Nas redes sociais, durante a exibição do episódio, não se falava em outra coisa: a forma como Jon Snow simplesmente dispensou e abandonou Ghost, seu lobo, deixando-o aos cuidados de Tormund para que fosse viver além da Muralha junto com o Povo Livre. E embora trate-se de uma piada, há algo a se pensar aqui.

Ghost sempre acompanhou Jon Snow, mesmo em momentos tensos de sua jornada. Quando os dois eram separados, o lobo sempre deu um jeito de retornar para o dono - e inclusive lutou em várias batalhas junto deles, incluindo a Batalha de Winterfell. É triste ver uma despedida tão fria e impessoal.

Arya Stark e Gendry já se deram uns pegas no segundo episódio da temporada, onde a guerreira de Winterfell pôde finalmente assumir o controle de sua vida e fazer aquilo que desse em sua telha, antes do inevitável confronto com o Rei da Noite. Mas aqui, ela nos lembra bem claramente que jamais será uma lady sentada em um trono em algum dos Sete Reinos.

A cena é triste por desfazer em pedacinhos os sonhos dos fãs de Arya e Gendry, mas serve para mostrar a consistência da personagem e como ela sempre se viu como uma guerreira. Se você lembrar bem, ela fala as mesmas frases para Ned Stark, no primeiro episódio da primeira temporada - mostrando que ela nunca foi uma lady (e nem será).

Muitos reclamaram de como Arya Stark saiu correndo entre generais do Rei da Noite para matá-lo sem ser vista - por mais que, durante toda sua jornada, ela tenha se mostrado uma assassina furtiva com todo o seu treinamento. Entretanto, a mesma reclamação não parece estar surgindo com Bronn.

Por mais interessante que o personagem seja, é um pouco ridículo que ele tenha conseguido se infiltrar em Winterfell sem que ninguém tenha o visto e ainda entrar no cômodo onde estão justamente as duas pessoas com quem ele quer falar, Tyrion e Jaime Lannister. Isso enquanto passa uma mensagem besta e depois vai embora também sem ser visto por ninguém.

Há um bom tempo a série virou uma novela com casaizinhos se formando aleatoriamente - então pelo menos vamos divulgar e enaltecer os momentos que fazem sentido - como os "finalmentes" de Brienne de Tarth e Jaime Lannister, que já estavam flertando há um bom tempo e agora tiveram a chance de demonstrar seu amor um pelo outro.

Embora possa parecer piegas, a cena é de um extremo cuidado e respeito pelos dois, que após uma batalha sanguinária, finalmente podem experimentar um pouquinho de paz, tranquilidade e felicidade antes do pior que está por vir. Nós só não esperávamos que esse "pior" já surgiria ainda neste mesmo episódio...

A despedida de Jaime Lannister é um daqueles momentos que não conseguimos definir bem se é pior ou melhor. Por um lado, estamos tristes por Brienne de Tarth e queríamos que os dois pudessem ficar bem juntos. Por outro, faz muito sentido que, no fim das contas, Jaime sempre recorra à sua irmã/amante.

No entanto, isso aqui vai para os piores momentos por quebrar completamente o arco que o personagem estava ganhando nos últimos episódios. Desde o fim da última temporada, ele parecia ter se livrado da influência de Cersei Lannister e agora estava tendo uma chance de recomeço, mas foi regredido em prol do roteiro.

O nome do episódio não é "The Last Stark" à toa. Aqui, vemos Jon Snow, Sansa, Bran e Arya Stark se reunindo para discutir o futuro do trono e a loucura tirana que parece estar tomando conta de Daenerys Targaryen, em uma cena que nos lembra como a série sempre calcou suas bases no relacionamento familiar.

É interessante ver como as coisas evoluíram, e como todos os personagens ficaram calejados por suas experiências. Além disso, é ainda mais interessante ver a repercussão que isso toma quando Sansa Stark passa o segredo da linhagem de Jon Snow adiante para Tyrion Lannister, o que certamente ainda vai gerar muita intriga na guerra dos tronos.

Os fãs já estão extremamente exaustos de cada cena de romance envolvendo Jon Snow e Daenerys Targaryen, e nesse episódio não podia ser diferente. A cena é ainda mais piegas do que tudo que já vimos antes, com os dois ainda apaixonados um pelo outro, mesmo após a revelação de que a Mãe dos Dragões é tia de Snow.

No entanto, o que realmente destaca a cena é como Daenerys está disposta a tudo para não ter uma ameaça sequer ao seu trono, implorando para que Jon não conte que é, na verdade, Aegon Targaryen para suas irmãs, já que isso a prejudicaria. A nova candidata ao trono de Westeros chegou em Winterfell achando que manda em alguma coisa.

A loucura de Daenerys Targaryen não está passando despercebida nem mesmo por seus aliados mais próximos. E é por isso que a cena entre Tyrion Lannister e Varys se mostra um dos pontos altos do episódio, por mostrar como ela está cada vez mais tirana e sem amor e respeito pelo povo pelo qual jurou lutar.

Embora a sequência seja breve, nos mostra como Varys sempre foi um conselheiro sensato, escolhendo sempre o melhor para o povo - mesmo que isso significasse trair os governantes. Contudo, a Aranha precisa tomar cuidado, porque na hora que a Mãe dos Dragões descobrir sobre sua traição, são grandes as chances dele perder sua própria vida.

Se pudermos resumir toda a irresponsabilidade e tirania de Daenerys Targaryen em uma única cena, seria essa. Após o conflito com o Rei da Noite - que deixou centenas de mortos e feridos -, era de se esperar que os exércitos esperassem um pouco mais para descansar antes de se juntar na cruzada contra Porto Real...

Mas não é bem o que acontece aqui. Sedenta por poder, a Mãe dos Dragões ordena que o ataque comece imediatamente, o que é refutado por Sansa Stark e pelo resto do Norte. Entretanto, ela ainda assim parte para a guerra, ignorando os avisos e os conselhos de todos ao seu redor - o que resulta em perdas graves para a guerreira.

Não podemos deixar de perceber como a teimosia de Daenerys a leva a um de seus piores momentos. Ela já havia perdido um de seus "filhos", e agora perde outro para o exército de Euron Greyjoy, que não contente em matar Rhaegal, também destrói toda a frota da Mãe dos Dragões, o que acaba resultando em uma perda inestimável.

O ataque foi muito bem calculado e mostra uma demonstração de poder do exército de Cersei Lannister em Porto Real. É uma cena pesada também, principalmente pela morte brutal de Rhaegal, que cai ao mar enquanto se afoga no seu próprio sangue. Mas é assim que Game of Thrones demonstra que a tragédia está para começar.

Aqui, temos um momento com o qual ficamos realmente divididos. Por um lado, a morte de Missandei é um dos pontos altos do episódio, por ser uma trágica perda de uma das maiores aliadas de Daenerys Targaryen e por ser a motivação necessária para que a Mãe dos Dragões ataque Porto Real com força total.

Por outro lado, é também um dos piores momentos do episódio por vários motivos. O primeiro deles é que poderia ter sido uma morte evitável, caso Daenerys tivesse ouvido Sansa Stark e esperado um pouco mais para atacar junto dos exércitos de Jon Snow - além de ser uma perda sofrida de uma personagem que amamos tanto.