Um verdadeiro pesadelo que habita as praias de Kalos, Barbaracle não tem um ponto positivo sequer. Este Pokémon é composto por dois pedaços de pedra em que cresceram mãos com olhos — um monstro digno de um filme de terror dirigido pelo Guillermo Del Toro. Eu não gostaria de encontrá-lo em um labirinto. E ele nem compensa sendo poderoso. É apenas de uma feiura repugnante.

Provando que até mesmo as primeiras gerações tem seus defeitos, Probopass é um Pokémon introduzido em Sinnoh como a evolução do Nosepass. Um golem de pedra que aponta sempre para o norte com um nariz magnético é um conceito legal. Mas quem disse que crescer pelo de seu nariz ao evoluir seria uma boa ideia? Não chega a ser uma ofensa contra a humanidade, como outros, mas definitivamente é algo que não gostaria de ter por perto.

Bruxish, como todo Pokémon introduzido em Alola, serve um conceito sólido. Ele é inspirado em um peixe-porco específico que é o mascote do estado do Havaí, na qual sua região de origem é inspirada. E traz cores psicodélicas para confundir suas presas. Mas nem toda explicação do mundo seria capaz de contornar a estranheza de ver um peixe com dentes. Melhor continuar escondido no fundo do oceano.

Pokémon humanóides são sempre um tema de debate entre os fãs. Existem aqueles que defendem, outros que não suportam. Mas uma coisa é certa: todos acham Conkeldurr asqueroso. Timburr já era meio estranho, com suas veias saltando. E conforme este pequeno lutador construtor, amigo do proletariado, vai evoluindo… Sua aparência fica ainda pior, mais musculoso, com veias saltadas que formam um colete e uma barbicha de concreto perturbadora. É por criaturas como essa que Unova tem uma péssima fama…

Paldea introduziu uma das Pokédex mais fracas no quesito visual em muito tempo, com muitas criaturas que quebram as regras de design que a própria franquia havia estabelecido. Ainda assim, o vencedor entre os monstrinhos mais peculiares é Revavroom. Pokémon objeto são controversos por si só… Quando são inspirados no motor de um carro, a situação só piora. E nem chega a evoluir em um carro por completo em sua forma final, sendo apenas um grande amontoado de decepções.

Dois Pokémon inspirados em vulcões que surgiram em regiões diferentes e são igualmente horrorosos. Heatmor, de Unova, é um tamanduá com marcas de magma no corpo que fazem parecer com um bacon mal cozido. Enquanto Magmar, de Kanto, tem bico de pato, um corpo indefinido, e franjinhas que apenas lhe consagram como um dos visuais mais bregas da franquia. Ao menos o Entei e o Heatran provaram que podem surgir bons Pokémon de um vulcão, porque se dependesse desses dois…

Algumas atrocidades deveriam permanecer esquecidas no passado… Enamorus é uma Pokémon introduzida na região de Hisui, como era conhecido Sinnoh no início de seu processo de expansão. Ela surge para fechar o quarteto de lendários do clima, introduzidos em Unova, mas ao invés de mais um cara bombado voando em uma nuvem, ganhamos um alienígena rosa com marcas feias pelo corpo e uma pose debochada.

Não só o seu visual destoa completamente da coesão do grupo de lendários ao qual foi inserido, mas nem mesmo sua forma alternativa conseguiu salvar. Enquanto seus irmãos surgem em transformações ferais nobres — uma águia, um leopardo, um tigre — Enamorus surge como uma tartaruga com uma cobra enrolada nas costas como casco e um focinho bicudinho… Simplesmente nada combina nesse desastre natural.

Voltamos à situação em que há uma boa justificativa para o seu visual, mas que não isenta este grupo de Pokémon de sua feiura — que é o caso dos fósseis da região de Galar. Dracozolt e seus amigos são feios de propósito. A ideia é que eles são fósseis que foram montados de forma errada e por isso são criaturas com partes que não encaixam — as patas de uma cor, o corpo de outra, proporções completamente díspares… É intencional.

Este quarteto foi inspirado em uma história real do Museu de Londres. Os historiadores haviam confundido os fósseis de um achado histórico e misturado os ossos de dinossauros diferentes como se fossem da mesma espécie. Quando chegou a hora de recriar essas criaturas pré-históricas, os cientistas chegaram a criaturas bizarras que nunca existiram, até perceberem o erro e corrigir tudo. Pena que nunca haverá uma correção para estes Pokémon.

Xurkitree foi escolhido para representar uma categoria inteira de Pokémon feios: as Ultracriaturas. Introduzidas na região de Alola, estes monstrinhos são feios e esquisitos por serem criaturas de uma outra dimensão que estava invadindo o Mundo Pokémon. O princípio é super interessante, mas, novamente, não torna estes bichos menos feios.

Como o próprio Xurkitree, que é um amontoado de fios ligados a uma estrela de vidro brilhante, a maioria sequer tem um rosto. Eles não têm expressões, o que dificulta a conexão a um nível mais pessoa com esses monstros. Não foram feitos para parecer algo que existe, como animais. A ideia é realmente ser algo fora da nossa compreensão, como o Stakataka e o Bacephalon.

Para concluir, mais uma categoria inteira de Pokémon feios: os Paradoxos de Paldea. Podem ser divididos entre dos grupos — ancestrais de Pokémon Scarlet e os futuristas de Pokémon Violet. E ambos são atrocidades de sua própria maneira.

Iron Moth e os Paradoxo do Futuro são apenas robôs sem qualquer traço do carisma que tornava as criaturas originais tão queridas. Enquanto os Paradoxos do Passado, como Flutter Mane, são versões mais rústicas de criaturas famosas com um aspecto feroz realçado. Não são muito criativos ou bonitos, mas felizmente são apenas uma moda passageira que nunca retornará.