Logo no começo do filme temos uma das cenas mais belas de Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis. Em busca de Ta Lo, Wenwu (Tony Leung) acaba se deparando com uma guerreira que não consegue derrotar: Jiang Li (Fala Chen), com quem acaba se casando e tendo dois filhos.

A luta dos personagens é algo lindo de se ver, pegando referências de filmes de wuxia como O Tigre e o Dragão, eles lutam em uma coreografia belíssima que mais parece uma dança, isso enquanto usam poderes, mostram suas habilidades de luta e fazem acrobacias que deixam qualquer um de boca aberta.

Ainda no início do filme, já temos uma ótima chance de Shang-Chi mostrar ao que veio, com uma coreografia que lembra muito os melhores momentos de Jackie Chan em seus filmes. Muitas acrobacias, diversão e movimentos complicados.

Além disso, é bem interessante notar que o filme não foi por uma rota óbvia e escolheu um ônibus (e não um bondinho) para uma luta em um veículo público em São Francisco. Isso, junto de todos os momentos de confusão no meio da luta, com jaquetas e barras laterais sendo usados pelo herói para ganhar vantagem.

Após encontrar sua irmã, Xialing, no Clube das Adagas Douradas, Shang-Chi e Katy são atacados pelos Dez Anéis e o Mercador da Morte. O que temos a seguir é uma luta incrível cheio de acrobacias elaboradas dentro e fora do prédio, com Shang-Chi e Xialing lutando juntos contra vários ninjas.

A cena também serve para mostrar como Shang-Chi possui um lado sombrio, quando ele quase acaba assassinando o Mercador do Poder, após ter sofrido quando criança nas mãos do misterioso personagem. Isso sem falar na beleza da cena em que os dois lutam na frente da placa de neon.

Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis é, acima de tudo, um filme sobre família. Mesmo com a família do herói titular sendo o foco, ainda vemos um pouco da relação de Shang-Chi com a família de Katy logo no começo da trama e é bem interessante notar como as cenas se relacionam e dizem bastante sobre os personagens.

Com a família de Katy, Shang-Chi se sente em casa, ele come, brinca e ri com a mãe e avó de sua amiga, em um ambiente divertido e caótico no qual cada um fala por cima do outro e sempre algo está acontecendo. Já no jantar com sua irmã e Wenwu, ele está muito mais sério e desconfortável, tudo é mais estável e parado; Xialing explica como a melhor coisa a se fazer é sempre se manter em silêncio e a figura autoritária de Wenwu tem uma clara posição de poder ali.

Após fugirem da fortaleza dos Dez Anéis, Shang-Chi, Katy, Xialing, Trevor e Morris chegam à Ta Lo e ali temos um deslumbre visual de seres mágicos belíssimos, todos inspirados em espíritos do folclore chinês e mostrados de uma forma muito cuidadosa e emocionante.

A dimensão apresentada é cheia de cores, luz e muitos seres adoráveis, belos e majestosos. Logo após descobrimos mais sobre o lugar e seus habitantes, mas esse primeiro vislumbre de Ta Lo é excelente.

Após chegar em Ta Lo, os heróis começam a se preparar para a invasão de Wenwu e, no meio disso tudo, Shang-Chi conversa com sua tia, Ying Nan, interpretada por Michelle Yeoh. Ela explica para ele como ele conseguirá vencer o pai, usando o estilo de luta que sua mãe lhe ensinava quando criança.

Toda a cena é bem bonita e marca ainda mais a importante questão de família e aceitação que o filme traz, com Shang-Chi cada vez mais aceitando suas origens e o fato de que ele possui traços tanto da mãe, quanto do pai.

Com Awkwafina e Simu Liu ambos tendo uma ligação muito forte com a comédia, era de se esperar que eles fossem bastante divertidos no filme, porém, em um dos momentos mais emocionais da história, ambos conseguem mostrar que também são excelentes atores de drama.

Antes da fatídica batalha contra os Dez Anéis, os dois conversam em Ta Lo e Shang-Chi revela para sua melhor amiga que matou o homem responsável por assassinar sua mãe, além de dizer para ela que, no dia seguinte, ele também terá que matar o próprio pai.

É uma cena de partir o coração, que fica ainda melhor com as excelentes atuações dos dois atores.

Já mais próximo do final do filme, Shang-Chi finalmente enfrenta seu pai, que está sendo manipulado pelo Morador nas Trevas. Com uma coreografia excelente e efeitos ótimos, a cena é emocionante, mas bastante divertida e consegue entreter o espectador.

O ponto alto é quando Shang-Chi finalmente consegue aceitar sua descendência e passa a lutar de uma forma que mistura tanto o estilo de sua mãe quanto de seu pai, somente assim conseguindo derrotar Wenwu.

E por fim, dois momentos excelentes do filme são suas cenas pós-créditos. Com a participação de Wong, Bruce Banner e Capitã Marvel, a primeira mostra Shang-Chi e Katy recebendo suas boas vindas à vida heróica e descobrindo que existe mais do que apenas um grande poder nos Dez Anéis.

Já a segunda traz justiça para Xialing, que finalmente assume o posto que merece como líder dos Dez Anéis e treina um exército particular, que agora também traz mulheres. Após acompanharmos toda a trajetória dela no filme, é bastante satisfatório ver ela sentada no trono e em uma posição de poder.

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