9 personagens femininas da cultura pop que são odiadas sem motivo
9 personagens femininas da cultura pop que são odiadas sem motivo
Aviso: Nenhum homem foi ferido durante a elaboração dessa lista.
Nos últimos anos, temos discutido bastante acerca da necessidade de representatividade na cultura pop, refletindo os diferentes públicos consumidores e trazendo protagonismo para pessoas que nunca se viram nos filmes, séries de TV, quadrinhos, livros e games. O debate levou a uma maior participação de minorias em diversas obras, e as mulheres em especial têm ganhado muito destaque com algumas representantes ótimas.
Ainda assim, sempre que uma obra traz uma mulher como protagonista ou como parte essencial de sua narrativa, sempre vemos o mesmo chororô de uma galera que adora se esgoelar sobre “como a geração atual tá chata” ou como “todo mundo vive de mimimi”. Com isso em mente, reunimos aqui 9 personagens femininas da cultura pop que são odiadas sem nenhum motivo!
Skyler White (Breaking Bad)
Desde que Breaking Bad se tornou um sucesso, muitos fãs começaram a tecer comentários ingratos e misóginos sobre Skyler White, a esposa de Walter White. Considerada "chata", "irritante" e "insuportável" por uma boa parcela do público da série, a personagem atraiu hate gratuito por anos a fio, mesmo após o encerramento da obra.
Porém, boa parte dessas críticas partem do pressuposto que Walter White é um cara legal e que sua esposa é uma chata por tentar manter sua família a salvo. O machismo velado dessas críticas acabou respingando até em Anna Gunn, atriz que interpretou a personagem na série, que teve sua aparência criticada várias vezes nos fóruns de fãs e redes sociais.
Martha Jones (Doctor Who)
Segunda companion do revival de Doctor Who, a intrépida Martha Jones acabou tendo o azar de suceder uma das personagens mais amadas de toda a série, Rose Tyler. Para piorar, muita gente não gostou de vê-la interessada romanticamente no Doctor, e isso fez com que a personagem se tornasse uma das mais odiadas na franquia britânica de ficção científica.
Ainda que tenha tido apenas uma temporada de desenvolvimento (ao menos na série principal, já que ela também dá as caras em Torchwood), Jones acabou ganhando uma evolução bem interessante, de forma que boa parte do ódio contra ela não se justifica. Além disso, vale lembrar que o fandom da série acabou soltando vários comentários racistas sobre a atriz Freema Agyeman.
Rey (Star Wars)
De uma franquia de ficção científica para outra, não podemos deixar de notar um ódio cada vez mais aparente quando o tópico é Rey, a personagem de Daisy Ridley na trilogia mais recente de filmes de Star Wars. Criada para ser o "novo rosto" da saga, a personagem desagradou boa parte dos fãs mais velhos, que a chamaram de "forçada" e "movida pela lacração".
Com três filmes detalhando seu desenvolvimento e sua descoberta da Força, a heroína ganhou a alcunha de "Mary Sue" por demonstrar suas habilidades desde o começo - o que não só é hipocrisia por conta do desenvolvimento de personagens masculinos na saga, como Luke Skywalker, como também é um claro sinal de um fandom que não quer abrir espaço para a inclusão.
Arlequina (Universo Estendido da DC)
Venhamos e convenhamos, Esquadrão Suicida (o de 2016) está longe de ser um filme minimamente bom, mas não dá para negar que a Arlequina de Margot Robbie é um de seus pontos mais fortes. Encarnando a avoada vilã/anti-heroína com perfeição, a atriz abriu alas para novas participações em filmes como Aves de Rapina e O Esquadrão Suicida (de 2021).
No entanto, há um crescente movimento entre os fãs da DC Comics, com a tentativa de desmoralizar a personagem e até Robbie por interpretá-la. Tudo isso se manifestou com força durante o lançamento de Aves de Rapina, com muitos acusando Robbie de ter "tomado o protagonismo para si" - quando isso sequer foi uma reclamação quando The Rock fez o mesmo com seu Adão Negro.
Sansa Stark (Game of Thrones)
No mundo criado por George R.R. Martin em suas Crônicas de Gelo e Fogo, não há mocinhos e bandidos. Todos os personagens possuem uma moralidade flexível e ambígua, e suas alianças mudam constantemente. Mas mesmo assim, há um grupo bem expressivo de fãs que sempre detestou a personagem de Sansa Stark por ser "sonsa" e "egoísta" demais.
Enquanto esses atributos são vistos como méritos em personagens homens da saga, vide Jaime Lannister e Theon Greyjoy, Sansa comeu o pão que o diabo amassou ao longo da trama, e poucos deram o braço a torcer para a sua evolução. Na série, isso fica ainda mais evidente quando notamos todo o tratamento destinado a Sophie Turner e sua interpretação.
Korra (Avatar: A Lenda de Korra)
Exibida originalmente de 2005 a 2008, Avatar: A Lenda de Aang fundou para si uma sólida base de fãs, que estavam ávidos para ouvir novas histórias e aventuras no mundo. Porém, quando a segunda série da franquia saiu em 2012, não foram poucos os comentários negativos, especialmente em relação à protagonista titular de A Lenda de Korra.
O que muitos não entendem é que, assim como a série original se propôs a explorar a evolução e o crescimento de Aang, A Lenda de Korra também faz com sua protagonista, dando a ela pontos vulneráveis, defeitos e questões que tornam dela uma personagem complexa e com nuance. A opinião sobre Korra mudou um pouco ao longo dos anos, mas ainda há quem a odeie sem motivo algum.
Abby Anderson (The Last of Us: Part II)
Quando falta interpretação textual e reflexão sobre as obras que se consome, nem mesmo desenhando é o bastante para ilustrar algo. Se há algo que serve de prova disso é The Last of Us: Part II, jogo que funciona como antítese do primeiro e se propõe a mostrar as consequências desastrosas perpetuadas por ciclos intermináveis de violência.
Na trama, Abby Anderson mata Joel logo no começo do jogo, e isso foi o bastante para a personagem se tornar a inimiga nº 1 de vários gamers. Além disso, um segmento bem específico ficou incomodado com o visual da personagem e seus músculos aparentes, sendo classificada como "mulher macho" por muitos - inveja que chama?
Capitã Marvel (Universo Cinematográfico da Marvel)
Em mais de dez anos do Universo Cinematográfico da Marvel, heroínas dos quadrinhos ficaram relegadas a postos coadjuvantes, enquanto até mesmo o Homem-Formiga teve seu próprio filme solo antes da Viúva Negra. O cenário mudou em 2019, com o lançamento de Capitã Marvel. Mas com isso, também veio uma chuva de ódio gratuito.
A personagem foi taxada de "arrogante", "antipática" e "forçada", e tudo piorou quando Kevin Feige revelou que ela seria a heroína mais poderosa do MCU. O ódio respingou em Brie Larson, que foi acusada de ser "anti-homem". No entanto, ninguém parece dar um pio quando o "arrogante" ou "antipático" é o Homem de Ferro ou o Doutor Estranho.
Ms. Marvel (Marvel Comics)
Uma personagem que incomodou desde que fez sua primeira aparição foi a Ms. Marvel. Criada para dar uma nova roupagem a um título clássico da Marvel (substituindo Carol Danvers, que havia virado Capitã Marvel), a jovem Kamala Khan é uma menina de origem paquistanesa, além de ser muçulmana, o que por si só atraiu uma grande corrente de ódio.
Considerada por muitos como um "sinal do fim dos tempos" para a Casa das Ideias, a personagem logo se tornou popular, graças ao sucesso de sua revista. Ainda assim, todas as adaptações e aparições posteriores da heroína se tornaram o centro de furacões, desde o já falecido Marvel's Avengers até sua adaptação no Universo Cinematográfico da Marvel.