Senna: O que é real e o que é falso na série da Netflix

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Senna: O que é real e o que é falso na série da Netflix

Por Equipe Legião dos Heróis

Considerado o herói nacional, o piloto Ayrton Senna deixou um legado inesquecível na história do Brasil e do esporte com uma trajetória impressionante repleta de prêmios e glória. É justamente essa jornada que a série Senna, lançada recentemente na Netflix, narra ao público da atualidade, percorrendo os grandes momentos da carreira do tricampeão mundial da Fórmula 1, assim como relacionamentos que marcaram sua vida.

Mas será que tudo que vemos na série é real mesmo? Nesta lista, você vai descobrir o que é verdade e o que é ficção em Senna. Mas antes vale ressaltar que a lista foi feita com o auxílio de informações do G1, da BBC Brasil e da CNN Brasil. Vamos lá?

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A jornalista Laura Harrison não existiu de verdade

Interpretada pela atriz Kaya Scodelario, a jornalista britânica Laura Harrison, que é uma das personagens principais da série, não existiu na vida real. A repórter que acompanha vários momentos importantes da trajetória de Ayrton, na verdade, foi uma criação da Netflix e funciona como uma representação de profissionais da área que acompanharam o piloto na época.

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A corrida vencida com fita adesiva realmente aconteceu

Muitos momentos da trajetória de Ayrton Senna parecem ficção de tão impressionantes que são. Um desses acontecimentos incríveis que Senna mostra* é quando o piloto venceu a Fórmula 3, em 1983, usando fitas adesivas na entrada de ar do radiador do carro.

Com uma temporada marcada por uma forte rivalidade com o piloto inglês Martin Brundle, favorito da competição, Senna e sua equipe apelaram para uma tática inusitada e bastante perigosa para fazer com que o carro ficasse mais veloz e, assim, o piloto conseguisse vencer a disputa.

A tática era justamente colocar fitas adesivas na entrada de ar do radiador, pois isso faria com que o óleo se aquecesse mais rápido para o carro atingir um ponto excelente já na primeira volta da corrida.

Na vida real, porém, Senna não fez isso no "improviso", como a série mostra. Na verdade, o piloto praticou por semanas o momento de tirar as fitas adesivas durante a prova – e ele conseguiu fazer isso lá pela sexta volta quando finalmente conseguiu arrancar as fitas com a mão.

O final dessa história é o mesmo da de Senna: Ayrton venceu a Fórmula 3, abrindo caminho para a Fórmula 1, seu maior sonho.

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Ayrton Senna realmente quase venceu a icônica corrida na chuva da Fórmula 1 em Mônaco

A estreia de Ayrton Senna na Fórmula 1 realmente foi tão marcante quanto a série da Netflix mostra. Um momento inesquecível dessa estreia aparece logo no segundo episódio da produção, que narra a emocionante corrida na chuva na largada de Mônaco, em 1984.

Dirigindo um carro da pequena Toleman, Ayrton fez uma corrida histórica durante o Grande Prêmio de Mônaco, que aconteceu embaixo de uma chuva intensa que provocou atrasos e vários acidentes na prova.

Mesmo nessas condições, e ainda largando em 13º, Senna fez milagre na pista ao ultrapassar diversos carros, encurtando a cada volta a distância entre seu carro e a McLaren do francês Alain Prost, o líder da corrida.

Até que, em certo momento, Prost começou a pedir pelo interrompimento da prova por causa da chuva – o que de fato aconteceu. Após ver a bandeira que sinalizava o encerramento da corrida, Prost parou seu carro antes da linha de chegada, o que fez Ayrton, que vinha logo atrás dele, ultrapassasse o marco.

Como o episódio de Senna mostra, Ayrton realmente não foi o vencedor do Grande Prêmio de Mônaco, mesmo cruzando a linha de chegada primeiro. Isso porque, segundo as regras, o piloto que estivesse na frente na volta anterior da interrupção (ou seja, Prost) seria considerado o vitorioso.

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A batida em Mônaco de 1988 foi uma grande derrota para Senna na vida real

Mônaco foi palco de grandes vitórias da carreira de Senna, mas também de derrotas marcantes. Uma das mais lendárias aconteceu em 1988 e foi retratada de acordo com os fatos da vida real na série da Netflix.

Pilotando dessa vez pela McLaren, Ayrton estava com a pole position nas mãos depois de fazer uma volta 1,5 segundo mais rápida que a de seu rival, Alain Prost, que na época também era seu colega de equipe. Mas, mesmo com Senna saindo na frente na corrida e fazendo voltas cada vez mais velozes, a prova tomou outro rumo.

O que aconteceu foi que, em meio ao desejo de vencer a corrida do jeito mais veloz possível, o piloto brasileiro bateu o carro sozinho na entrada do icônico túnel da pista de Mônaco depois de cometer um erro.

Para a infelicidade do piloto, Ayrton se viu obrigado a abandonar a prova depois da batida, e Prost acabou vencendo o prêmio.

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A vitória com uma marcha durante a corrida de Interlagos, em 1991, aconteceu de verdade

Mais um acontecimento que poderia ser obra da ficção na série da Netflix mas não é diz respeito à corrida em que Ayrton venceu usando apenas uma marcha no carro. O momento lendário aconteceu em 1991 durante o Grande Prêmio de Interlagos, aqui no Brasil.

O que aconteceu foi que, no meio da prova, as marchas do carro de Senna simplesmente pararam de funcionar, e o piloto teve que completar a prova usando apenas a única marcha que ainda estava na ativa.

Por mais incrível que pareça, Ayrton realmente saiu vitorioso da prova em Interlagos, ficando apenas três segundos na frente de Ricardo Patrese, que vinha ameaçando uma ultrapassagem em Senna depois que o carro do inglês Nigel Mansell, o segundo colocado, quebrou.

A falha nas marchas, porém, causaram danos físicos no piloto, que sofreu com espasmos musculares devido ao esforço feito para manter o carro na prova. A foto que você vê acima ficou marcada na história do esporte justamente por Senna mal ter conseguido levantar a taça devido às lesões.

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A rivalidade com Prost realmente rendeu duas batidas icônicas na história da Fórmula 1

Retratadas na série da Netflix, há duas batidas na carreira de Ayrton Senna que aconteceram de verdade graças à rivalidade do piloto com o francês Alain Prost. Ambas aconteceram no Japão nos anos de 1989 e 1990.

A primeira, de 1989, foi extremamente polêmica tanto para a história da Fórmula 1 quanto para a carreira de Senna. O GP em questão era o do Japão, que foi realizado no circuito de Suzuka com Prost na liderança. Senna, por sua vez, precisava vencer a corrida para continuar lutando pelo título mundial, o que o fez seguir na cola do piloto francês.

Até que, durante uma tentativa de ultrapassagem apertada de Senna, os dois carros bateram, já que nenhum dos pilotos queria ceder espaço. Prost abandonou a corrida, mas Senna voltou para a disputa, vencendo a prova.

Contudo, o piloto brasileiro foi desclassificado da corrida em Suzuka depois que a comissão definiu que ele teria ganhado uma vantagem ilegal depois de cortar a chicane – a curva onde o acidente aconteceu –, voltando para a corrida em um ponto mais à frente de onde a batida tinha acontecido.

Já a batida de 1990, também no GP do Japão, local onde o campeão daquele ano seria definido, reverteu o cenário para Senna, que saiu vitorioso da prova depois de uma colisão com Prost logo na primeira curva. O francês abandonou a prova novamente e, desta vez, Senna conseguiu a vitória do título mundial.

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Os relacionamentos amorosos de Ayrton Senna

Outro ponto importante de Senna é a representação dos relacionamentos amorosos que Ayrton teve em vida. Três deles foram marcantes aos olhos do público, embora apenas dois tenham ganhado uma maior relevância na série: o casamento com Lilian Vasconcellos e o namoro com Xuxa, a icônica apresentadora conhecida como Rainha dos Baixinhos.

Interpretada por Alice Wegmann na produção da Netflix, Lilian foi casada com Senna entre os anos 1981 e 1983. Os dois eram amigos de infância, e ela foi a única mulher com quem o piloto foi casado até eles se divorciarem.

Xuxa, por sua vez, que é interpretada pela atriz Pâmela Tomé na série, também foi um relacionamento marcante da vida de Ayrton. Os dois namoraram de 1988 a 1990 e formaram um dos casais mais icônicos e populares da época.

Já o terceiro relacionamento amoroso da vida do piloto que, embora esteja presente na série por meio da interpretação da atriz Julia Foti, não recebeu tanto destaque foi o namoro com a apresentadora e ex-modelo Adriane Galisteu.

Lembrada como o “último amor” de Senna, Galisteu foi namorada do esportista entre 1993 e 1994, este último sendo o ano da trágica morte de Ayrton. Apesar da importância na vida real, a apresentadora só aparece por pouquíssimos minutos na produção da Netflix, algo que pode ter sido motivado pela polêmica relação entre ela e a família de Senna após o falecimento do piloto.