Pânico: todos os filmes da franquia, do pior ao melhor
Pânico: todos os filmes da franquia, do pior ao melhor
A franquia de filmes slasher de Wes Craven redefiniu o terror!
Você pode até não gostar de filmes de terror, mas garanto que, em algum momento da sua vida, já se deparou com a figura encapuzada em um manto negro e com a máscara branca que simula um grito de horror. Pânico é uma das franquias mais influentes do gênero desde sua concepção, em 1996, pelas mãos do mestre Wes Craven. Ao longo dos anos, a saga ganhou, ao total, quatro filmes – e logo retornará aos cinemas com um quinto.
Porém, enquanto essa estreia não acontece, ainda podemos nos deparar com as terríveis desventuras vividas por Sidney Prescott, Dewey Riley e Gale Weathers enquanto tentam deter quaisquer que seja o maníaco por trás da máscara do Ghostface. E se você é um fã da franquia, preparamos um presente especial para você, rankeando todos os filmes da saga Pânico, do pior ao melhor!
Pânico 3 (Scream 3, 2000)
Um consenso geral entre os fãs, Pânico 3 é o ponto baixo da franquia - mas em vez de apenas condená-lo, tentarei lembrar de alguns méritos e coisas boas feitas aqui. Lançado em 2000, o filme sofreu com diversas intrigas internas do estúdio. Vale lembrar que toda a franquia era produzida pelos Irmãos Weinstein (sim, os mesmos envolvidos em escândalos absurdos de assédio e agressão sexual em Hollywood).
Wes Craven não queria compor um terceiro filme e, para piorar, o roteiro de Kevin Williamson havia sido completamente descartado na produção. Williamson foi um dos cocriadores da saga e sua ausência é sentida aqui de forma significativa, especialmente nos momentos mais autorreferenciais e metalinguísticos, já que as piadas e easter-eggs do cinema de horror não são mais tão sutis e inteligentes quanto nos filmes anteriores.
A trama então é transferida para Hollywood, em Los Angeles, enquanto vemos Sidney Prescott tentando viver com o trauma sofrido nos dois longas originais, ao mesmo tempo em que um novo assassino começa a atacar... no set de filmagens de um filme! A partir daí, temos várias ideias e comentários a respeito da produção cinematográfica em Hollywood.
O grande mérito do filme talvez seja recriar alguns paralelos com relação ao primeiro, ao mesmo tempo em que tenta fechar a trilogia com revelações bombásticas. Infelizmente, é um filme que se perde em seus comentários e em seus personagens. Para piorar, é o filme mais "higienizado" da franquia, com pouquíssimas cenas de gore e sangue.
Pânico 2 (Scream 2, 1997)
Lançado pouco menos de um ano depois do primeiro filme, Pânico 2 aproveita para discutir a maré gigantesca de continuações e sequências que tanto se vê no cinema de horror. Ele aproveita para criar um suspense maior, com uma escala maior e mais personagens, ao mesmo tempo em que nos apresenta novos usuários do manto do Ghostface para atazanar a vida de Sidney, Dewey e Gale.
Todo esse comentário metalinguístico é o que torna a sequência um filme tão importante e inteligente, desde sua cena inicial (que é bem lembrada pela paródia feita na franquia Todo Mundo em Pânico) até as grandes revelações finais, que ligam o filme muito bem à história de seu antecessor, de modo a mostrar como Wes Craven tinha completo domínio de sua narrativa no terror.
O filme se passa pouco tempo depois dos eventos do primeiro, enquanto Sidney Prescott, agora uma aluna de faculdade, precisa impedir uma nova série de assassinatos realizada por uma nova figura encapuzada misteriosa. O longa brinca muito com os clichês e convenções das sequências, sempre puxando atenção para o fato de como é uma história mais grandiosa.
Apesar disso, alguns problemas tornam o filme um tanto menos inovador que o primeiro. Há muitos personagens que não são desenvolvidos e toda a reviravolta final parece um tanto óbvia. Apesar de tudo isso, Pânico 2 segue sendo uma continuação muito boa, que sabe honrar a franquia e não deixa a peteca cair nos sustos e no sangue.
Pânico 4 (Scream 4, 2011)
Lançado em 2011, cerca de uma década desde o terceiro capítulo, Pânico 4 foi um presente generoso de Wes Craven para os fãs. O filme já começa com uma sequência formidável, mostrando os trailers dos filmes da franquia A Facada - uma saga dentro da franquia Pânico, que é "baseada" nos acontecimentos dos primeiros filmes. E após todo esse início surtado e deslumbrante, reencontramos Gale, Dewey e Sidney.
A trama, no entanto, se foca mais em outra personagem - Jill Roberts, a sobrinha de Sidney, que começa a ser perseguida por um assassino lunático que usa a máscara do Ghostface. Aqui, o longa começa a brincar com a ideia de reboots e remakes, filmes que estavam em alta na época, e que tentavam apresentar novos protagonistas e novas tramas para franquias de horror já consagradas.
Porém, nada que eu possa dizer é capaz de te preparar para a experiência que é assistir Pânico 4. O filme é deliciosamente irônico, sarcástico e sádico, sempre colocando os protagonistas originais em perigo para o desespero do público, nos dando a entender que, a qualquer momento, algum desses personagens pode ter um destino cruel.
A revelação final de quem é o assassino é a cereja no bolo, mostrando como a franquia Pânico ainda tem espaço a crescer e pode continuar a entregar coisas sensacionais, basta o diretor e o roteirista certos. Vale lembrar também que foi o último filme de Wes Craven antes de seu falecimento, o que torna a experiência ainda mais emotiva para os fãs.
Pânico (Scream, 1996)
Clássicos sempre serão clássicos por um motivo, e é exatamente isso que temos aqui com Pânico, o capítulo original da franquia de Wes Craven. Para os leigos, o filme redefiniu o cinema de horror e o subgênero do slasher na década de 90, em uma época onde filmes com assassinos emblemáticos estavam decaindo devido ao abuso de continuações de outras franquias como Halloween e Sexta-Feira 13.
Assim, Craven decidiu fazer um slasher por um novo viés e uma novíssima abordagem, usando clichês e estereótipos do cinema de horror de modo totalmente subversivo e autoconsciente. No longa, acompanhamos a jovem Sidney Prescott, uma adolescente comum que precisa lidar com o trauma sofrido pelo assassinato de sua mãe. Aos poucos, ela se vê no meio de uma série de assassinatos, que parecem ligados à história de sua família.
O que torna Pânico uma obra tão à frente de seu tempo não é apenas o uso de metalinguagem para falar diretamente com os fãs de horror. Na verdade, isso é apenas a ponta do iceberg em um filme que consegue entrelaçar seu mistério e colidir os três personagens que seriam a alma da franquia dali em diante (Sidney, Dewey Riley e Gale Weathers).
Para qualquer fã de horror, o primeiro é um clássico indispensável, que ainda conta com momentos bem tensos e apavorantes ao mesmo tempo em que constrói sua narrativa lentamente, fazendo com que cada morte tenha um grande impacto dramático e consiga discutir, de alguma maneira, sobre a representação do medo e da morte no horror.