“Não é uma história de origem. Irá focar no Superman equilibrando sua herança kriptoniana com seu lado humano. Superman representa a verdade, justiça e o ‘jeito americano’. Ele é a bondade em um mundo que acha que bondade é algo do passado”, explicou Peter Safran.

Com previsão de chegar aos cinemas no dia 11 de julho de 2025, Superman: Legacy irá marcar o início do novo Universo DC nos cinemas, TV, jogos e animações. O plano de James Gunn e Safran para o filme não é recontar a história de origem do herói como vimos anteriormente, mas mostrar um lado ainda não visto do Homem de Aço.

Além do título e data de estreia, não há outras grandes informações sobre o filme. Questões como elenco e personagens que estarão presentes na trama permanecem um mistério, porém, se sabe que o longa será escrito por Gunn.

Grandes Astros é a única obra que foi citada por Gunn como inspiração até o momento. Em uma coletiva, o roteirista e diretor comentou que é “um grande fã de Grandes Astros: Superman” e que o novo filme terá bastante inspiração do quadrinho.

Escrito por Grant Morrison e com arte de Frank Quitely, Grandes Astros traz uma das histórias mais tocantes do herói. Nela, após fazer o resgate de uma missão tripulada ao Sol, Superman é exposto à radiação solar e, por conta disso, tem pouco tempo de vida. Lex Luthor então revela seu plano de dominação mundial e o herói precisa impedi-lo mesmo estando diante dos últimos dias de sua vida.

Claramente, o filme não deve tocar no ponto “mortal” desta história do Superman. Pelo contrário, o Kal-El de Gunn terá apenas 25 anos no filme e será mostrado como um jovem com uma extensa carreira pela frente. Mas, o tom de “sacrifício” do quadrinho com certeza chegará às telas do cinema.

Ainda sobre clássicos que abordam como Superman se tornou um messias na Terra, temos Superman: Paz na Terra. Escrita por Paul Dini e com arte de Alex Ross, o quadrinho traz o kritptoniano enfrentando a fome mundial. Após ver uma pessoa desnutrida precisando de ajuda, Kal-El decide percorrer o mundo em um dia, levando alimento para os mais necessitados.

O mais animador se caso Gunn utilizasse Paz na Terra como inspiração seria vermos a ingenuidade do herói. Em uma época onde a sociedade está afundada em problemas sociais, econômicos e políticos, ver Superman tentando resolver algo tão simples e complexo como a fome traria ainda mais camadas a sua história.

Quatro Estações é o quadrinho que menos se encaixa na descrição de Gunn e muito disso se deve por ser uma história de origem. Escrita por Jeph Loeb, Tim Sale e Bjarne Hansen, aqui temos uma visão única e profunda sobre os primórdios do Superman.

Acompanhamos os primeiros passos de Clark, sua vida na pequena Smallville e a interação com seus pais adotivos. O que se destaca e seria uma boa adição ao filme de Gunn é sua chegada à Metrópolis e a trajetória do Homem de Aço, explorando cada aspecto humano que compõe a sua força, caráter e determinação.

Mas, não é apenas dos clássicos que Gunn pode tirar inspiração. Grant Morrison e Rags Morales trouxe uma versão disruptiva do herói no reboot de 2011 da DC Comics, os Novos 52.

Aqui, o kriptoniano utiliza apenas uma calça jeans e blusa, não sabe voar e está começando a entender o que pode representar para a sociedade. Um dos pontos altos da história é como Superman está nos primórdios do cargo de “defensor dos oprimidos”, precisando fugir das autoridades para enfrentar a corrupção por trás da justiça e, ao fim, ainda enfrenta Brainiac.

“Em troca deste mundo, estou lhe oferecendo o universo”, diz Brainiac em Stolen Memories, episódio 8 da primeira temporada de Superman: A Série Animada. Neste episódio em que conhecemos a inteligência artificial Brainiac, Superman precisa fazer uma escolha: continuar servindo como Homem de Aço da Terra ou explorar os confins da galáxia ao lado da única fonte de conhecimento sobre Krypton.

Mais do que apenas uma história de apresentação, a animação dá espaço para Kal-El conhecer o seu passado e compreender que está longe de ser o único descendente de Krypton na galáxia. Pode não ser ortodoxo adaptar um episódio animado, mas muito desse enredo poderia ser aproveitado para o cinema.

Outra forma de explorar a origem kriptoniana de Clark Kent é através da sua maior fraqueza: a kriptonita. Em Superman: Kryptonite, escrita por Darwyn Cooke e com arte de Tim Sale, temos um jovem Superman com uma história carregada de drama e com direito a uma kriptonita falante.

Aqui, o minério que enfraquece o herói tem uma voz e age como o narrador da história. Mais do que um conceito criativo, a pedra de Superman: Kryptonite apresenta uma problemática para Kal-El: o alienígena percebe que mesmo sendo “super”, ainda é mortal.

A única confirmação ao redor de Superman: Legacy é que não será uma história de origem e que, por isso, irá explorar novos campos na vida e carreira do herói. Pensando nisso, uma boa história a ser adaptada seria Superman and the Legion of Super-Heroes (Superman e a Legião dos Super-Heróis) de 2008.

Escrita por Geoff Johns e com arte de Gary Frank, nesse quadrinho de 2007 encontramos um Superman pré Crise nas Infinitas Terras. A história o coloca em uma viagem temporal para o século 31 e faz dele parceiro de personagens como Brainiac 5, Vésper, Colossal e outros. No processo, a origem kriptoniana de Kal-El é questionada e ele precisa não apenas enfrentar fortes vilões, mas também reconquistar a humanidade.