Embora tenha sua carreira consolidada na atuação, Angelina Jolie passou a ganhar muito mais espaço ao assumir a direção. Com filmes explicitamente militantes, ela recentemente voltou seus olhos para a Guerra do Camboja no excelente Primeiro, Mataram o Meu Pai, drama baseado no livro autobiográfico de Loung Ung.

O filme narra a história de uma menina de sete anos que é treinada e participa de campos de trabalho forçado no regime ditatorial que vitimou seu país. O filme foi originalmente lançado no Festival Internacional de Cinema de Toronto, ganhando instantânea aclamação da crítica, principalmente pelo peso de sua história.

Aliás, outro evento histórico que também ganhou espaço no catálogo original da Netflix foram os devastadores massacres na Noruega em 2011 - o maior genocídio em solo europeu após a Segunda Guerra Mundial. O filme, intitulado 22 de Julho, conta com um elenco majoritariamente norueguês, e mostra o peso desse atentado terrorista.

Lançado no começo deste mês, o filme já está ganhando grande repercussão entre o público e a crítica especializada, trazendo elementos importantes como estresse pós-traumático e a mentalidade criminosa de um terrorista. É um filme denso e bem inquietante, que mostra a realidade do país antes e depois do atentado.

O quão surpreso você está por ver um filme do Adam Sandler nesta lista? Antes de mais nada, é preciso dizer que Os Meyerowitz: Família Não Se Escolhe é, possivelmente, a melhor das produções do ator em parceria com o serviço de streaming, tendo recebido elogios até mesmo da crítica cinematográfica.

Uma dramédia de primeira, o filme conta com Sandler e Ben Stiller em seu elenco principal, e é basicamente sobre uma família desfuncional que precisa aprender a superar suas diferenças para que todos possam viver juntos. A direção fica por conta de Noah Baumbach, que já havia surpreendido anteriormente com Frances Ha.

Mike Flanagan é um dos cineastas mais prestigiados no que diz respeito ao horror contemporâneo. Após criar longas como O Espelho e Absentia, ele foi convidado para dirigir o suspense de invasão domiciliar Hush: A Morte Ouve, que foi co-escrito e protagonizado por Kate Siegel.

O filme conta a história de uma mulher surda que vive em uma casa isolada. Ela logo se vê vítima de um assassino que a persegue e faz com que ela tenha que lutar para se salvar. É um longa angustiante, que sabe usar muito bem o som para compor sua narrativa. Até mesmo William Friedkin, o diretor d'O Exorcista, chegou a elogiar o filme.

Lançado há pouco mais de um ano, Jogo Perigoso foi uma das várias adaptações dos livros de Stephen King que chegaram aos cinemas ou à Netflix em 2017. O filme é sobre uma mulher que é acorrentada pelo marido em sua cama, mas que precisa se libertar para fugir, enquanto as férias paradisíacas logo se transformam em um inferno.

Com a brilhante atuação de Carla Gugino, o longa também conta com a direção de Mike Flanagan. É muito mais do que um filme de terror - é um thriller psicológico, cheio de elementos assustadores, e também é uma corrida contra o tempo em prol da sobrevivência.

Aliás, falando na obra de Stephen King, não podemos nos esquecer de 1922, um thriller histórico protagonizado por Thomas Jane, e lançado no ano passado. O filme é considerado pelo próprio Mestre do Horror como a melhor adaptação de sua obra, tendo base no conto homônimo publicado em 2010.

Aqui, acompanhamos um fazendeiro chamado Wilfred James, que aos poucos começa a planejar um crime devastador dentro de sua família. O longa é angustiante, situado em meio às plantações no Nebraska, e conta com um elenco muito bom, com nomes como Neal McDonough e Molly Parker. Essencial para quem gosta das obras de King.

Lançado recentemente pelo serviço de streaming, Apóstolo já tomou o posto de um dos melhores filmes originais da plataforma digital, mesclando um horror arrepiante com a ambientação mais histórica. O filme é sobre um homem que viaja para uma ilha em busca de sua irmã, sequestrada por um misterioso culto religioso.

Estrelado por Dan Stevens - o nosso querido David Haller de Legion -, o filme é dirigido por Gareth Evans, e conta com um gore perturbador e sequências de ação de tirar o fôlego. É um filme sensacional, que em alguns momentos nos lembra até mesmo O Homem de Palha, um clássico do terror setentista.

O primeiro drama original da plataforma, Beasts of No Nation ganhou aclamação no mundo todo, chegando a gerar polêmicas por ter sido profusamente esnobado em premiações como o Oscar - em parte por ter sido um filme de streaming. O longa conta com a direção de Cary Fukunaga.

A história gira em torno de uma guerra civil no oeste africano, e segue a jornada de Agu, um jovem menino que logo é capturado e treinado para ser um solado no meio da sangrenta batalha. O elenco é brilhante, e funciona à base da relação entre Idris Elba e Abraham Attah. É um drama essencial, com uma história de partir o coração.

Os filmes do cineasta coreano Bong Joon-ho sempre tiveram um tom mais militante e várias críticas sociais veladas, como é o caso de O Expresso do Amanhã. Em Okja, vemos a crueldade da indústria agropecuária, em uma história que mistura aventura, ação e até mesmo horror, com uma estética única e fantástica.

O longa segue a história de Mija, uma menina que precisa resgatar Okja, uma porca criada em laboratório - uma das primeiras em uma espécie de "gado do futuro". Aí, começa uma perseguição e uma rebelião contra um mercado tão violento e brutal. Vale mencionar que o elenco é composto por nomes como Tilda Swinton e Steven Yeun.

Infelizmente, o melhor e mais premiado filme do serviço de streaming ainda não está disponível em solo brasileiro. Estamos falando de Mudbound: Lágrimas Sobre o Mississipi, filme do ano passado que chegou a ganhar destaque no Oscar, indicado a Melhor Atriz Coadjuvante e Melhor Canção Original, entre outros.

O filme é um drama histórico sobre dois veteranos que retornam ao Mississipi após lutarem na Segunda Guerra Mundial. Como um deles é negro, o filme aproveita para explorar o racismo internalizado na cultura americana, com a participação devastadora da Ku Klux Klan. Destaque para as brilhantes atuações e para a direção excelente de Dee Rees.