Misaki Mei é uma das personagens principais do anime Another de 2012. Ela passa por coisas bastante pesadas por conta da maldição que aflige todos os alunos de sua classe. A menina cresceu separada de seus pais biológicos uma vez que foi dada para a irmã de sua mãe para que ela conseguisse superar a depressão de ter perdido uma filha.

Ela perdeu o olho para um tumor aos quatro anos de idade e, quando finalmente conseguiu se aproximar de sua verdadeira família e estreitar laços com sua irmã gêmea, a garota morre por conta da trágica maldição da classe 3-3. Não obstante, quando os alunos de sua sala precisam encontrar alguém para ignorar a existência e tentar contornar os efeitos da maldição, ela é a escolhida, tendo assim que permanecer sozinha e sem interações por boa parte do tempo.

E, para piorar, seu sacrifício de nada valeu, uma vez que, com a chegada do protagonista Sakakibara Koichi, o número de alunos volta a ficar excessivo e a maldição volta a atacar, ceifando seus colegas e parentes próximos a eles mês após mês.

O protagonista de Tokyo Babylon do CLAMP pode ser considerado um dos mais trágicos personagens que já se tiveram notícias. O rapaz começa a história como um garoto alegre e cheio de sonhos, mas uma promessa feita quando mais novo com um desconhecido frente a uma cerejeira acaba mudando isso de forma drástica.

O desconhecido aposta com o garoto que, no futuro, quando se reencontrassem, ele não seria capaz de fazer com que o personagem misterioso sentisse qualquer tipo de apego por Subaru. Se ele conseguisse, estaria salvo, caso contrário, sua vida seria tomada.

O tempo passa, e o desconhecido entra na vida de Subaru e de sua irmã gêmea Hokuto, começando a conviver com eles. No fim, ele diz não ter conseguido desenvolver sentimentos pelo protagonista e sua irmã acaba se sacrificando em seu lugar. Tudo isso para que em X/1999, sequência direta de Tokyo Babylon, esse mesmo vilão acabasse confessando seu amor por Subaru antes de morrer, provando que havia trapaceado e tinha desenvolvido sim um amor por ele -- logo, sua irmã gêmea, a quem era tão apegado, havia falecido por absolutamente nada.

Subaru sofre toda vez que olha seu reflexo no espelho e o final de Tokyo Babylon pode ser considerado um dos mais tristes dentre as obras do CLAMP.

Hyakkimaru nasceu sem várias partes do corpo após seu pai fazer um pacto com 48 youkais diferentes para conseguir sucesso em seus intentos, prometendo um pedaço da carne de sua prole a cada uma das entidades desde que seus desejos fossem realizados.

Sua mãe o deixou à deriva em um rio para que o pai não o matasse e então ele foi encontrado por um curandeiro que usou magia para fazer próteses com partes de outras crianças mortas na guerra para que ele pudesse ter uma vida normal. Ou quase isso, já que as próteses mágicas deram ao protagonista habilidades acima das de quaisquer outros humanos comuns.

O conde Phantomhive passou por poucas e boas no dia de seu aniversário de dez anos. Sua casa foi incendiada, seus pais foram mortos e ele e seu irmão gêmeo vendidos para uma seita onde seriam dados em sacrifício. Há indícios no mangá que ambos os irmãos sofreram abusos e, no fim das contas, um deles foi morto de modo cruel.

Assim, ele fez um pacto com o demônio Sebastian Michaelis para vingar sua família, assumindo o posto de líder de seu clã que trabalhava pelo submundo inglês resolvendo os trabalhos sujos dos quais nem mesmo a polícia conseguia dar conta. A frieza desenvolvida por Ciel depois de seu trauma é tanta que, às vezes, é comum esquecer que ele é apenas uma criança e tudo o que enfrenta em seu dia a dia deveria ser demais para alguém com tão pouca idade.

Se teve alguém em Naruto que Masashi Kishimoto, autor da obra, decidiu pesar a mão no quesito “passado trágico”, esse alguém com certeza foi Gaara. Sua mãe morreu na ocasião de seu nascimento e, por conta da bijuu que estava selada em seu corpo, ele era constantemente rejeitado pelos habitantes de sua aldeia.

Seu pai, o kazekage, era distante e também não o via como muito além de uma arma para proteger a aldeia. Para piorar, a única pessoa com a qual contava, Yashamaru, irmão de sua falecida mãe, na verdade estava se aproveitando de sua confiança para tentar matá-lo, uma vez que culpava o garoto pela morte de sua irmã.

Não é de se admirar que ele tenha se tornado tão amargurado durante sua primeira aparição no anime na fase clássica.

Um dos personagens mais queridos de Fullmetal Alchemist é justamente o irmão mais novo do protagonista Edward, Alphonse Elric. Os dois meninos possuem a tragédia da perda de sua mãe em comum, porém, quando foram tentar usar alquimia para trazê-la de volta à vida, o resultado apenas adiciona à tragédia.

Além de não terem sucesso, na tentativa, Edward perdeu parte de seu corpo, enquanto Alphonse perdeu o corpo inteiro. Com isso, seu espírito foi obrigado a viver em uma armadura de lata para sempre.

O protagonista de Tokyo Ghoul acaba entrando no mundo dos comedores de carne humana sem preparo nenhum e sendo o último ser humano na face da terra que se sentiria confortável assassinando alguém. Ele acaba se envolvendo em situações cada vez mais tensas no decorrer da história que vão desde tortura física e psicológica até sua própria “morte”. Sem sombra de dúvidas, tragédia deveria ser seu sobrenome.

Apesar de apresentar agora ideais controversos que deixam os espectadores confusos sobre como enxergá-lo na dualidade vilão/herói, o protagonista de Attack on Titan teve uma boa dose de tragédias em sua trajetória.

Ele perdeu a mãe para os titãs ainda muito novo, foi usado para se tornar o portador de um titã sem seu consentimento, perdeu inúmeros companheiros ao longo das batalhas, foi traído por amigos próximos e tudo isso para descobrir que havia sim outros humanos além das muralhas de onde vivia. Com isso tudo, ele foi forçado a encarar que seu sonho de explorar o mundo lá fora com seus amigos um dia não passava de uma ilusão efêmera e infantil, o que só deixa a situação pior.

Conhecida como “Menma”, Meiko acabou morrendo muito cedo e deixando seus amigos e familiares bastante desolados com sua partida. O fato da garota estar morta e, ainda assim, poder presenciar tudo à sua volta e tentar ajudar aqueles que ficaram no decorrer da trama já faz com que o espectador se debulhe em lágrimas a cada novo episódio assistido.

O mestre e maior inspiração de Midoriya Izuku, protagonista do anime, é um exemplo de superação, embora não deixe de ser um personagem repleto de tragédias em sua composição. Sua mestre, a quem era muito apegado, morreu para salvar a todos e, anos mais tarde, ao enfrentar o mesmo vilão que levou a vida dela, ele acaba sendo ferido mortalmente, o que acaba o impedindo de viver a mesma vida que tinha antes.

All Might, apesar das limitações impostas por seu ferimento, segue firme em manter seu ideal de proteger a todos sempre com um sorriso, o que torna tudo ainda mais pesado e triste quando a cena envolve algum esforço demasiado que ele venha a ter que fazer.

Os espíritos que se tornam tesouros sagrados dos deuses no universo apresentado por Noragami sempre possuem um passado trágico. Porém, o garoto Yukine, que se transforma na espada do Deus Yatogami, protagonista do anime, é dono de uma história tão triste que foi capaz de fazer até mesmo a divindade que o nomeou chorar.

O caso é que os deuses consegue vislumbrar o passado de suas shinkis quando as tomam para si, embora elas mesmas jamais venham a se lembrar dele. Yato, apesar de ter muitos séculos de vida e ter visto muitos passados trágicos, não se aguenta quando observa o passado de Yukine e se debulha em lágrimas ali mesmo onde dá a ele seu nome.

Um vislumbre do passado do garoto é mostrado no fim da primeira temporada quando ele simplesmente surta e quase vai para o lado das Ayakashis. O momento dá a entender que ele havia sido abandonado quando pequeno e passado por situações tensas que fazem com que ele se sinta solitário mesmo sem se lembrar o que exatamente havia passado.

Em um universo onde as divindades nascem e se mantém vivas através dos desejos dos humanos, Yato vem tentando se manter vivo por centenas de anos fazendo trabalhos pequenos por preços irrisórios apenas para que as pessoas continuem se lembrando dele e, um dia, ele venha a conseguir construir um templo só para ele.

Apesar de todo seu esforço, no entanto, Yato não consegue se igualar nem mesmo aos deuses menores do plano celestial e se encontra preso ao seu “pai”, que exige muitos trabalhos sujos de sua parte vez ou outra. Cansado de ser um deus de calamidade, Yato se desgasta toda vez que precisa agir como tal e a dor dele é tangível e tocante, acertando em cheio o espectador.