Começando com um dos favoritos do público, durante o arco do Arquipélago Sabaody, acompanhamos o momento mais desesperador dos Chapéu de Palha. Quando os Pacifistas e o Almirante Kizaru são enviados para capturar os piratas, principalmente o Luffy, ninguém esperava o massacre viria.

Depois de acompanhar o bando do Chapéu de Palha por tanto tempo, superando adversidades inimagináveis, foi um choque vê-los em uma situação onde, não importa o que fizessem, a derrota é absoluta. No episódio 405 do anime, depois de tentar de tudo para escapar, a tripulação é completamente derrotada por Kizaru, Pacifistas, Bartholomew Kuma e separados pela força da Nikyu Nikyu no Mi.

Com um título tão assombroso, esse episódio ficou marcado como o momento mais frágil e humano da tripulação, quando são forçados a reconhecer que não são os maiores do mundo. É ainda mais marcante ver personagens como Zoro, Sanji e Luffy incapacitados mais cedo, com os outros membros da tripulação os protegendo. Arrepio? Que arrepio? Foi choro mesmo o que esse capítulo provocou.

Um pouquinho antes da grande derrota, porém, o anime entregou um dos episódios mais satisfatórios até então. Se você é fã de One Piece, é certeza que esse está na sua lista de favoritos só pelo sentimento que assistir o socão do Luffy gera.

O que provoca todo o ataque da Marinha aos Chapéu de Palha está no episódio 396, ainda no arco de Sabaody. Nele, o Luffy encontra um Tenryuubito na Casa de Leilões que tenta comprar a Camie e, depois, humilha e tenta matar o Hachi. O racismo e o classismo desenfreados do São Charlos enfurece o Luffy ao máximo - ele que já não tem uma boa história com a nobreza do mundo - que parte pra cima do Tenryuubito e desfere o melhor e maior soco de todos os tempos.

É satisfatório e chocante - e ganha um sentido ainda maior conforme a história se desenrola a partir daí. Os Tenryuubito são os nobres do mundo, que se recusam até a respirar o mesmo ar da “plebe”. Eles mantém escravos, vivem no topo do mundo e são protegidos pelo mais alto escalão da Marinha. Questionar um Tenryuubito já pode te condenar à morte, imagina dar um soco na boca. E foi por isso que o Almirante e os Pacifistas chegaram.

Particularmente, esse arco e esse episódio em específico são os meus favoritos de One Piece - e acho que de muita gente. O arco de Enies Lobby é épico em todos os sentidos, mas principalmente por colocar os Chapéu de Palha contra uma força nunca antes vista e, ao mesmo tempo, contra o Governo Mundial e a Marinha.

É nesse arco também que conhecemos a história da Robin, de Ohara, dos Poneglyphs e do Século Perdido. É quando o mundo de One Piece mais ganha forma e a aventura fica realmente séria.

Confrontada pela CP9, Robin se entregou aos captores e à morte para poupar a vida de seus amigos e até mesmo de Water 7, que seriam eliminados por um Buster Call caso contrário. Durante sua vida, Robin nunca viveu por si, apenas sobreviveu. Nesse episódio, porém, Luffy a faz finalmente escolher o que quer antes da tripulação agir para resgatá-la.

Sinceramente, não sei o que arrepia ou emociona mais. Se é a Robin, presa pela CP9, confiando na tripulação e gritando pela primeira vez que quer viver, ou se é a resposta do Luffy, que pede ao misterioso Sogeking que queime a bandeira do Governo Mundial, declarando guerra para resgatar sua companheira.

Nos finalmentes do arco de Enies Lobby, outro episódio pra ficar na memória. Desde Skypiea, tinha ficado esse mistério no ar de que o navio dos Chapéu de Palha, o Going Merry, tinha vontade própria, um espírito. Ele já era considerado um nakama antes, então isso não mudava muito.

Depois de tantas aventuras, o navio estava danificado demais para seguir e era impossível de ser consertado. Mas, quando seus companheiros precisaram de uma última viagem, ele apareceu e chamou por eles.

Quando as batalhas de Enies Lobby terminaram, os Chapéu de Palha precisavam fugir do lugar. Um Buster Call foi chamado e toda a ilha seria atacada e destruída. Mas, sem navio, tudo parecia perdido. Eis, então, que eles escutam um chamado do mar e o Merry aparece para salvá-los uma última vez.

O episódio 312 é a despedida da tripulação do navio e é um dos episódios mais emocionantes e tristes do anime. Assistir o Merry queimando, mas agradecendo pela grande aventura e carinho dos companheiros é de fazer lacrimejar só de lembrar. Mesmo sendo um navio, é um nakama que deu o máximo de si e levou o público consigo nessa jornada.

Falando em momentos tristes e desesperadores, no arco seguinte, Thriller Bark, tivemos um presságio do que aconteceria em Sabaody. Tudo parecia ter terminado bem. Gecko Moria, Oars e sua tripulação foram derrotados, as sombras voltaram para seus donos, era só descansar e comemorar mais tarde, certo?

Errado.

No fim do Thriller Bark, com o Luffy desmaiado e a tripulação detonada, surge Bartholomew Kuma com ordens de capturar o capitão. A situação é terrível, não importa o ângulo. Sanji e Zoro tentam atacar o inimigo, mas descobrem que, naquele momento, ele é invencível.

Esse é um dos melhores momentos do Zoro. No episódio 377, ele e Sanji pensam em oferecer suas cabeças no lugar da do Luffy, mas o espadachim é mais rápido, ataca o cozinheiro pelas costas e o faz desmaiar, assumindo o sacrifício para si.

Zoro oferece sua vida e seu orgulho pela segurança do capitão e seus companheiros. Kuma, vendo a determinação do rapaz, faz um acordo: com o poder da Nikyu Nikyu no Mi, ele retira e comprime toda a dor e sofrimento que o Luffy estava passando naquele momento. Para deixá-los em paz, ele oferece aquilo ao Zoro, já que ele se ofereceu para salvá-los. E, sem pestanejar, o espadachim aceita e quase morre pelos nakamas.

Depois de TANTOS episódios, muita gente esquece o quão grandioso o arco de Alabasta é. Foi um longo caminho, do início da Grand Line, até encontrarem o Crocodile, e cada pedaço dessa história foi incrível.

Uma boa aventura pede um final épico, certo? Em sua terceira luta contra o Croco-Boy, nas catacumbas de Alabasta, com os dois no limite, já não dava pra ter muita esperança sobre o que viria a seguir. Alabasta estava em guerra pela falta de água, Luffy estava sangrando, envenenado e perfurado. Do outro lado, Crocodile estava furioso, tendo que lutar sério pela primeira vez em muito tempo, machucado e suas técnicas não funcionavam tão bem.

O episódio 126 é a conclusão. É aqui que vemos o final de tirar o fôlego da luta entre Luffy e Crocodile, quando o Chapéu de Palha literalmente soca o Shichibukai com tudo o que lhe restava de energia, arremessando o vilão, derrotado, para os céus da capital real.

Tudo nesse episódio é incrível. A trilha sonora orquestrada que acompanha a luta é de fazer arrepiar, a Vivi gritando pelo fim da guerra, no alto da torre, é desesperador e quando os primeiros pingos de chuva chegam, não tem como se emocionar. Tudo isso enquanto o Crocodile gira nos céus e cai no meio do público em choque.

Pessoalmente, a chave de ouro pra esse episódio é o finalzinho, quando o Rei Cobra, incrédulo com tudo o que presenciou, agradece ao Luffy, enquanto tudo desmorona ao redor, enquanto o capitão só responde um “não tem de que” bem de leve, antes de desmaiar sorrindo.

Se é pra falar em Shichibukais derrotados no céu, então não tem como deixar passar a queda de um dos maiores vilões de One Piece, Donquixote Doflamingo.

Esperamos essa luta por muito, muito tempo. Doflamingo apareceu pela primeira vez sendo vilanesco lá atrás, nas épocas do Crocodile. E 600 episódios depois, finalmente vemos o embate entre ele e o Luffy.

Seguindo uma batalha dura, que pareceu perdida em vários momentos, é no episódio 733 que o Luffy desfere o golpe final no Shichibukai. Em uma Dressrosa completamente devastada, no meio de uma guerra civil e com o fim da linha - perdão pela piada - próximo, o Chapéu de Palha usa seu novo golpe com o Gear 4 para derrotar o vilão e arremessá-lo do céu para chão destruído da capital real.

Existem vários paralelos com a saga de Alabasta e o próprio episódio 126. Esse capítulo fica ainda melhor se você assistir a derrota do Crocodile antes, inclusive. Mas não é só isso que torna esse um evento grandioso. A história vem preparando esse episódio por muito tempo, o Doflamingo é um vilão muito maior e mais poderoso que qualquer outro e as repercussões dessa vitória são muito maiores.

É um espelho de Alabasta, a queda literal dos céus de um ex-Tenryuubito e um presente pros fãs que acompanham desde o início, mas também um passo importante para o futuro de One Piece - não tem como ser melhor.

Depois que a Guerra dos Maiores acabou e que o timeskip aconteceu, todos os fãs estavam ansiosos para assistir o resultado do treinamento dos Chapéu de Palha. Muitos não gostaram do arco da Ilha dos Homens-Peixe por não explorar todo esse potencial da tripulação; tudo pareceu fácil demais e eles só se atrapalharam por armadilhas e coisas do tipo. Porém, esse era o ponto, não?

É durante esse arco que os Chapéu de Palha mostram o quão forte estão por parecer bem simples o modo com que eles lidam com a situação do Hody e seu time. Na verdade, isso rende momentos épicos como o episódio 554: Chapéus de Palha vs Cem Mil Inimigos. É exatamente isso que está no título - e não tem nada mais épico que ver o Luffy usando o Haki do Rei pra limpar boa parte desse exército de tritões.

Aliás, isso tudo é ainda mais legal quando lembramos que o primeiro grande inimigo dos Chapéu de Palha foi um homem-peixe e deu um trabalho enorme para eles.

Assim como o episódio de Alabasta, como está tão no começo da aventura, muita gente se esquece do quanto o arco do Arlong Park é incrível É aquele momento de One Piece que, se o anime não te agarrou até agora, é aqui que você se entrega.

Arlong Park é quando One Piece fica realmente político e ganha uma tonalidade muito mais séria. O racismo contra os Homens-Peixe começa a ser explorado e o Arlong é aquele vilão quase justificado. O ódio e as ações dele contra humanos possuem uma raiz muito dolorida - e essa aventura explora isso ao máximo, espelhando o vilão com a Nami, sua vítima principal.

E mesmo com todos esses sentimentos conflitantes, não dá pra escapar da satisfação e do arrepio gerados pela luta final entre Luffy e Arlong. Toda a batalha é épica, mas quando o capitão finaliza o vilão, destruindo todo o Arlong Park, e grita pela Nami, difícil é conter o choro. Se nem esse episódio te pegou no início de One Piece, vai tratar esse coração e troca de anime.

Pra fechar, algo mais recente e grandioso. Tem vários episódios do início e meio da jornada em One Piece na lista, mas e atualmente? Como está?

Tão bom quanto antes.

E posso te garantir isso com esse episódio, quando o Luffy e o Kaido se encaram pela primeira vez. Bom, o Luffy encara o Kaido, no caso, quando o outro pirata estava bêbado e sei lá se consegue se lembrar do inimigo.

O episódio 914 é um show de dinamismo que só agora One Piece pode mostrar - esse é um anime que passou por várias gerações de animação, não tem como comparar a animação hoje com a dos primeiros episódios. E como se não bastasse ser visualmente bonito, o peso dele para a história é enorme.

É aqui que o Luffy bate de frente, pela primeira vez, por vontade própria, contra um Yonkou. Na saga passada, ele até “enfrentou” a Big Mom, mas foi tentando fugir. Nesse caso, o objetivo era ganhar e… bom, pelo menos ele tirou algumas lições da luta.

Como era de se esperar, o Kaido está em um nível que nem os melhores ataques do Luffy o arranham. Isso sem falar que ele é um dragão imenso, provavelmente o maior monstro a aparecer em One Piece até então. Mas, mesmo assim, os movimentos do Luffy e todo o embate nos céus de Wano foram incríveis - agora é esperar a batalha de verdade acontecer.