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Embora muitos não saibam, toda a franquia de O Chamado é baseada em uma série de light novels (livros) do autor japonês Koji Suzuki. E a primeira adaptação da obra foi o filme Ring: Kanzenban, lançado direto para a TV em 1995. O longa foi dirigido por Chisui Takigawa e estreou na FujiTV, pouco tempo depois sendo lançado em mídia física.

O filme é bem mais fiel aos livros de Suzuki e funciona como uma adaptação direta do primeiro da série, Ringu. Apesar disso, ele não encontrou o mesmo sucesso que as adaptações seguintes, nem os remakes americanos. Ele pode ser visto fora de qualquer ordem, já que se sustenta por si só e não possui conexões com o resto da franquia.

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O que realmente ditou a popularidade da saga foi Ringu: O Chamado, lançado em 1998 e dirigido por Hideo Nakata. Seguindo de perto a trama do livro original de Suzuki - mas não com a mesma fidelidade do longa de 1995 -, o filme conta a história da maldição da Sadako Yamamura, que é passada através de uma fita amaldiçoada.

Muito elogiado por seu teor macabro e pela contida aparição da fantasma, o filme se tornou um clássico do J-Horror e ajudou a popularizar o terror do país no mundo todo. Ele foi lançado nos cinemas e foi um verdadeiro sucesso de público e de crítica, dando início a uma leva de sequências e inspirando o remake americano que seria lançado alguns anos depois...

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No mesmo ano de lançamento do primeiro Ringu, o diretor Jōji Iida deu continuidade à franquia com Rasen - mais conhecido no Brasil com o título Ringu: Espiral. Na verdade, os dois filmes foram lançados no mesmo dia (31 de janeiro de 1998), e foram feitos para serem vistos em sequência... mas o plano não deu muito certo.

Embora o primeiro filme da saga tenha feito muito sucesso, Espiral foi um fracasso retumbante e desagradou os críticos. Isso fez com que os produtores voltassem atrás e produzissem uma nova continuação, que desconsiderasse os eventos de Espiral e desse continuidade à história assombrada do vídeo maldito de Sadako...

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Assim nasceu Ringu: O Chamado 2, filme que também foi dirigido por Hideo Nakata e que dá continuidade à história do primeiro Ringu, sem qualquer referência ao filme de Jōji Iida. Por outro lado, ele também se tornou o primeiro da franquia a seguir uma história própria, deixando de lado toda a narrativa criada nos livros de Koji Suzuki.

Na trama, o corpo de Sadako Yamamura é recuperado do poço onde ela foi presa por mais de trinta anos, mas eventos estranhos continuam rolando mesmo depois que ela recebe um enterro formal. O filme conta com a volta de boa parte do elenco do primeiro filme e se passa poucas semanas após os eventos deste.

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A história então acabou ganhando um prequel em 2000, através do filme Ringu 0: O Chamado. Dessa vez, quem assumiu a direção foi Norio Tsuruta, e ao contrário de seu antecessor, sua trama é baseada em uma obra de Koji Suzuki - dessa vez, o conto Lemon Heart, que é encontrado na antologia Birthday do autor.

Aqui, voltamos trinta anos ao passado para descobrir mais da história de vida de Sadako Yamamura e como ela começou a desenvolver dons psíquicos. Comparado com Carrie, a Estranha, o longa não foi bem recebido pelos fãs, mas ajudou a sedimentar um pouco a mitologia da franquia, até o momento em que a garota é aprisionada no poço.

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Durante uma década, a franquia ficou "na geladeira" no Japão (embora tenha ganhado um bom sucesso nos Estados Unidos. Ela retornou em 2012 graças à estreia de Sadako 3D, que recebeu o duvidoso título A Invocação no Brasil. O projeto foi dirigido por Tsutomu Hanabusa e foi baseado no livro S, de Koji Suzuki.

Embora não tenha muitas conexões com os antecessores, Sadako 3D é tido pelos fãs como a continuação direta de Ringu: Espiral, dando sequência à franquia "falida". Apesar das críticas negativas, ele foi visto por alguns como um retorno cheio de potencial à mitologia de Sadako, algo que trouxe um interesse para a sequência.

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Em 2013, chegou aos cinemas também Sadako 3D 2 (ou A Invocação 2 no Brasil). Também dirigido por Tsutomu Hanabusa, o filme dá uma continuação direta ao anterior e também é inserido na cronologia de Ringu: Espiral. O filme se passa cinco anos depois dos eventos do seu antecessor, contando com um elenco quase inteiramente novo.

Na trama, seguimos a filha de um dos protagonistas do filme anterior, cujo nome é Nagi. Com comportamentos estranhos, ela tem ligação direta com Sadako, embora não saiba. Apesar de ter feito US$ 7 milhões em sua bilheteria, o filme foi um desastre de crítica e enterrou os planos para mais filmes ambientados na cronologia de Espiral.

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Porém, em 2016, foi lançado o crossover mais aguardado pelos fãs de J-Horror no mundo todo. Sadako vs. Kayako - também chamado de O Grito vs. O Chamado - tem uma premissa simples e descompromissada. A sua única razão de existência é colocar as duas maiores fantasmas do mundo para caírem na porrada.

O filme foi dirigido por Kōji Shiraishi e não faz parte de nenhuma linha temporal estabelecida previamente - tanto é que possui diversas alterações e inconsistências no que diz respeito à mitologia da franquia. Como diversão, é um passatempo adorável e ainda nos apresenta a "fusão" entre essas duas grandes assombrações, a Sadakaya.

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Em 2019, no entanto, Hideo Nakata retornou para comandar outro novo longa da saga que ajudou a pavimentar, e assim surgiu Sadako: Capítulo Final, que por sua vez é a continuação direta de Ringu: O Chamado 2, lançado vinte anos depois. Dessa vez, o filme tenta atualizar a mitologia para o presente, através da internet.

Apesar do visual bonito e da atmosfera sombria, o filme foi criticado por sua vasta quantidade de personagens e subtramas. Apesar de contar com uma trama original, ele é vagamente inspirado pelo livro Tide, de Koji Suzuki, e serve como um encerramento "oficial" para a cronologia idealizada por Hideo Nakata.

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Com uma franquia tão bem-sucedida fazendo sucesso mundo afora, os EUA não podiam perder a chance de fabricar sua própria versão. E dessa forma, nós tivemos o lançamento de O Chamado em 2002, dirigido por Gore Verbinski e protagonizado por Naomi Watts. A fantasma original passou por uma reformulação, dando lugar a Samara Morgan.

O filme é uma refilmagem completa de Ringu: O Chamado e pega muito mais elementos do filme de 1998 que dos livros de Koji Suzuki. Apesar disso, é uma das poucas obras que consegue fazer jus ao original, trazendo um grande desenvolvimento para sua protagonista ao mesmo tempo em que apostou em Samara como uma baita criação de puro terror.

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O sucesso do remake americano fez com que o estúdio tivesse interesse em produzir uma sequência. Em 2005, foi lançado O Chamado 2, que conta com a direção do próprio Hideo Nakata, o cineasta responsável pelo filme original da franquia japonesa e várias de suas continuações. Naomi Watts também retorna ao papel de Rachel Keller.

A trama se passa seis meses após o primeiro O Chamado e mostra como a nossa protagonista é afetada mais uma vez pela maldição de Samara. Mesmo com o diretor dos originais, o filme foi muito mal-recebido pelo público, por tentar inserir muitos elementos à origem da assombração. Por outro lado, ele oferece uma conclusão para a história de Rachel.

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Com a intensa onda de remakes, reboots e tudo quanto é possível imaginar, Hollywood decidiu dar mais uma chance à franquia e lançou O Chamado 3, que por sua vez foi um dos filmes mais criticados de 2017, considerada uma das piores continuações de franquias de terror de todos os tempos. Sim, é ruim desse jeito...

O filme é dirigido por F. Javier Gutiérrez e ignora parcialmente os eventos de O Chamado 2 e mostra uma nova leva de vítimas da maldição de Samara - e termina de uma forma absurda, com o vídeo se tornando viral e causando inúmeras mortes pelo mundo. Até hoje, há rumores sobre um reboot total da franquia americana, por conta do fracasso deste terceiro filme.

Além dos filmes já citados, tivemos também algumas outras produções que merecem destaque.

• The Ring Virus (1999) - O remake sul-coreano de Ringu: O Chamado - que, por sua vez, segue muito mais fielmente a trama do primeiro livro de Koji Suzuki.

• Ring: The Final Chapter (1999) - Minissérie japonesa de doze episódios baseada na história original. Foi produzida ao mesmo tempo que Ringu: O Chamado e teve que ser alterada para evitar comparações.

• Rasen (1999) - Segunda minissérie, que serve como sequência direta de Ring: The Final Chapter. Composta por 13 episódios, a série também é baseada no livro Espiral, de Koji Suzuki.

Nenhuma dessas produções está disponível em plataformas de streaming.

Como já deu para perceber, as linhas cronológicas de O Chamado são mais complexas de entender que toda a franquia dos X-Men. Por isso, faz-se necessário um breve guia para explicar quais são as ordens corretas, e não só a ordem correta.

Primeiro: Desconsidere filmes como Ringu: Kanzenban, The Ring Virus e Sadako vs. Kayako. Eles não dependem de nenhuma ordem específica e podem ser vistos da maneira que você preferir. Dito isso, temos 3 cronologias oficiais para os filmes de O Chamado.

A primeira delas é a cronologia que leva em conta os eventos de Espiral. Os filmes que a compõem são:

• Ringu 0: O Chamado (2000)
• Ringu: O Chamado (1998)
• Ringu: Espiral (1999)
• A Invocação (2012)
• A Invocação 2 (2013)

A segunda cronologia ignora os eventos de Espiral e é composta por:

• Ringu 0: O Chamado (2000)
• Ringu: O Chamado (1998)
• Ringu: O Chamado 2 (1999)
• Sadako: Capítulo Final (2019)

Por fim, temos também a trilogia americana. E aqui, não tem erro:

• O Chamado (2002)
• O Chamado 2 (2005)
• O Chamado 3 (2017)