Oscar de Melhor Filme nos anos 2010, do pior ao melhor
Oscar de Melhor Filme nos anos 2010, do pior ao melhor
Quais seus favoritos?
A temporada de prêmios está chegando, e isso significa que seremos contemplados por uma enxurrada de filmes que concorrerão pela mais preciosa estatueta do cinema. Foi pensando nisso, que decidimos relembrar daquelas produções que saíram premiadas ao longo dos últimos 10 anos, e que entraram para a história do cinema por serem eleitos os melhores filmes de seus respectivos anos.
A ideia da publicação é listar os filmes premiados de 2010 a 2019 na categoria de Melhor Filme do Oscar, no intuito de revisar a década e fazer um aquecimento para o Oscar 2020. A escolha da ordem parte puramente do critério pessoal do redator, que decidiu levar em consideração apenas os 10 filmes premiados e não os filmes que concorriam com cada um deles.
Fique à vontade para discutir sobre a lista, os filmes e fazer seu próprio ranking nos comentários!
10 - O Discurso do Rei (em 2011)
O Discurso do Rei, dirigido por Tom Hooper, colocou Colin Firth na pele do rei Jorge VI da Inglaterra. Na história, Jorge contrata Lionel Logue, um fonoaudiólogo, para lhe ajudar a superar sua gagueira. A partir daí, os dois homens se tornam amigos enquanto trabalham juntos e, depois que seu irmão abdica, o rei confia no novo amigo para ajudá-lo a fazer um importante discurso no rádio no começo da Segunda Guerra.
O ganhador de Melhor Filme de 2011 é considerado por muitos um dos premiados mais fracos da história do Oscar, mas podemos ver o que o levou a ser um dos favoritos entre os votantes. É um filme gracioso, com ótimos atores, um belo design de produção que reproduz fielmente à época, e uma variedade de grandes lentes que nos aproximavam dos rostos em cena.
9 - Green Book - O Guia (em 2019)
Este filme centra seu olhar para o racismo através da história do músico Don Shirley e do seu motorista particular durante uma turnê, Tony Lip. O problema, porém, é que Green Book trabalha a partir da perspectiva de uma pessoa branca, cometendo alguns deslizes de representação que tornam sintomáticas algumas de suas escolhas. Dito isso, é óbvio que ele levou o maior prêmio do Oscar para casa em 2019.
Se você optar por ignorar os problemas, vai encontrar um filme cheio de calor e performances sensacionais da sua dupla de atores.
8 - O Artista (em 2012)
A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dificilmente perde a oportunidade de premiar filmes que falam sobre cinema. Não é a toa que em 2011, O Artista saiu vitorioso, levando o maior prêmio da noite para casa. O longa francês dirigido por Michel Hazanavicius se passa em Hollywood entre os anos 1927 e 1932, se focando em um ator em declínio e uma atriz em ascensão enquanto o cinema mudo sai de moda, sendo substituído pelo cinema falado.
Ainda que seja um dos premiados mais esquecíveis da década, o combo de atuações divertidas, um certo charme e humor, além das cenas metalinguísticas, foram o suficiente para encantar os votantes daquele ano.
7 - 12 Anos de Escravidão (em 2014)
Um dos mais brutais e pesados que ganharam o Oscar de Melhor Filme, 12 Anos de Escravidão conta a história de um afro-americano livre nascido em Nova York, que foi sequestrado em Washington, DC e colocado para trabalhar em plantações no estado da Louisiana por 12 anos antes de ser libertado.
O filme, dirigido por Steve McQueen possui um elenco de primeira, tendo apresentado ao mundo a atriz Lupita Nyong'o. Certamente foi reconhecido pelos votantes da Academia em 2014 por apresentar de forma mais crua possível o nível bárbaro e desumano a que chegou o racismo na nossa história.
6 - Spotlight: Segredos Revelados (em 2016)
O vencedor do Oscar de 2016, Spotilight, retrata a investigação de uma equipe do jornal The Boston Globe sobre os casos de abuso sexual e pedófilia por membros da Igreja Católica. Dirigido por Tom McCarthy, o longa é estrelado por um grande time de atores, como Michael Keaton, Mark Ruffalo e Rachel McAdams.
O longa tem uma abordagem bem tradicional, mas seu tema urgente e suas performances metódicas e implacáveis o fizeram cair no gosto dos votantes daquele ano, que o levaram a sair como o maior premiado da noite.
5 - Argo (em 2013)
O ganhador do Oscar de 2013 foi produzido, dirigido e estrelado por Ben Affleck. O astro adaptou aqui a história do agente da CIA Tony Mendez que executou o resgate de seis diplomatas americanos no Irã durante o episódio conhecido como a Crise de Reféns de 1979.
Sua capacidade de gerar suspense foi sem dúvida um dos pontos altos que alavancou sua vitória. A sequência climática do aeroporto foi uma das mais comentadas da época. No entanto, apesar da aclamação, o filme foi criticado por suas imprecisões históricas, especialmente para minimizar o papel da embaixada canadense no resgate dos fugitivos americanos.
4 - Guerra ao Terror (em 2010)
Guerra ao Terror foi o filme responsável por dar o primeiro - e até agora, único - Oscar de Melhor Direção a uma mulher. Dirigido por Kathryn Bigelow, e estrelado pelos até então desconhecidos Jeremy Renner e Anthony Mackie, o filme busca apresentar o cotidiano da Guerra do Iraque a partir do ponto de vista dos militares que a vivenciaram.
Em 2010, o filme foi o grande vencedor da 82ª entrega de prêmios dados pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, e é um dos mais subestimados entre os escolhidos pela premiação. Guerra ao Terror é um retrato comovente dos traumas que uma guerra como essa acarretam, além de ser um excelente filme de suspense, com sequências de ação viscerais de tirar o fôlego.
3 - Birdman ou A Inesperada Virtude da Ignorância (em 2015)
Com um imenso elenco de estrelas, Birdman, de Alejandro G. Iñárritu, segue a história de Riggan Thomson (Michael Keaton), um ator de Hollywood decadente que ficou conhecido por interpretar o super-herói "Birdman" no passado. No filme, ele luta para montar uma adaptação da Broadway de um conto de Raymond Carver.
O ganhador do Oscar de 2015 impressiona por parecer que foi filmado em um único take, com um belíssimo trabalho de fotografia de Emmanuel Lubezki, e atuações impressionantes de Keaton, Edward Norton e Emma Stone. Discutindo acerca do papel da arte, da crítica e da profissão do ator, o longa levou a estatueta de Melhor Filme em um dos anos mais concorridos da premiação.
2 - Moonlight: Sob a Luz do Luar (em 2017)
O ganhador do Oscar de Melhor Filme em 2017 é dirigido por Barry Jenkins e apresenta a história da vida de Chiron em três etapas: a infância, a adolescência e a vida adulta. O filme explora as dificuldades que ele enfrenta diante da sua descoberta sexual e de sua própria identidade, passando por todas as relações, abusos e dificuldades pelas quais ele passou ao longo de suas transformações.
Moonlight é, sem dúvida, um caso raro de filme que saiu premiado no Oscar. Extremamente pessoal, complexo e tocante, ele abarca um tipo de personagem quase nunca visto no cinema hollywoodiano. Ele se tornou o primeiro filme com um elenco predominantemente negro e o primeiro filme de temática LGBT, além do segundo filme de menor bilheteria americana (atrás de Guerra ao Terror) a ganhar o prêmio de Melhor Filme.
1 - A Forma da Água (em 2018)
Em 2017, Guillermo del Toro nos presenteou com o fascinante A Forma da Água, filme que conta a história de Elisa (Sally Hawkins), uma zeladora que descobre, em meio à grandes conflitos políticos e transformações sociais, uma criatura fantástica mantida presa no local, por quem ela se afeiçoa e elabora um plano de fuga.
E ainda que não seja uma história inovadora, o longa é um dos mais elogiados da carreira de Del Toro, que fez uma verdadeira fábula emocional sobre o diferente, com um visual de saltar os olhos, que funciona como uma verdadeira carta de amor ao cinema.