Diretamente da primeira Guerra Civil, o discurso do Capitão América para o Homem-Aranha é um marco na história do herói, mostrando, da forma mais clara possível, a integridade de Steve quanto aos seus ideais. (O discurso está na revista Amazing Spider-Man #537).

“Não importa o que a imprensa diga. Não importa o que o os políticos ou as multidões digam. Não importa se o país inteiro disser que uma coisa errada está correta. Repúblicas são fundadas em um princípio acima de todos: A exigência de que nós temos que defender aquilo em que acreditamos, não importa quais sejam as consequências.

Quando o povo, a imprensa ou o mundo inteiro disser para que você saia de onde está, o seu dever é se plantar como uma árvore à beira do rio da verdade e dizer para o mundo inteiro: Não. Saiam vocês.”

Um dos momentos mais icônicos dos quadrinhos foi protagonizado pelo Capitão. Já na capa da primeira edição de seus quadrinhos, Captain America Comics #1, Steve Rogers tem sua primeira aparição marcada por estar dando um belo soco na cara do Hitler.

O lançamento da revista é anterior à entrada dos EUA na Segunda Guerra, saindo nove meses antes do ataque em Pearl Harbor e do envolvimento oficial americano na batalha. Muitos consideram que a capa, por conta do período, já mostra o sentimento americano diante da guerra, prevendo o que estava por vir. A capa foi desenhada por Jack Kirby e, desde então, é um dos momentos mais impactantes e importantes dos quadrinhos. Literalmente fez história.

Steve Rogers nasceu de uma forma heroica e, depois dos eventos da primeira Guerra Civil, não poderia ter uma morte mais pontual. Steve não morre em uma grande batalha e sim quando a corte interfere em seus deveres com o povo.

O Capitão dá sua vida para proteger pessoas inocentes e suas últimas palavras reafirmam a identidade heroica do personagem, quando ele apenas se preocupa com a segurança do público – mesmo público que estava contra ele. A morte do Capitão América está na revista Captain America Vol. 5 #37.

E quando encurralado por uma das maiores e mais destrutivas forças cósmicas, o Capitão desiste? Obviamente não. Durante a saga da Manopla do Infinito, na revista The Infinity Gauntlet #4, Steve tem uma de suas ações mais loucas e corajosas de todos os tempos, quando encara o Titã Louco de frente, depois que o vilão destruiu grande parte dos maiores heróis da Marvel sem nem mesmo fazer esforço. Para ter ideia, Thanos e sua Manopla transformam o Thor, o Deus do Trovão, em vidro, fazendo ele em pedaços logo depois.

É assim que o Capitão mostra que, se não é o herói mais corajoso de todos os tempos, é, pelo menos, mais louco que o próprio Titã em sua frente, quando vai sozinho até o Thanos e dá um de seus discursos, “Enquanto houver um homem se opondo a você, Thanos, você nunca será capaz de se considerar vitorioso”. Claro, depois disso, o Titã derrota o Capitão – ele até quebra o icônico escudo do herói – mas, mesmo não sendo vitorioso, esse foi um momento incrível do Cap.

O momento em que o Capitão América mostra que serve ao povo, não ao governo. As crenças do Capitão sobre as autoridades já foram colocadas à prova várias vezes ao longo dos anos. Um dos maiores momentos em que isso foi trabalhado aconteceu em Captain America #332, quando o Capitão é chamado a servir à Comissão, tentando fazer o herói ser uma parte oficial do governo, um bichinho na coleira dos engravatados.

Isso vem logo depois de Steve descobrir que um dos grandes líderes do governo também era a cabeça do Império Secreto. Desiludido, Rogers entrega seu escudo e uniforme, se aposentando como Capitão América. É um ponto crucial, mostrando que Steve serve ao povo americano, não aos governantes.

Captain America Vol. 3 foi uma virada de jogo da Marvel no final dos anos 90, com uma das melhores histórias do herói até então. Um dos maiores momentos da saga está na edição #17, quando o Caveira Vermelha conseguiu recriar o mundo à sua forma.

Nessa realidade, o Capitão está sem seus poderes do soro do super-soldado e, mesmo assim, vai contra o vilão, com um uniforme totalmente frouxo em seu corpo anormalmente normal, chocando o próprio Caveira com sua coragem. Mesmo sem seus poderes, o Capitão grita a plenos pulmões que ele pode não ter mais seus músculos, mas ele nunca vai perder sua força e logo após, ele dá a surra de uma vida no vilão, um momento de arrepiar qualquer fã.

Precisamos falar sobre o Universo Ultimate. Ainda que não seja o favorito de muita gente, as histórias dessa realidade trouxeram algumas coisas bem interessantes. Entre elas, a surra dada pelo Capitão América no Homem-Formiga.

Para quem não sabe, é no Universo Ultimate que temos uma das versões mais distorcidas e terríveis do Homem-Formiga, quando ele tortura e abusa da Vespa. A resposta a isso é um momento de lavar a alma, com o Capitão dessa realidade fazendo um pouco de justiça sangrenta.

E quando o Capitão consegue levantar a Mjölnir, que apenas o próprio Deus do Trovão, Thor, consegue manejar propriamente? Pois é. Uma prova concreta de que ele é um herói digno; o Steve consegue, em uma das histórias, manusear a Mjölnir, logo depois de desistir do manto de Capitão por suas desilusões governamentais.

Uma brincadeira com a ideia pode ser vista no começo de A Era de Ultron, quando os heróis estão competindo para se mais alguém consegue levantar o martelo e o Capitão consegue movê-lo um pouco.

Um momento histórico é quando o próprio Superman acredita que o Capitão é o melhor capacitado para liderar um time que conta com os Vingadores e a Liga da Justiça. O episódio ocorreu no crossover JLA/Avengers, de 2003, que ainda mostrou o Homem de Aço empunhando o escudo do Capitão.

Finalizando, o momento em que o Capitão comanda um Deus. Durante a saga “Born Again” do Demolidor, o Rei do Crime liberou o vilão Nuke em Cozinha do Inferno para criar o caos e tirar o Homem Sem Medo das sombras. A batalha destruiu grande parte de Hell’s Kitchen, trazendo os Vingadores para lidar com a situação. É então que vemos o Capitão, enquanto salva uma jovem, ordenar ao Thor para trazer chuva ao local. Sem hesitar, o Deus do Trovão acata a ordem.