[REVIEW] My Hero One’s Justice – Será que o jogo foi feito por vilões?

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[REVIEW] My Hero One’s Justice – Será que o jogo foi feito por vilões?

Por Márcio Jangarélli

My Hero Academia é um dos maiores fenômenos da indústria japonesa dos últimos tempos. As aventuras de All Might, Deku, da UA e dos heróis com individualidades – ou dons – vem conquistando mais e mais fãs seja com mangá, anime ou filme; Assim, o próximo passo era, obviamente, uma versão em game desse universo.

Com essa febre mundial nas costas, será que My Hero One’s Justice realmente faz justiça para os fãs? Analisamos o jogo no modo história, missões, arcade e tudo mais, e trouxemos nossa análise para vocês!

ATENÇÃO: esta review contém SPOILERS do enredo do anime. O jogo segue uma parte importante da trama entre a segunda e terceira temporadas, estejam avisados.

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My Hero One’s Justice é o primeiro game para consoles da franquia My Hero Academia. Antes dele, porém, foi lançado My Hero Academia: Battle For All para Nintendo 3DS. O novo jogo já está disponível desde Agosto no Japão e chegou na semana passada no ocidente, lançado para PS4, Switch e, em algumas regiões, para Xbox One e PC.

Em resumo, One’s Justice é do gênero de luta em 3D que utiliza sistema de arena, muito comum em games baseados em anime/mangá. Ele possui modo história, missões, arcade, online, versus, treinamento, personalização de personagem e menu e é um jogo muito simples. Mais do que deveria na verdade.

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One’s Justice possui alguns acertos, sim, mas, considerando o peso de My Hero Academia hoje e o que esse universo proporciona para ser trabalhado, principalmente em um jogo de luta, ele é genérico, simples e repetitivo demais.

O maior plus ultra do game está em como ele explora o poderes de cada personagem. Considerando como cada individualidade é extremamente distinta, One’s Justice consegue delimitar nuances que vão fazer os jogadores fãs da franquia abrirem um sorrisinho.

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É muito legal, por exemplo, jogar com o Bakugou e usar as explosões para se esquivar e movimentar, ou ver como o gelo do Todoroki realmente congela o adversário, enquanto o fogo continua dando dano depois de acertar.

Personagens com individualidades menos combativas, como a Uraraka ou a Momo, também ganharam um tratamento muito bacana. Na verdade, é surpreendente como é divertido jogar com a Ochako e alguns heróis e vilões que não parecem tão brilhantes para um game de luta.

Outras funções, porém, não receberam esse tipo de atenção e são compostas de oportunidades perdidas. Muita coisa tem potencial podado e a jogabilidade é extremamente fraca, quando a aposta aqui aparentemente foi nos jogadores gostarem do produto por serem fãs do anime e não por uma boa experiência.

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O modo história recorta uma parte muito importante do anime/mangá pra usar - e dá pra entender o porquê do ponto inicial ser esse. Começamos com o Deku encontrando o Gran Torino, aprendendo a controlar o One For All.

É meio difícil imaginar a narrativa do jogo começar antes, quando o protagonista não conseguia nem lutar direito - e esse é o propósito, né? Ele caminha, então, pelo ataque em Hosu, o acampamento de verão e o sequestro do Bakugou.

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A proposta é interessante e divertida no começo. Porém, depois de pouco tempo, a narrativa se torna cansativa - não porque a história não é boa, mas já a conhecemos e existe uma variedade muito baixa de opções de batalha. Você acaba enfrentando o mesmo inimigo várias vezes sem mudança alguma. Aparentemente a dificuldade aumenta, mas nada muito perceptível.

Então a mesma coisa se repete de novo, de novo e de novo, com transições dubladas pelos voice actors originais que também começam legais também, mas depois ficam massantes e você só quer pular tudo logo. A batalha não compensa o tempo de narração e a narração não é divertida o suficiente para valer a espera.

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Depois que você finaliza o modo história, surge a opção de fazer a trajetória dos vilões. Parece bacana, mas a coisa só fica mais cansativa e sem nenhuma recompensa que valha seu tempo ali.

Algo bom do modo história são os “E se…” - batalhas divertidas, que não fazem parte do cânone do anime, e que mudam um pouco a dinâmica do que está rolando.

O erro de One’s Justice é não ir nada além do anime - e podá-lo também, afinal, muitos personagens e situações foram deixados de lado.

My Hero Academia tem um potencial enorme para expandir suas aventuras em games, assim como Dragon Ball faz. Existe a possibilidade de explorar torneios e modos diferentes dos tradicionais. Não é o que acontece aqui. Como dito, é tudo simples demais.

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Os outros modos são praticamente mais do mesmo. As missões possuem alguns desafios interessantes, o arcade trabalha o aumento de dificuldade por partida e jogar contra a IA do game é divertido, principalmente pelo trabalho das individualidades em batalha. Porém, a falta de diversidade do jogo em personagens, cenários, possibilidades de combos, etc, torna tudo muito parecido.

Jogar com os amigos ou online no multiplayer pode ser divertido, mesmo com todos esses problemas. No fim das contas, batalhar com as individualidades - dons, nessa tradução - é realmente legal e abre espaço para criar estratégias com personagens diferentes.

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Falando sobre a jogabilidade, é aqui o maior pecado de One’s Justice.

A câmera de batalha é bizarra, não acompanha o player 100% e faz você ficar perdido na arena. Não só isso, mas a quantidade de golpes é muito limitada e a capacidade de fazer combos e combinações é ridícula. O game ainda traz uma tentativa de batalha com personagens auxiliares - o que faz total sentido nesse universo - mas não explora essa opção direito e os ajudantes ficam quase de enfeite.

Os cenários são pequenos e simples também, confundindo ainda mais as coisas, com algumas tentativas de interação - destruição de objetos, mudança da luta para a parede (o que não faz muito sentido, mas é até divertido) - e fases de ring out perdidas ali no meio.

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Vale citar, ainda, que o jogo possui um sistema de personalização de personagens bem genérico. Você tem opções de frases diferentes para cada um, customização de uniformes, entre outras coisas, mas são opções muito simples e estranhas.

Por exemplo, você pode colocar orelhas de coelho no Deku - que não fazem parte do uniforme - ou colocar um mini-Mineta agarrado em todos os personagens. Os trajes mudam de cor e itens de outros personagens - até os que não estão no game - podem ser desbloqueados e vestidos, mas é só isso também, nada extraordinário.

Ah, e o game dá vários spoilers ALÉM do modo história. O Inasa entrou como jogador em uma DLC, quando a narrativa nem chega na apresentação dele, os poderes da Toga também são mostrados e existem itens de personalização já do Overhaul, que só deve aparecer mesmo na quarta temporada. Mancada.

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Independente de One’s Justice se propor a ser um grande game ou não, ele carrega o peso de uma franquia muito expressiva nas costas para se permitir algumas simplicidades. My Hero Academia possui um potencial MUITO grande para jogos, mas não foi dessa vez que ele foi explorado.

My Hero One’s Justice é divertido de jogar para quando você está livre, mas nada que dê para engajar realmente.

Deixamos 2 Dekus All Might para ele, pelas nuances de individualidade, voice actors originais e os modos além do história.