Para começar esta lista de uma forma leve, não podemos nos esquecer de Fora de Série, a comédia que marcou a estreia de Olivia Wilde na direção. O longa foi elogiadíssimo e é uma das maiores surpresas do ano passado - mas foi sumariamente esnobado no Oscar.

O filme merecia ao menos as indicações nas categorias de Melhor Direção para Olivia Wilde e Melhor Roteiro Original - e é curioso, já que o filme recebeu indicações nas mesmíssimas categorias em outras premiações. É uma pena que o longa não tenha ganhado reconhecimento aqui.

Neste ano, Adam Sandler provou que consegue ser um excelente ator no hit indie Joias Brutas, dirigido pelos irmãos Josh e Benny Safdie. O filme foi um grande sucesso, não apenas pela atuação de Sandler quanto por sua história crua que mistura comédia de humor negro e drama.

O filme conta a história de um homem viciado em jogos que acaba em uma grande enrascada. Merecia indicações para Melhor Ator, Melhor Filme e até mesmo Melhor Direção - mas infelizmente, não foi lembrado em nenhuma categoria da premiação.

Outro filme que perdeu completamente a chance de arrasar no Oscar - mesmo que tenha feito muito barulho mundo afora - foi Meu Nome é Dolemite, a biografia do cineasta Rudy Ray Moore, um dos maiores diretores negros de Hollywood.

O filme se bancou pela atuação de Eddie Murphy, além de contar com um excelente elenco coadjuvante. Merecia ao menos ser lembrado na carreira de Melhor Ator - além de algumas categorias técnicas, como Melhor Figurino e Melhor Design de Produção.

Tudo bem que Frozen II não é tão bom ou inovador quanto o primeiro, mas ainda assim foi uma das melhores animações lançadas em 2019. O filme chegou ao Brasil só no começo deste ano, mas mostra uma nova aventura das irmãs Elsa e Anna.

O filme até foi reconhecido na categoria de Melhor Canção Original, com Into the Unknown. No entanto, seria interessante ver uma indicação para Melhor Animação, principalmente pelo alto parâmetro de animação que já é esperado da Disney.

Não foram apenas os filmes de ficção que foram esnobados no Oscar. Um exemplo disso é o documentário Apollo 11, que é um dos longas mais aclamados de 2019 - contando inclusive com 99% de aprovação no Rotten Tomatoes.

O filme é montado inteiramente com imagens de arquivo da famosa expedição que levou o homem à lua. É um absurdo que o projeto não tenha sido indicado na categoria de Melhor Longa Documentário, especialmente tendo em vista a tamanha pesquisa que foi feita para o longa.

Pelo visto, os votantes do Oscar vão se orgulhar para sempre de não darem a mínima para filmes de horror. No caso de O Farol, o filme chegou a ser indicado na categoria de Melhor Fotografia - o que é mais do que merecido. Mas o longa podia ter ido mais além.

As atuações de Robert Pattinson e Willem Dafoe são brilhantes e mereciam figurar nas categorias de Melhor Ator e Melhor Ator Coadjuvante, respectivamente. Além disso, o projeto também podia ter conquistado a indicação de Melhor Direção para Robert Eggers.

Você pode até não gostar de Nós ou achar o filme superestimado. No entanto, não há como negar que o longa nos trouxe uma das melhores atuações de 2019, graças a Lupita Nyong'o - que aqui, interpreta uma mulher e sua duplicata maligna.

A atriz passou por treinos vocais e psicológicos muito impressionantes para chegar ao papel, mas o filme nem mesmo deu as caras no Oscar. Merecia a indicação de Melhor Atriz - e quiçá até mesmo de Melhor Direção para Jordan Peele, que já concorreu por Corra!, em 2017.

Se Bohemian Rhapsody, mesmo sendo um dos filmes mais controversos de 2018, ainda ganhou os louros pela atuação de Rami Malek, é um crime que Rocketman não tenha feito o mesmo neste ano. O filme conta a vida de Elton John.

Para isso, Taron Egerton se transformou completamente para viver o artista - e diferente de Malek, não apenas "dublou" as músicas do cantor, como cantou-as ao vivo no filme. Mesmo que não fosse selecionado em outras categorias, merecia a indicação de Melhor Ator.

Um dos filmes mais surpreendentes do ano, As Golpistas é a adaptação de uma história real sobre strippers que criaram um esquema de estelionato com clientes ricos, sugando seu dinheiro. O filme fez um sucesso estrondoso e foi indicado em dezenas de premiações mundo afora.

O filme foi completamente esquecido no Oscar - mas merecia ser lembrado ao menos por Melhor Direção para Lorene Scafaria, e Melhor Atriz Coadjuvante para Jennifer Lopez - especialmente em um ano que apenas atrizes brancas foram indicadas na categoria.

Um filme que revoltou a comunidade cinéfila pela sua ausência na 92ª edição do Oscar foi A Despedida, o filme de Lulu Wang sobre uma jovem mulher chinesa nos Estados Unidos, tendo que voltar para seu país para se despedir de sua avó, que tem poucos meses de vida.

O filme foi um dos melhores do ano e merecia ter sido indicado diversas vezes, incluindo Melhor Filme. Além disso, Awkwafina e Zhao Shuzhen mereciam as indicações para Melhor Atriz e Melhor Atriz Coadjuvante, respectivamente, além da indicação de Melhor Direção.

Por último, temos um filme que não foi bem esnobado - já que foi indicado, ao todo, em seis categorias. Ainda assim, Adoráveis Mulheres acabou sendo deixado de lado em categorias muito importantes - especialmente Melhor Direção.

O trabalho de Greta Gerwig é espetacular no longa, e a falta de uma indicação demonstra mais uma vez como a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas não está disposta a abranger seu olhar para mulheres nas categorias de direção.