Exibida por 12 temporadas, a comédia Two And a Half Man é um grande exemplo de como desentendimentos nos bastidores podem afetar os rumos de um seriado. A polêmica ao redor da produção vai desde os escândalos midiáticos do ator Charlie Sheen, que foi demitido da série em 2011, até desavenças entre ele e Chuck Lorre, o criador da sitcom.

Na época, Sheen estava enfrentando uma dependência química, o que fez com que as gravações da oitava temporada de Two And a Half Man fossem interrompidas. A exigência da equipe era que o ator procurasse ajuda de uma clínica de reabilitação, mas não foi isso que aconteceu. Embora tenha manifestado interesse no começo, Charlie Sheen acabou fazendo declarações ofensivas para a produção do seriado, levando-o a sua demissão logo depois.

A medida resultou na substituição de Sheen por Ashton Kutcher, mas a troca não foi recebida com entusiasmo pelo público, e os índices de audiência começaram a despencar. Logo, não demorou muito para que a série chegasse ao fim, em 2012.

Outra série que também não escapou das intrigas de bastidores foi Um Maluco No Pedaço, a produção que alavancou a carreira de Will Smith em Hollywood. Lembrada com carinho até os dias de hoje, muita gente ainda deve se perguntar o motivo que fez com que a Tia Vivian trocasse de atriz no meio do programa sem maiores explicações. Bom, tudo não passou de desentendimentos nos bastidores.

Inicialmente, quem interpretava a personagem era a atriz Janet Hubert, que permaneceu na série durante três temporadas até ser substituída por Daphne Maxwell Reid. Mas por quê?

O motivo para a saída de Hubert foi um acúmulo de estresse por trás das câmeras. Além de estar passando por um momento difícil em sua vida, Janet acabou brigando com Will Smith e se desentendeu com outros colegas de trabalho. Para completar o clima nada amistoso, o estúdio tinha oferecido um péssimo acordo para a renovação de seu contrato, o que resultou em sua saída definitiva.

House of Cards foi uma das primeiras séries originais da Netflix que conseguiu se destacar entre a crítica especializada e o público. Lançada em 2013, a história segue a vida de um político sedento por poder, que foi interpretado pelo ator Kevin Spacey até ele ser demitido pela gigante do streaming, em 2017.

Isso porque Spacey se envolveu em uma série de escândalos na época após ser acusado por agressão sexual. As denúncias foram impulsionadas pelo movimento #MeToo, uma campanha contra o assédio sexual que surgiu em 2017 e que escancarou os crimes de outras personalidades no ramo, como os do produtor Harvey Western.

Em vista disso, Spacey foi demitido de House of Cards e “substituído” pela atriz Robin Wright, que interpretava a esposa de seu personagem e assumiu o protagonismo na sexta e última temporada da série.

Uma polêmica de bastidores que repercutiu bastante por aí foi a saída da atriz Ruby Rose da série Batwoman. Protagonista da produção na primeira temporada, Rose causou uma intensa comoção na internet após anunciar, em 2020, que sairia do programa.

A grande polêmica por trás dessa história é que, pouco tempo depois, a atriz usou suas redes sociais para denunciar condições inseguras nos bastidores de Batwoman. Na época, Rose alegou que tinha sofrido lesões enquanto gravava a produção e que tinha sido obrigada pelos produtores a retornar às filmagens 10 dias após realizar uma cirurgia de emergência.

Em resposta às acusações de Rose, a Warner Bros. refutou as denúncias da atriz, afirmando que ela tinha sido demitida por causa de seu comportamento nos bastidores.

Apesar do escândalo, o estúdio decidiu continuar com Batwoman, escalando a atriz Javicia Leslie para assumir o manto de Kate Kane a partir disso.

A série American Gods, a grande responsável por adaptar a consagrada obra homônima do escritor Neil Gaiman, também protagonizou dramas de bastidores na época de sua exibição.

Embora tenha sido um sucesso de crítica no começo, a série foi cancelada após sua terceira temporada pela Starz por causa de uma drástica queda de audiência. Muito disso veio das polêmicas que envolveram alguns membros da equipe por trás da produção.

Além de ter sofrido com várias trocas de showrunners ao longo das temporadas, os escândalos aumentaram ainda mais quando o ator Orlando Jones foi demitido. A medida provocou uma resposta de Jones, que usou as redes sociais para acusar Charles Eglee, o produtor executivo da terceira temporada, de racismo. A partir disso, o interesse por American Gods foi decaindo cada vez mais, resultando em seu cancelamento.

A comédia Community é bastante querida pelo público que não perde a oportunidade de ver uma sitcom, mas você sabia que os bastidores da série não foram tão engraçados assim? Tudo isso porque o ator Chevy Chase, o intérprete do Pierce, não era uma pessoa muito agradável no set de filmagens.

O ator deixou o programa durante a quarta temporada após se envolver em algumas polêmicas. Além de ter feito diversas críticas sobre Community, Chase fez um comentário racista durante as gravações de um episódio após se recusar a filmar a cena descrita no roteiro.

Na época, o ator não estava muito satisfeito com os rumos de seu personagem na trama, mas chegou a gravar algumas cenas a mais para a quarta temporada antes da conclusão. Logo depois, ele acabou deixando a série oficialmente.

Vale ressaltar que, o ator Donald Glover, que participou da série, revelou em entrevista ao The New Yorker, em 2018, que Chevy Chase de fato fazia comentários racistas no set como uma forma de desestabilizá-lo.

Grey’s Anatomy, a queridinha dos estudantes de medicina, também enfrentou alguns probleminhas nos bastidores. Com 19 temporadas atualmente, não é de se admirar que o programa tenha protagonizado algumas polêmicas ao longo dos anos, não é?

Um dos escândalos mais lembrados pelos fãs envolve a saída do ator Isaiah Washington e uma briga com Patrick Dempsey, o amado Dr. Shepherd. Isaiah foi demitido na terceira temporada da série após usar um termo homofóbico para se referir a T. R. Knight, o George, seu colega de trabalho.

Já o conflito com Dempsey aconteceu porque, segundo uma entrevista da estrela Ellen Pompeo ao New York Post, em 2013, Isaiah quase conseguiu o papel de Derek em Grey’s Anatomy, uma situação que pode ter agravado seu desgosto pelo par romântico de Meredith Grey na série.

Outra atriz da produção que se envolveu em algumas polêmicas foi Katherine Heigl, a Izzie. Além de ter criticado o formato de gravações dos episódios, Heigl retirou seu nome da disputa do Emmy de 2008 (ela já havia ganhado um prêmio na cerimônia de 2007 por sua atuação em Grey’s Anatomy) porque acreditava que não tinha recebido um roteiro bom o suficiente que justificasse uma indicação. Tudo isso e mais um pouco resultou em sua saída da série, na sexta temporada.

Se tem uma série que não poupou esforços com as polêmicas foi Glee. A produção musical de Ryan Murphy é lembrada com carinho até os dias de hoje, mas são tantos escândalos de bastidores que o amor é quase ofuscado pelos dramas e conflitos que aconteceram por trás das câmeras.

Entre os diversos rumores sobre desentendimentos, o mais conhecido envolve uma rivalidade entre as atrizes Lea Michele e Naya Rivera. O problema nesse caso foi porque o destaque que a personagem de Rivera estava recebendo no programa incomodava Michele, o que ocasionava intrigas.

Além disso, há boatos de que o comportamento de Lea nos bastidores não era um dos mais agradáveis. Samantha Ware, atriz que também participou da série, chegou a dizer uma vez que Michele “fazia da sua vida um inferno” na época.

A morte de Cory Monteith também chocou o mundo. Em 2013, o intérprete de Finn foi encontrado morto após sofrer uma overdose. No período, ele lutava contra a dependência química e até se afastou de Glee por um tempo para se recuperar em uma clínica de reabilitação.

Outro escândalo bem mais sério envolveu o ator Mark Salling, preso em 2015 por posse de pornografia infantil. Antes disso, ele já tinha sido acusado por assédio sexual em 2013. Salling se declarou culpado das alegações durante seu julgamento, em 2018, e foi encontrado morto pouco depois em sua cela, sugerindo um possível suicídio.