Os 10 filmes mais influentes da década

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Os 10 filmes mais influentes da década

Por Evandro Lira

A década de 2010 foi transformadora para o cinema. Vários dos seus lançamentos foram importantes para moldar a indústria e serviram para refletir os nossos tempos.

A hegemonia de um grande estúdio, pessoas cada vez mais politizadas, a ascensão do streaming e outros acontecimentos formaram o contexto desses que são os 10 filmes mais influentes da década.

Confira:

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Harry Potter e as Relíquias da Morte: Partes 1 e 2

A franquia Harry Potter é uma das maiores e mais populares do cinema. Baseada nos sete romances de J.K. Rowling, publicados entre 1997 e 2007, os filmes do menino bruxo foram importantes para definir o molde das franquias de fantasia e de adolescente em Hollywood.

Mas foram seus dois últimos filmes, lançados em 2010 e 2011, os responsáveis por criar uma espécie de "monstro" da indústria: a divisão de um material em dois. O último livro da série, Relíquias da Morte, foi levado ao cinema em forma de dois longas-metragens, que juntos arrecadaram mais de 2 bilhões de dólares. Isso fez com que os estúdios percebessem o potencial financeiro da estratégia, e desde então a ideia de transformar seu clímax em duas partes foi sendo repetido nos anos seguintes.

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Jogos Vorazes

Baseada na série literária de Suzanne Collins, o filme Jogos Vorazes, de 2012, cimentou o caminho de várias franquias distópicas adolescentes no cinema. Depois de seu lançamento bem-sucedido, seguido de mais três filmes - sendo o último dividido em dois -, várias outras franquias com temática parecidas e visando o mesmo público chegaram às salas de cinema.

Além disso, a franquia transformou Jennifer Lawrence em uma grande estrela global e reafirmou o poder das mulheres à frente de suas histórias. A protagonista Katniss Everdeen popularizou o arquétipo da figura feminina poderosa, que luta e que está longe de ser uma princesa.

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Roma

Roma é um filme mexicano dirigido por Alfonso Cuarón que foi lançado em 2018 direto na Netflix. O filme recebeu aclamação universal da crítica, mas enfrentou o olhar torto de algumas entidades da indústria.

Grandes cadeias de cinema como Cinépolis e Cinemark se recusaram a exibir o filme pois exigiam uma janela de exclusividade mais longa do que a oferecida pela Netflix. Cineastas como Steven Spielberg expressaram desaprovação quando o filme foi indicado a 10 Oscars, incluindo o de Melhor Filme. Para eles, o filme não era um lançamento de cinema, já que seria lançado numa plataforma de vídeos caseira.

No entanto, a controvérsia não foi páreo para o sucesso do filme, que foi premiado com o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, Melhor Direção e Melhor Fotografia, e abriu espaço para que outros filmes de grandes cineastas fossem lançados pela Netflix posteriormente.

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Mulher-Maravilha

Mulher-Maravilha chegou aos cinemas em 2017 e foi, sem dúvida, um marco. O filme foi o primeiro de uma super-heroína nesta que chamamos de a Era de Ouro dos heróis no cinema. Com críticas amplamente positivas, ele foi elogiado pela direção, cenas de ação e representatividade feminina.

Com um orçamento de mais de 150 milhões de dólares, Mulher-Maravilha foi o filme dirigido por uma mulher mais caro já feito, apresentando um grande passo para as mulheres na indústria. O filme foi listado por grandes publicações como um dos melhores longas de super-heróis de todos os tempos, além de ter entrado para a seleta lista de melhores filmes de 2017 do American Film Institute.

Foi principalmente após o sucesso de Mulher-Maravilha que os estúdios passaram a apostar em filmes de ação estrelados por mulheres.

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Corra!

O filme de estreia de Jordan Peele, Corra!, é um longa inspirador sobre a hipocrisia norte-americana pós governo de Barack Obama. É um filme de gênero criado por um escritor-diretor negro, estrelado por um negro, que faz uma sátira acerca do racismo nos dias atuais.

Corra! é essencialmente uma obra de terror, que revigorou o gênero trazendo um misto de comentário social e comédia. Foi indicado a diversos prêmios importantes, como o Oscar de Melhor Filme, quebrando o jejum de décadas de um filme de terror indicado ao principal prêmio da Academia. É, sem dúvida, um dos mais importantes dos anos 2010.

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Frozen

Frozen virou febre em 2013 e se tornou um dos filmes mais populares da história do cinema. A animação da Disney faturou uma bilheteria bilionária e reviveu o interesse pelas tradicionais animações musicais baseadas em contos de fadas. O filme rendeu trilha sonora recordista de vendas, merchandising infinito, peça na Broadway, além de uma sequência de grande sucesso.

Dito isso, Frozen também trouxe para o centro da trama personagens femininas donas de suas próprias histórias e redefiniu alguns conceitos estabelecidos pelas próprias animações da Disney.

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Os Vingadores

Gostando ou não, é impossível negar que Os Vingadores moldou a indústria cinematográfica como a conhecemos hoje. Claro, antes dele já existiam franquias cheias de astros e efeitos visuais que faturavam rios de dinheiro, mas estamos falando aqui desse que renderam os primeiros frutos colhidos pela Marvel Studios após dar início ao seu ambicioso Universo Cinematográfico.

O filme, que adaptou uma das equipes mais famosas dos quadrinhos, reuniu as estrelas e os heróis apresentados desde Homem de Ferro, passando por O Incrível Hulk, Homem de Ferro 2, Thor e Capitão América. Os Vingadores foi um verdadeiro estrondo em 2012 e se tornou o início avassalador do que se tornaria a maior franquia da atual Hollywood.

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Star Wars: O Despertar da Força

Uma das maiores franquias da cultura pop, Star Wars, renasceu em 2015 depois que a Disney adquiriu a Lucasfilm e deu início a uma nova trilogia. O resultado foi um dos filmes mais lucrativos da história do cinema e responsável por popularizar a franquia para uma nova geração.

Mas recuperar a energia de um dos títulos mais célebres da indústria não foi o único grande feito de O Despertar da Força. O filme também abriu espaço para outros tipos de protagonistas, como mulheres e pessoas não-brancas. O que, aliás, gerou um movimento reacionário por parte dos fãs.

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Logan

Em 2017, Hugh Jackman se despediu do personagem que o definiu em Hollywood: o mutante Wolverine. Mas aqui, ele não era mais o super-herói rabugento de uniforme de couro e penteado esquisito. Ele era Logan, mais humano e real do que nunca.

O filme derivado da franquia X-Men foi dirigido por James Mangold e apresentou uma história crua, poderosa e relativamente pé no chão. Logan é um drama violento e pesado que ia contra todos os grandes filmes baseados em quadrinhos que vinham fazendo sucesso na época. Sua classificação indicativa reafirmava o desejo por um novo público, e o filme abraçou a velha escola do cinema, funcionando em um modelo de produção independente, misturando gêneros e se aprofundando na psique do seu protagonista.

Pode-se dizer que ideia de lançar filmes menores sobre a máscara de filmes populares deve-se muito a Logan.

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Pantera Negra

Dá para dizer que Pantera Negra, da Marvel Studios, é um filme revolucionário para a indústria. E por qual razão, em meio a tantos filmes de super-heróis, ele ganhou esse título? Porque ele foi responsável por apresentar o primeiro herói negro da nova grande era dos "super" no cinema.

Pantera Negra representou também a primeira vez que um filme de orçamento gigantesco foi dirigido por um afro-americano e produzido e estrelado por uma equipe e elenco predominantemente negros. E ao invés de ignorar os problemas raciais enfrentados pela comunidade nos Estados Unidos e só fazer um filme genérico de estúdio, o cineasta Ryan Coogler lida de frente com a temática.

Pantera Negra foi uma mega-sucesso de bilheteria, quebrando grandes recordes nos Estados Unidos. Ele recebeu inúmeros prêmios e indicações, sendo o primeiro filme de super-herói a receber uma indicação de Melhor Filme, bem como o primeiro filme do MCU a ganhar um Oscar. Este é, sem dúvida, um dos maiores fenômenos culturais dos últimos anos.