Rua do Medo: Os melhores easter-eggs de terror da trilogia
Rua do Medo: Os melhores easter-eggs de terror da trilogia
A trilogia de filmes da Netflix é cheia de referências a clássicos do horror!
Nas últimas três semanas, os fãs de terror entraram em um completo estado de surto por conta da trilogia Rua do Medo, que chegou à Netflix. Nos filmes, vemos a história de uma maldição que se abate sobre a cidade de Shadyside, fazendo com que assassinos surjam de tempos em tempos e provoquem grandes massacres, tudo associado à história de uma suposta bruxa chamada Sarah Fier.
A diretora desses filmes, Leigh Janiak é grande fã de terror e, na trilogia, mostrou que é capaz de subverter vários clichês e estereótipos do horror, seja no slasher ou até mesmo no folk horror. Porém, ela carrega os três filmes de referências e homenagens muito belas a outros clássicos do terror – e é por isso que aqui selecionamos os 10 melhores easter-eggs a outros filmes de terror na trilogia Rua do Medo!
Rua do Medo
Para quem ainda não sabe, a trilogia Rua do Medo é inspirada na série de livros Fear Street, criada por R.L. Stine e publicada a partir do final dos anos 80 nos Estados Unidos. Embora os filmes não adaptem diretamente nenhuma história dos livros, eles se passam em Shadyside - que é o cenário proeminente em todas essas histórias.
Em 1994, podemos ver vários desses livros na livraria do shopping onde a história começa. Várias capas aparecem, e são creditados a Robert Lawrence (os nomes que compõem as iniciais de R.L. Stine). Ainda nessa livraria, temos também alguns livros famosos presentes, especialmente os que pertencem ao mestre do horror Stephen King.
Pânico
1994 funciona como uma grande homenagem para os filmes slasher produzidos na década de 90, sobretudo após o sucesso de Pânico. Não é à toa que o primeiro filme tem várias referências ao clássico atemporal de Wes Craven, a começar pela abertura que se assemelha bastante à cena inicial de Pânico, onde vemos Casey Becker (Drew Barrymore) morrendo.
Aqui, nós temos a morte de Heather, uma atendente da livraria do shopping, que é interpretada por Maya Hawke - o que foi uma grande surpresa, já que muitos acreditavam que ela seria uma das protagonistas dos filmes. E se isso não é o bastante, a própria roupa do assassino do filme (um traje de caveira) é inspirada no visual do Ghostface, da saga Pânico.
Halloween
Esse primeiro filme também carrega consigo várias referências a outras produções de terror, como por exemplo o clássico Halloween: A Noite do Terror, que gerou uma popular franquia com vários filmes - incluindo os remakes e reboots. O filme segue a história de Michael Myers, um assassino mascarado que só ataca na noite de Halloween.
Algumas das cenas mais famosas da franquia mostram Michael observando suas vítimas de longe, quase sempre do quintal ou da varanda de suas casas - e há algumas cenas assim bem evidentes em Rua do Medo: 1994, já que o assassino espreita de longe. Até mesmo os enquadramentos remetem às cenas icônicas de Halloween.
Castlevania
O primeiro filme segue Deena e seu irmão mais novo, Josh, enquanto se reúnem com amigos e tentam sobreviver a uma grande chacina na cidade de Shadyside. Josh é uma figura central do filme, e desde sua primeira cena podemos ver que ele é o nerd do grupo, sempre fazendo referências da cultura pop e ajudando a resolver o mistério.
Em determinado momento, nós vemos que ele está jogando algum jogo - e se trata de Castlevania: Bloodlines, jogo lançado em 1994. Essa inclusão faz sentido depois que Josh cita o Código Konami, além de ser curiosa já que a Netflix também possui em seu catálogo uma adaptação da saga de jogos.
Sexta-Feira 13
O segundo filme da franquia volta à década de 70 para contar a história de Ziggy Berman, a sobrevivente de um massacre no Acampamento Nightwing. Com isso, somos levados a uma série de referências a slashers de acampamento, uma variante muito popular do subgênero - cujo exemplo mais famoso talvez seja Sexta-Feira 13, de 1980.
O acampamento onde a história se passa é muito parecido com os que são cenário na saga de filmes de Jason Voorhess, com destaque para o lago e as cabanas - e isso tem um motivo: o longa foi gravado no Acampamento Rutledge, um lugar muito próximo do Acampamento Daniel Morgan, onde foi gravado o sexto filme do Jason...
Sexta-Feira 13: Parte 2
Aliás, falando no diabo, não podemos deixar de citar outra referência bem explícita à franquia Sexta-Feira 13, sobretudo ao segundo longa da saga que foi lançado em 1981. Como muitos de vocês sabem, Jason Voorhess só se tornou o principal antagonista da franquia a partir do segundo filme, já que sua mãe, Pamela Voorhess, é a assassina do original.
E embora Jason seja conhecido pela máscara de hóquei, essa peça só foi introduzida no terceiro filme da franquia. O visual do assassino de Rua do Medo: 1978 é mais próximo do visual que Jason tinha em Sexta-Feira 13: Parte II, com um saco de estopa na cabeça. É uma referência bem esperta que deve agradar os fãs da saga slasher.
Carrie, a Estranha
Em Rua do Medo 1978 temos mais menções a Stephen King, mas duas conexões são feitas com os livros do autor e os filmes que se basearam em suas obras. A primeira delas vem quando Ziggy prepara sua vingança contra Sheila, uma garota valentona no acampamento que decide fazer da vida da nossa protagonista um verdadeiro inferno.
Para isso, Ziggy prepara um balde cheio de bichos nojentos, como aranhas e baratas, e joga sobre a cabeça de Sheila quando ela fica presa no banheiro. A cena imediatamente nos remete a Carrie, a Estranha, no clímax quando Carrie é humilhada na frente de toda a escola, quando um balde cheio de sangue de porco vira sobre sua cabeça.
O Iluminado
A outra referência à obra de Stephen King vem mais ao final do filme, quando o assassino do acampamento usa seu machado para quebrar uma porta. Nessa cena, todo o enquadramento é idêntico a uma das cenas mais famosas de O Iluminado, filme que adapta o livro homônimo de Stephen King e que foi dirigido por Stanley Kubrick.
A cena do clássico em questão acontece quando Jack Torrance vai atrás de sua própria esposa e seu filho, que estão trancados em um banheiro do Hotel Overlook. Ali, Jack (interpretado por Jack Nicholson) é visto com seu machado, quebrando a porta sem dó, de um modo muito parecido com o assassino de 1978.
A Vila
O terceiro filme, Rua do Medo: 1666 já migra para um terreno sombrio ao retratar um pouco mais das origens de Shadyside, bem como a maldição da bruxa que recai sobre a cidade - e que, na verdade, não parte de Sarah Fier como muitos acreditavam. Por conta disso, o filme faz um grande uso de imagens e arquétipos do folk horror, ou terror rural.
O longa presta várias homenagens aqui e acolá, mas uma que chama muita atenção é quando uma porta é pintada com sangue (ou tinta vermelha, não dá para saber), se uma maneira bem similar ao filme A Vila, de M. Night Shyamalan. Essas marcações eram comuns no período que o filme se passa, mas a similaridade com o longa de 2005 não deixa de ser óbvia.
As Bruxas de Salém
Por outro lado, o terceiro filme parece ter uma conexão ainda maior com o filme As Bruxas de Salém, de 1996 - que por sua vez, é baseado em uma peça de Arthur Miller. O longa é protagonizado por Winona Ryder e Daniel Day-Lewis e se passa no período dos julgamentos de bruxaria em Salém... porém, isso é tratado de outra forma.
Aqui, vemos um verdadeiro caso febril de histeria coletiva e acusações sem fundamento em um vilarejo (e a peça original tentava trazer paralelos com a Guerra Fria e o medo dos comunistas). Em Rua do Medo: 1666, também há uma exploração dessa histeria coletiva e o pânico satânico, que é o que leva Sarah Fier a ser condenada injustamente.
A Hora do Pesadelo
Ao longo dos três filmes, podemos ver várias pichações em Shadyside, que anunciam a bruxa e como ela é responsável pela maldição. Inicialmente, é dito que Martin é o responsável por essas pichações, mas no terceiro filme descobrimos que elas são obras do Xerife Goode, que por sua vez herda o pacto que seu antepassado fez com demônios.
As pichações, por sua vez, formam uma cantiga sobre a lenda de Sarah Fier e como ela amaldiçoou sua própria cidade por séculos - e isso parece ser uma homenagem bem distante ao clássico A Hora do Pesadelo, onde há uma rima infantil cantada pelas crianças e que ajuda a construir Freddy Krueger como essa ameaça aterradora.
Outras referências
Apesar dessas serem as referências mais gritantes, a trilogia Rua do Medo é recheada de outros easter-eggs a produções famosas de terror, desde O Exorcista (uma das pichações na cabana de Ziggy no 1978 vem de uma referência direta ao filme) como também A Bruxa (1666 tem várias conexões narrativas com o filme de Robert Eggers).
E não para por aí. Temos também referências nominais a Stephen King no segundo filme da franquia, bem como algumas ligações com Stranger Things (que vão além da escalação de Sadie Sink e Maya Hawke em papéis principais). E para os caçadores de easter-eggs fora do terror, temos também homenagens a Star Wars e O Novo Mundo.