A premissa da HQ e do filme é exatamente a mesma. Acompanhamos uma história alternativa em que a nave do Superman cai na União Soviética, fazendo com que ele seja criado a partir de ideais comunistas. Como resultado, o longa acompanha um Superman com todos os seus poder-poderes, mas com ideologias completamente diferentes das que conhecemos.

Quem assume o controle dos Estados Unidos é ninguém menos que Lex Luthor, e é claro que as duas potências mundiais vão entrar em rota de colisão uma com a outra sob o comando do Superman e de seu arqui-inimigo.

Fiquemos aqui com a primeira grande mudança do filme em relação ao quadrinho. Na história original, Superman e Joseph Stalin compartilham de um bom relacionamento, até que o político é morto envenenado, fazendo com que o alienígena acabe precisando assumir seu lugar como líder da União Soviética.

No filme, as coisas são bem diferentes, já que Superman e Stalin tem uma relação mais conturbada, com o herói questionando algumas atitudes antiéticas do ditador. Em um determinado confronto, Superman desintegra o homem com sua visão de calor, o que faz com que ele assuma então o país e o compromisso de espalhar a influência do estado soviético.

Enquanto nos quadrinhos Lana praticamente não aparece, no filme ela tem uma participação maior, sendo a razão pela qual o Superman decide usar seus poderes para servir seu país.

No longa, Lana é uma das prisioneiras que o herói resgata dos campos criados por Stalin. Quando ele a encontra, ela está à beira da morte, mas não se vai antes de pedir que ele seja o herói inspirador que eles precisam. Nos quadrinhos, sua participação se resume a uma conversa com o herói na fazenda, onde ele relembra que ela foi sua paixão de infância.

Na HQ, Lex traça vários planos para derrotar o Superman. Um deles envolve a união de vários vilões, que incluem Apocalypse, Parasita, Metallo e mais. Quando esse plano vai por água abaixo, Lex e o governo americano ressurgem com o apoio da Tropa dos Lanternas Verdes liderada por Hal Jordan, um ex-prisioneiro de guerra. A Tropa também é derrotada pelo Superman.

No filme, porém, não há todos esses vilões, e sim um único, o Superior Man, uma espécie de clone malvado do Superman, controlado por Lex. Aqui também há a união com a Tropa, mas além de Hal Jordan, vemos John Stewart e Guy Gardner, que não estavam nos quadrinhos. No filme, o Superman também tem uma abordagem muito mais cruel com eles, chegando até mesmo a matar alguns.

Se nos quadrinhos de Entre a Foice e o Martelo, o Batman já era um cara louco e extremamente traumatizado, que faz aliança com o assassino dos seus pais e com Lex para derrotar o Superman, no filme, o cara está à beira da psicopatia.

No longa, ele explode museus na Rússia e mata várias vidas inocentes a fim de provocar o Superman. Em determinado momento, ele chega a prender a Mulher-Maravilha com o próprio laço da heroína a instruindo a se matar caso o Superman o machuque.

A história original mostrou o Superman e a Mulher-Maravilha como possíveis interesses românticos um do outro. Mas no filme, a heroína se mostra firme ao sugerir que suas orientações sexuais não são compatíveis.

Após o Homem de Aço assumir o poder, ele convida Diana para uma visita a Rússia na tentativa de criar uma parceira em busca da paz mundial. Em determinado momento, eles dançam juntos e o herói parte para beijá-la. É quando Diana o para e afirma que como ela vive em uma ilha apenas de mulheres, é elas que lhe interessam.

O Superman derrota a Mulher-Maravilha e as Amazonas nos quadrinhos, cegando a heroína com seus raios de calor. Mas no filme, há uma abordagem mais diplomática.

Nele, a Mulher-Maravilha aparece para convencer o Superman a não matar os Lanterns e destruir os Estados Unidos. Ela não tem um exército com ela, e sua única intenção é de que o Homem de Aço se lembre do que significa ser um embaixador global. No entanto, ele tenta dar um soco nela, e sem vacilar, ela admite que não vale a pena e que aquela seria a última vez que ela falaria com ele.

Nos quadrinhos, a Terra escapa do pior, e o Superman está aparentemente morto. Lex cria uma verdadeira filosofia, o luthorismo e forma os "Estados Unidos Global", um movimento decisivo para a humanidade, que entra em uma era sem precedentes de paz e estabilidade. Lex preside uma série de realizações científicas, incluindo a cura de todas as doenças conhecidas e a colonização do sistema solar. Ele vive para mais mais de mil anos. No funeral de Lex, é revelado que Superman sobreviveu à explosão do nave de Brainiac.

Bilhões de anos no futuro, a Terra está sendo dilacerada pelas tensões das marés do sol, e o descendente distante de Luthor, Jor-L, envia seu filho pequeno, Kal-L, para o passado, causando efetivamente um paradoxo temporal de predestinação e tornando assim o Superman descendente de Luthor e Lois.

No filme, esse paradoxo temporal não ocorre. Aqui, Lex revoga sua presidência. Não há nada tão épico e nefasto quanto nas HQ. Não há volta no tempo. No fim, em uma cerimônia em frente ao Capitólio, o Supeman disfarçado observa a multidão enquanto Luthor anuncia sua renúncia à Presidência, a fim de passar mais tempo com Lois, entregando os Estados Unidos ao vice-presidente James Olsen.

Superman: Entre e a Foice e o Martelo foi lançado digitalmente em 25 de fevereiro de 2020 e será lançado em 4K Ultra HD e Blu-ray no dia 17 de março de 2020. No Brasil, ainda não há uma data para a chegada do filme.

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