seja um momento de glória merecida para a Bloober Team e convença a Konami a melhorar o tratamento dado à franquia.