No primeiro episódio da quinta temporada de The Crown, vemos um encontro entre o Príncipe Charles e o Primeiro Ministro John Major depois que o filho de Elizabeth II interrompe sua viagem de férias com a Princesa Diana e os filhos na Itália (que de fato aconteceu em 1991). O motivo para a reunião, na série, era discutir uma pesquisa sobre a popularidade da Rainha, que apontava Charles como favorito para assumir o cargo e sugeria uma abdicação de Elizabeth II.

Embora a pesquisa de popularidade tenha existido na vida real (e foi realizada pelo jornal The Sunday Times em 1990), a média de aprovação da Rainha era altíssima e não há indícios de que o Príncipe Charles tenha tido qualquer tipo de interação com John Major para discutir uma possível “aposentadoria” de sua mãe para que ele assumisse o cargo.

Outra questão que aparece na quinta temporada de The Crown diz respeito aos problemas que a Princesa Diana enfrentava com a família real. Na trama, o telefone de Lady Di é grampeado para que suas ligações sejam vigiadas, o que não aconteceu na vida real (bom, pelo menos até onde se sabe).

Porém, as cenas são baseadas em preocupações verdadeiras que Diana tinha naquela época, já que ela chegou a expressar no período o seu receio de que estava sendo constantemente espionada.

Na quinta temporada, também vemos Lady Di colaborando com o jornalista Andrew Morton, o autor da biografia Diana: Her True Story (Diana: Sua Verdadeira História, no Brasil). O livro de fato existe, e o que se sabe sobre a colaboração de Diana, que na série aparece enviando fitas gravadas que contam sua história, é que ela realmente ajudou Morton a escrever sua biografia.

Além disso, Diana também contou com a ajuda de conhecidos para corroborarem com seus relatos, auxiliando o trabalho do autor para que o livro fosse escrito.

Já aquela cena em que o Príncipe Philip aborda Diana sobre a elaboração do livro – mesmo que de maneira implícita – provavelmente não aconteceu na vida real. Mesmo que a coroa suspeitasse do trabalho de Diana com Morton, não há registros de que ela tenha sido impedida de prosseguir com suas atividades.

Ao longo do terceiro episódio da quinta temporada, somos apresentados a Mohamed Al-Fayed, um empresário egípcio que teve certa relação com a família real. Isso porque, além de ser o pai de Dodi Fayed, que teve um breve relacionamento com a Princesa Diana e morreu no trágico acidente de carro que tirou a vida da Lady, Mohamed de fato se tornou o proprietário da residência de Edward VIII e Wallis Simpson, o Duque e a Duquesa de Windsor.

Assim como o episódio mostra, o magnata comprou a casa francesa após a morte de Wallis, em 1986. Aos 93 anos, Mohamed ainda é o dono do lugar até os dias de hoje.

A dinastia Romanov até hoje desperta interesse do público por ter sido um dos governos mais importantes da história da Rússia. E eles são mencionados no sexto episódio da quinta temporada de The Crown, que indica no início que a família real britânica possui laços sanguíneos com os Romanov. O capítulo até mostra o Príncipe Philip usando seu DNA para tirar a dúvida sobre essa história.

A resposta para essa questão é que, assim como a série mostra, realmente existe um parentesco entre os Romanov e a família da Rainha Elizabeth: Maria Feodorovna, que casou como czar Alexander da Rússia, foi a irmã da Rainha Alexandra, a bisavó da Rainha Elizabeth II. Assim, o filho de Maria com Alexander, Nicholas, que foi o último governante da Casa no poder, é o primo do Rei George V, o avô de Elizabeth II.

Existe uma entrevista que a Princesa Diana concedeu ao jornalista Martin Bashir, em 1995, que causou uma bela comoção na época em que foi transmitida por tratar do término de seu casamento com o Príncipe Charles. Parte de um programa documental da BBC, o momento foi representado na quinta temporada de The Crown, e mostra Lady Di avisando a Rainha Elizabeth II sobre a polêmica entrevista antes de sua exibição.

Porém, não foi bem isso que aconteceu na vida real. Na verdade, quem notificou Elizabeth II sobre a entrevista foi Patrick Jephson, o secretário particular de Diana. A notícia chegou aos ouvidos da Rainha apenas momentos antes do programa ir ao ar, conforme relatado por Patrick em uma entrevista ao The Telegraph.

O tal telefonema vazado realmente aconteceu na vida real. A transcrição da conversa íntima entre Charles e Camilla Parker Bowles, com quem ele se relacionava “em segredo” na época, veio à tona em 1993, embora tenha sido gravada em 1989.

Popularmente conhecida como Tampongate (referência ao escândalo jornalístico Watergate que culminou na renúncia de Richard Nixon à presidência dos EUA, em 1974), o telefonema causou um enorme escândalo no período por expor a intimidade do casal. Em certo momento, Charles até dizia que gostaria de reencarnar como um absorvente, pois assim poderia viver dentro das calças de Camilla. É por isso que o caso ficou conhecido como Tampongate, já que “tampon” significa absorvente em inglês.