Algumas das piores temporadas de Power Rangers tentam surfar no sucesso do passado da franquia, sem trazer muita novidade. Power Rangers: Super Aço Ninja não faz muito além de reciclar o elenco de Aço Ninja, sem desenvolver seus personagens ou trazer algo significativo para a história. Parece uma sequência de episódios fillers que nunca chega a lugar algum. Uma pena.

A temática ninja foi utilizada à exaustão em Power Rangers ao longo dos anos e mesmo assim algumas temporadas conseguiram se destacar com pequenas inovações. Mas Aço Ninja falha em mostrar seu lado único. Galvanax até é um vilão divertido, mas o próprio elenco de rangers está longe de ser memorável.

Super Megaforce surgiu com a proposta de celebrar o aniversário de 20 anos da franquia e acabou caindo na armadilha de usar a nostalgia como uma muleta. O visual dos rangers é incrível, com golas que remetem a Era de Ouro dos piratas, e rever rostos conhecidos da franquia é sempre bom, mas a série não tem muito a oferecer além de fan service. Não é exatamente ruim, apenas preguiçosa.

Apesar de compartilharem muitos dos mesmos problemas,Megaforce acaba sendo um pouco mais consistente do que sua sequência, Super Megaforce. Ainda vemos uma grande reciclagem de conceitos antigos, como o guardião da Terra sendo um discípulo direto de Zordon, mas a nostalgia não é usada como um substituto para um enredo decente.

Essa foi a primeira temporada produzida pela Saban após reaverem os direitos com a Disney. Por consequência, o desenvolvimento de Power Rangers Samurai foi super corrido, o que se evidencia ao longo da temporada. Em geral, a série é uma adaptação engessada de Samurai Sentai Shinkenger, com diálogos medíocres e uma execução preguiçosa. Ainda assim, conseguiu trazer um dos finais mais empolgantes da franquia.

Power Rangers: Operação Ultraveloz foi uma tentativa de reinventar a série, com diversas ideias criativas, mas acabou se perdendo no caminho. A série leva os rangers em missões ao redor do mundo e tem outros conceitos interessantes, como o Ranger Mercúrio. Infelizmente, o elenco não é tão carismático e a série divide opiniões entre os fãs.

Power Rangers Dino Super Charge tentou seguir os passos de Dino Charge o máximo que pôde, mas falhou em reproduzir a fórmula de sucesso. Os heróis ainda são interessantes, a história é bem planejada, mas o enredo acaba se perdendo com um excesso de momentos pouco relevantes. Apesar dos defeitos, ainda é divertida.

O Resgate foi interessante na época em que lançou, mas comparando com a franquia como um todo, acaba não se destacando demais. Essa temporada aposta em uma equipe de resgate que enfrenta uma legião de demônios. O cenário teve uma leve mudança, com a cidade de Mariner Bay, e para a mitologia da série, agregou bastante, mas não é tão marcante quanto outras temporadas que lançaram perto da virada do milênio.

Um dos casos raros em que a sequência é melhor que o original. Agora que os produtores tiveram mais tempo para planejar as ideias da temporada, Power Rangers Super Samurai trouxe uma história muito mais coesa, com poucos episódios sem importância e uma evolução natural dos conceitos de Power Rangers Samurai.

Power Rangers: Dino Charge soube usar muito bem as gemas que transformam os protagonistas em rangers como um elemento narrativo que amarra toda a história. O resultado é um dos enredos mais gostosos de acompanhar, com um ritmo agradável e a adição de novos rangers de maneira orgânica ao longo da temporada.

Zeo foi um marco para a franquia, pois pela primeira vez os Rangers mudaram de uniforme, a sua origem de poder. Na época, esse foi um passo decisivo para firmar Power Rangers como uma franquia que perduraria por gerações. Por outro lado, a história é muito menos empolgante que Mighty Morphin Power Rangers e até seu sucessor, Turbo. Definitivamente foi um teste para entender a recepção do público a grandes mudanças.

A temporada mais recente de Power Rangers, Morfagem Feroz resgata conceitos interessantes do passado e atualiza para uma nova geração. O ponto alto é o elenco de rangers que, além de ser mais diverso que o comum, tem um desenvolvimento mais orgânico aproveitando melhor os episódios menos agitados. Dessa vez, os zords são andróides com uma personalidade abobalhada que dividiu opiniões.

Fúria da Selva é uma das temporadas mais divertidas da franquia, o que mascara muitos de seus problemas. No fundo é uma tentativa de reproduzir o sucesso de Força Animal e até que funcionou um pouco. O segredo foi trazer uma leve dose de ousadia, como mudanças corajosas nas cores clássicas dos Rangers.

Todo sucesso só foi possível graças a Mighty Morphin Power Rangers, a série clássica que consagrou a franquia ao redor do mundo. A sinergia do elenco original é difícil de superar, mas a qualidade das temporadas varia bastante. A originalidade da ideia disfarça uma primeira temporada fraca. A segunda, introduziu elementos muito importantes à história, e a terceira, fechou com chave de ouro o arco da Alameda dos Anjos.

Alien Rangers, a única temporada sem Power Rangers no nome, aproveitou o momentum da série clássica para consolidar a franquia na cultura pop. É a temporada mais curta, mas nenhum episódio é desperdiçado. Serviu de ponte para introduzir com calma os elementos de Power Rangers Zeo, testando a recepção do público.

Apostando em uma temática de carros, Power Rangers Turbo demorou para engatar, tentando reacender o interesse pelo elenco clássico da série. Mas quando a temporada trocou de marcha, com um novo elenco, acelerou para o estrelato. Turbo também foi responsável por um dos filmes mais memoráveis da série que marcou uma geração na Sessão da Tarde.

Os bonecos de Força do Tempo provavelmente foram uns dos mais populares no Brasil, mas a temporada também tem seu mérito. Dessa vez, um vilão invadiu a nossa era de um futuro muito distante e uma força tarefa de viajantes do tempo veio impedi-lo, os Power Rangers. Apesar de não saber aproveitar bem todos os personagens, a conexão entre as histórias de Jen, Eric e Wes é tão intensa que rende quadrinhos até hoje. Teve uma continuação espiritual na forma de uma campanha de RPG chamada Hyperforça.

Na Galáxia Perdida foi o recomeço da franquia Power Rangers. A partir daqui, a história não envolve mais Zordon. Na verdade, conhecemos defensores cósmicos escolhidos pelos Sabres Quasar para enfrentar a tirania de Scorpius. Essa temporada tem muitos elementos de odisséias espaciais, como Star Wars e Star Trek, que a tornam relevante até os dias de hoje.

O mais interessante de Power Rangers: Super Patrulha Delta é que os heróis não são os guerreiros mais habilidosos desse universo. Na verdade, eles são apenas os substitutos que precisam resgatar seus veteranos desaparecidos. Essa premissa permitiu que a série desenvolvesse alguns dos arcos de personagens mais impressionantes de toda a franquia.

Netos das bruxas que vocês não conseguiram queimar, os Power Rangers dessa temporada são literalmente magos. Força Mística trouxe um dos temas mais originais das versões modernas da franquia e executou de maneira espetacular, contando até mesmo com o retorno inesperado de Rita Repulsa. Os personagens secundários dessa vez adicionam bastante ao enredo. Vale a pena assistir de novo!

RPM marcou a última temporada em que a franquia tentou explorar um tema verdadeiramente novo. Dessa vez, a história se passa em meio a um apocalipse em uma dimensão alternativa. O cenário sombrio permitiu que a história explorasse caminhos mais sérios, sem perder o senso de humor. Uma das temporadas mais maduras que funcionam bem com o público mais velho.

Power Rangers no Espaço foi a conclusão épica para toda a saga dos escolhidos de Zordon, conectando todas as pontas soltas das temporadas anteriores. Mas nem todo esse fardo impediu a temporada de experimentar ideias novas. A vilã Astronema, por exemplo, provou ser uma das melhores da série até hoje.

A atuação pode não ser das melhores, mas Força Animal soube expandir os conceitos de Power Rangers como ninguém. A grande sacada da temporada foi conectar cada Ranger a uma orbe animal que invocava um zord diferente e trazia habilidades especiais. Ao longo da temporada, os Rangers conquistavam novos zords, revigorando o interesse na temporada. Foi quase como injetar o espírito colecionador de Pokémon na franquia.

Um dos motivo de tantas temporadas se inspirarem na temática ninja foi o sucesso estrondoso de Power Rangers: Tempestade Ninja. Essa temporada tem uma elegância similar aos melhores filmes da Marvel, equilibrando humor com uma narrativa mais séria. O trio de protagonistas também era carismático, o mentor, um porquinho da índia e os Rangers tinham poderes elementares, estilo Avatar: A Lenda de Aang. Tempestade Ninja tentou muitas ideias diferentes que funcionam bem juntas.

Dino Trovão é Power Rangers no seu melhor momento. A temporada aprendeu com o que há de melhor na série e usou isso para criar uma identidade única. A temática jurássica foi explorada de maneira exemplar, envolvendo até mesmo Tommy, da série original, que retorna como mentor.

Temos apenas três Rangers, com poderes e habilidades muito bem desenvolvidas, o que permite mais tempo para fortalecer a conexão entre eles de maneira orgânica. O ritmo da narrativa nunca chegava a ser cansativo, com novos o surgimento de novos dino zords e ameaças cada vez maiores. Um momento marcante na história de Power Rangers.