Nos quadrinhos de Sandman, os Perpétuos é o nome dado a sete entidades antropomórficas que representam forças da natureza. Eles não só simbolizam esses fenômenos, como também são os responsáveis por eles. Os sete são filhos de duas entidades cósmicas muito poderosas: a Noite e o Tempo.

Eles se consideram irmãos e agem como se fossem uma família. Cada um dos Perpétuos possui seu próprio reino, onde eles possuem soberania absoluta. E em cada um desses reinos, há uma galeria contendo os símbolos e sigilos dos seus demais irmãos. Seus nomes são: Sonho, Desejo, Desespero, Destruição, Delirium, Destino e Morte.

Uma curiosidade interessante é que, em inglês, seus nomes começam com a letra "D" (Dream, Desire, Despair, Destruction, Delirium, Destiny e Death), Infelizmente, a tradução brasileira teve que fazer adaptações para o Sonho e a Morte, embora alguns fãs gostem de se referir a eles como Devaneio e Desencarnação, para manter a tendência do "D".

Apareceu pela primeira vez em: Sandman #1 (Prelúdios e Noturnos)

O grande protagonista da saga, Sonho é o terceiro Perpétuo por ordem de nascimento, mais novo apenas que Morte e Destino. Quando ele apareceu nos quadrinhos pela primeira vez, foi aprisionado por um feiticeiro que pretendia capturar a Morte, e escravizado por sete décadas. A libertação do Perpétuo é o mote principal do quadrinho de Neil Gaiman.

Ele possui uma pele pálida, cabelos bagunçados e olhos penetrantes, que brilham como estrelas. Sua personalidade é quase sempre arrogante e com um certo desdém com relação aos seres "inferiores". Rancoroso e distante, o Perpétuo fez inimizades com várias pessoas ao longo de sua vida, incluindo seus irmãos e alguns amores do passado.

Ele tem vários nomes, incluindo Morpheus, Oneiros, Príncipe das Histórias e Kai'ckul. Seu sigilo é o elmo que ele usa em suas batalhas, e seu reino é o Sonhar, que é o reino mais explorado ao longo de Sandman, e é habitado pelas criações de Morpheus, incluindo os sonhos e pesadelos, como o Verde do Violinista e Coríntio.

Na série da Netflix, Tom Sturridge dará vida ao personagem.

Apareceu pela primeira vez em: Sandman #8 (Prelúdios e Noturnos)

A segunda mais velha dos Perpétuos, Morte é retratada como uma garota divertida e leve, que frequentemente usa roupas góticas. Ela é a mais próxima de Sonho dentre todos os seus irmãos, e seu reino é pouco explorado nas HQs. Seu nome oficial nunca revelado, embora muitos se refiram a ele como "A Luz no Fim do Túnel".

Ao longo de Sandman, podemos ver a personagem "auxiliando" várias pessoas em sua passagem da vida para a morte. Frequentemente, ela precisa tranquilizar os mortos de que seu tempo na Terra acabou e que eles precisam fazer a passagem. Às vezes, ela também auxilia pessoas que desejam a morte, como foi o caso da Mulher Elemental.

Vale lembrar que, assim como todos os Perpétuos, Morte não tem uma forma definida - tanto que, até nos quadrinhos, ela já apareceu com várias formas diferentes. Seu símbolo e sigilo é o ankh, uma cruz egípcia que carrega vários significados, incluindo a imortalidade, e era sempre associada aos faraós do Antigo Egito.

A Morte será interpretada por Kirby Howell-Baptiste na série da Netflix.

Apareceu pela primeira vez em: Sandman #21 (Estação das Brumas)

A mais jovem dos Perpétuos, Delirium também é uma das mais queridas pelos fãs. Originalmente, seu nome era Deleite, mas em algum ponto de sua existência passou a se chamar Delirium, sem nenhum tipo de explicação. Ela é vista como uma menina jovem, de cabelos loiros e vermelhos, que tem um sério déficit de atenção.

Ela não consegue terminar frases sem mudar de assunto e muitos (inclusive alguns de seus irmãos) não conseguem entendê-la. Geralmente subestimada pela família, ela é uma das responsáveis por partir em busca do Perpétuo desaparecido, Destruição. Ela também nutre um carinho por Sonho, por mais que ele sempre a desconsidere e despreze.

Apesar de ser desprezada, Delirium sempre é protegida pelos irmãos, que fazem de tudo para que ela não se meta em encrencas. Seu sigilo é mutável e representa várias cores que podem tomar formas diferentes (e que ficam pretas quando ela está triste). Seu reino é tão caótico quanto sua mente, mas Sonho já conseguiu navegar por ele uma vez.

Apareceu pela primeira vez em: Sandman #10 (Casa de Bonecas)

Sem gênero definido, Desejo é gêmeo(a) de Desespero. Esse ser é a representação do desejo no universo - em suas várias formas, seja cobiça, o desejo sexual, o desejo material e etc. A grosso modo, Desejo simboliza a coisa que as pessoas mais anseiam em suas vidas - muitas vezes, algo que é virtualmente inalcançável.

Egoísta e persuasiva(o), Desejo sempre atraiu muitos problemas com seus irmãos, em particular Sonho, com quem nutre uma relação de rivalidade. Eles eram muito próximos no passado, mas alguma coisa aconteceu e acabou abalando essa relação. O seu reino se chama Limiar e tem a forma de uma estátua de seu próprio corpo.

O sigilo de Desejo é um coração de vidro. Seu visual quase sempre é andrógino e sem gênero definido, mas há uma predileção por roupas brancas e ternos. Seus cabelos são muito pretos e seus olhos possuem um certo brilho amarelado, que faz com que suas expressões sejam indecifráveis. Desejo quase sempre faz planos e maquinações em segredo.

Na série da Netflix, o personagem será interpretado por Mason Alexander Park, artista não-binário.

Apareceu pela primeira vez em: Sandman #10 (Casa de Bonecas)

Desespero é a irmã gêmea de Desejo e representa as ansiedades, os medos e angústias do universo. Ela é frequentemente vista como uma mulher obesa, de pele cinzenta e cabelos ralos, que anda sempre nua. A personagem aparece pouco ao longo de Sandman, quase sempre nas reuniões dos Perpétuos ou interagindo com Desejo.

Seu reino é conhecido como "O Reino Cinza" e toma o aspecto de uma vila cheia de névoa e neblina, com muitos espelhos flutuantes. Os seres que lá se aventuram podem olhar pelos espelhos e só verão Desespero olhando de volta. Ela também está frequentemente rodeada por ratos, com os quais está sempre interagindo.

Seu sigilo é um anel com um gancho, que ela usa para rasgar a carne de outras pessoas e de si mesma. É dito, ao longo de Sandman, que havia uma Desespero anterior e que ela foi morta - de modo que a personagem que vemos ao longo da saga é a segunda Desespero. Falaremos um pouco mais sobre isso em breve.

Desespero será vivida por Donna Preston na série de Sandman na Netflix.

Apareceu pela primeira vez em: Weird Mystery Tales #1, Sandman #7 (Prelúdios e Noturnos)

O mais velho dos Perpétuos, Destino passou a existir quando o primeiro ser capaz de ter um destino surgiu no universo. Ele está sempre andando com um livro, que contém o destino de todos os seres que existem, já existiram ou vão existir - inclusive de seus próprios irmãos e dele próprio. Seu reino é um Jardim, e ele é sempre visto trajando um manto com o capuz levantado.

Estoico e sisudo, Destino raramente manifesta grandes emoções. Ele também não costuma interferir no fluxo natural da vida, embora já tenha feito isso no passado. Acredita-se que nem tudo esteja escrito no livro do destino - e isso é provado quando lembramos que nem mesmo Destino sabia que Deleite se tornaria Delirium.

Seu sigilo é o livro, que ele carrega acorrentado ao seu próprio corpo. Por fim, uma curiosidade: ele é o único dos Perpétuos que não foi criado por Neil Gaiman, uma vez que sua primeira aparição se deu em Weird Mystery Tales #1, de 1972. Ele foi criado por Marv Wolfman e Bernie Wrightson, e só depois foi ressignificado nas páginas de Sandman.

Apareceu pela primeira vez em: Sandman Special (Fábulas e Reflexões)

O irmão do meio dos Perpétuos, Destruição é conhecido por seus outros nomes, como Olethros e "O Pródigo". Ele é conhecido por ter cabelos ruivos e longos, músculos e um rosto rústico. Porém, há cerca de 300 anos, o Perpétuo abandonou seu reino (e seus deveres como Perpétuo), em busca de uma vida mais simples.

Desde então, ele teve pouquíssimo contato com seus irmãos e passou a viver como artista, andando junto com um cachorro chamado Barnabas, que depois deu para sua irmã caçula, Delirium. Ele representa a ruína e devastação de tudo, a ação do tempo, das guerras e da decadência. Apesar disso, ele tem um apreço pelas artes, incluindo a poesia e a pintura.

Seu sigilo era sua espada e seu reino nunca foi mostrado nas histórias de Sandman. Quando ele abandonou os Perpétuos, levou consigo a sua galeria e os sigilos de seus irmãos, mas os mantém em um quarto trancado de sua casa, que ele chama de "Sala da Família". Ele é tido como um dos Perpétuos mais humanizados, junto com a Morte.

Toda a jornada de Morpheus em Sandman culmina em um evento trágico: ele se sacrifica em um confronto com as Fúrias. Contudo, em seu lugar, o Sonho deixa um herdeiro para tomar conta de seu reino. Essa pessoa é Daniel Hall, que foi uma criança concebida dentro do Sonhar. Ele é o atual Sonho e está nas HQs que fazem parte do selo Universo de Sandman.

Daniel Hall é um completo oposto de Morpheus em personalidade. Ele é um grande sonhador, é gentil e curioso e possui muitos medos com relação às responsabilidades do Sonhar. Seu visual consiste de trajes brancos cheios de detalhes, além de cabelos brancos que também são desgrenhados. Ainda assim, é dito que ele e Morpheus são duas facetas do mesmo ser.

Não é de hoje que temos mudanças nos Perpétuos e "novas versões" deles. Um exemplo disso é Desespero. Havia uma Desespero que fazia parte da família original, mas esta morreu há muitos anos por causas misteriosas e foi substituída pela segunda Desespero - que é quem aparece ao longo de vários momentos de Sandman.