Mulher-Hulk: 21 referências e easter-eggs que você pode não ter notado no episódio 9
Mulher-Hulk: 21 referências e easter-eggs que você pode não ter notado no episódio 9
Pegou todas as referências?
Mulher-Hulk: Defensora de Heróis chegou ao fim de sua primeira temporada, mas isso não significa que terminamos de falar sobre esta obra. Com uma quebra da quarta parede capaz de modificar todo o seu episódio final, Jennifer Walters entregou mais do que prometeu.
Com tanta informação, De Quem é Essa Série? foi capaz de confundir até os fãs mais antenados do Universo Cinematográfico da Marvel. Para ficar em dia com todas as referências e easter eggs, separamos 21 das presentes no episódio. Confira!
Abertura de O Incrível Hulk (1978)
A primeira referência deste último episódio foi sua abertura. Replicando a identidade visual da série O Incrível Hulk, de 1978, vemos uma Jenn no fim da década de 70 recontando sua história de origem.
Todas as cenas apresentadas são fiéis à abertura original. Desde Jenn em uma curiosa máquina até a cena da personagem se transformando na Mulher-Hulk após seu carro enguiçar na chuva.
Alguns destaques ficam para o momento em que Jenn diz que “não querem vê-la com raiva”. Na cena original, David Banner, o Hulk, fala o mesmo para Jack McGee, um jornalista obcecado em descobrir a verdade por trás do Gigante Esmeralda.
Outro ponto é que, assim como na série original, a Mulher-Hulk é interpretada por outra pessoa. Nas cena, o ator Devon Lewis colocou uma peruca, vestido e se pintou de verde para encarnar o papel da mulher transformada. Em O Incrível Hulk de 78, acontecia o mesmo, Bill Bixby fazia David Banner enquanto o fisiculturista Lou Ferrigno dava vida ao monstro.
A Selvagem Mulher-Hulk
Junto da abertura, Mulher-Hulk ganha um novo título: The Savage She-Hulk (A Selvagem Mulher-Hulk em tradução literal). Esse é o mesmo nome da primeira revista protagonizada pela heroína, lançada em 1980.
O título ainda serve como um oposto ao da série, uma vez que era O Incrível Hulk e, na adaptação, se tornou A Selvagem Mulher-Hulk.
Ainda é preciso salientar nesse item a origem da criação da personagem. A heroína foi criada por conta do sucesso de O Incrível Hulk e de Mulher Biônica e o medo da editora em patentearem a marca primeiro. Então, não seria assim tão impossível uma produção dos anos 70 com a Mulher-Hulk.
A escolha do pai de Jenn para afastar os repórteres
Após ser demitida e precisar mudar de volta para a casa dos pais, vemos um pouco do dia a dia de uma Jenn sem poderes. E isso inclui o mar de repórteres que ela precisa enfrentar para chegar em casa. O pai de Jenn, então, utiliza uma mangueira para afastá-los.
A cena pode parecer não significar nada, mas acontece algo similar na primeira edição de The Savage She-Hulk. Nela, Jenn está sendo perseguida pela máfia por conta de um caso que estava cuidando nos tribunais. Determinados a matá-la, os mafiosos atiram contra a mulher.
Porém, seu primo Bruce estava no local. Para afastar os homens e resgatar Jenn, ele pega uma mangueira e joga água na cara dos bandidos.
"Legalmente Verde"
O quarto de Jenn é recheado de referências. A primeira fica para o pôster de Legalmente Loira, comédia judicial estrelada por Reese Witherspoon. Também temos um pôster do filme Erin Brockovich - Uma Mulher de Talento, estrelado por Julia Roberts, que conta a história real de uma mãe que se envolve em um processo contra um conglomerado.
Também podemos ver uma ilustração de Sonho de uma Noite de Verão, peça escrita por William Shakespeare que possui quebra da quarta parede, além de uma personagem chamada Titania. E uma bandeira da UCLA (Universidade da Califórnia em Los Angeles), instituição que Jenn frequentou antes de ir para Harvard nos quadrinhos.
Jenn, a baladeira
Em determinado momento, descobrimos a existência de um vídeo da época da faculdade de Jenn. Mostrando-se uma garota divertida na série; nos quadrinhos, a personagem não era tão sociável.
Na primeira edição do arco escrito por Dan Slott, é revelado que Jenn era do tipo estudiosa, que deixava de ir às festas para passar a noite estudando. Apenas quando se tornou a Mulher-Hulk que ela começou a “curtir a vida adoidado”. Tanto que foi preciso o Capitão América expulsar Jenn da mansão dos Vingadores, pois ela era muito festeira.
Já o vazamento do vídeo e a repercussão negativa dele na Intelligencia pode ser uma referência a Alexandria Ocasio-Cortez, política, ativista e organizadora comunitária dos Estados Unidos. No momento, Alexandria está servindo como congressista na Câmara dos Representantes de Nova York, mas, antes de assumir o cargo, um vídeo seu da faculdade foi compartilhado por uma conta do Twitter.
Produzido na Universidade de Boston por um estudante, a congressista aparece dançando brevemente no vídeo. Foi o suficiente para alguns americanos criticarem o passado de Alexandria, similar a reação dos integrantes da Intelligencia.
“Eu teria as mesmas críticas se fosse um homem”
Quando Pug se infiltra na reunião da Intelligencia, temos vários diálogos criticando a Mulher-Hulk e super-heroínas no geral. Um deles chama Jane Foster de “Lady Thor” e diz que, se ela fosse um homem, ele teria as mesmas questões contra a heroína.
O que se destaca nessa fala é que (1) esse é um argumento comum para quem não aceita mudanças e (2) a crítica dele tem base na “mudança” de gênero, logo, “se fosse um homem”, ele não teria o que dizer.
Quebrando (literalmente) a quarta parede
Após o “caos” tomar conta de Mulher-Hulk, a heroína quebra o streaming e invade os estúdios da Marvel através de Avante, série de documentários que mostram os bastidores das produções da Marvel Studios.
Essa literal quebra da quarta parede era algo recorrente nos quadrinhos escritos por John Byrne. Nas histórias, Jenn cortava caminho entre quadros e já chegou a “rasgar” as páginas de seu quadrinho.
Entrevista no set
Quando chega aos sets de filmagens, ao fundo temos uma entrevista acontecendo. Nela, perguntam “mais sobre a criação da Manopla do Infinito”. A história contada depois não é uma invenção, inclusive foi dada por Russel Bobbit em algumas entrevistas ao longo dos anos.
De acordo com Bobbit, a Manopla do Infinito apareceu na sala de troféus de Odin como um easter-egg divertido. Apenas depois que o estúdio decidiu adaptar a Saga do Infinito. Por esse motivo, existe a cena em Thor: Ragnarok onde Hela diz que o artefato de Odin era falsificado.
Os sete anões
Em um dos prédios que Jenn passa em frente podemos ver esculturas dos Sete Anões, sustentando o edifício. A Branca de Neve e os Sete Anões foi o primeiro filme do estúdio e, até hoje, representa o início do sucesso da empresa.
Lançado em 1937, a animação garantiu um Oscar Honorário por “uma inovação significativa na tela que tem encantado milhões e foi pioneiro de um novo grande campo do entretenimento”.
QR Code
Enquanto Jenn passa por diversos lugares, o último QR Code da série aparece na porta da produção de Mulher-Hulk. Ele leva o espectador para The Sensational She-Hulk #50 (A Sensacional Mulher-Hulk em tradução literal). Nele, Jenn faz uma reunião com os editores da Marvel para decidir quais serão os próximos passos para o seu quadrinho.
A confidencialidade do Tio Steve
Um cartaz recorrente é o do Capitão América imitando o Tio Sam e dizendo: “Eu quero que você largue o celular”. A arte pode ser uma crítica a como o público sempre está consumindo conteúdo enquanto está com o celular na mão, mas, de acordo com o Screencrush, existe mais por trás disso.
Matt Singer, uma fonte do canal do YouTube que trabalha na Marvel, disse que os cartazes são reais. Eles são utilizados como uma forma de tirar os funcionários do celular e impedir que tirem fotos ou vazem conteúdos sobre o Universo Cinematográfico da Marvel.
Quadrinhos e mais quadrinhos
As salas que Jenn visita possuem várias referências visuais aos quadrinhos. Na de seu time criativo, podemos ver post-its verdes e ilustrações dos arcos de Dan Slott e John Byrne. Também há uma capa de Planeta Hulk.
Já na sala de K.E.V.I.N. temos quadrinhos dos personagens destaque dessa atual fase da Marvel, como Mulher-Hulk, Feiticeira Escarlate, Sam Wilson, Ms. Marvel e, até mesmo, do Deadpool.
Inclusive, a capa do quadrinho do mercenário têm, o que parece ser, variantes do Deadpool. A escolha da arte pode ser um indício de que iremos encontrar diferentes Wade Wilsons no terceiro filme da franquia.
Lembranças do MCU
Mas, a Marvel Studios não é feita apenas de quadrinhos. Na sala onde Jenn pede para fazer uma reunião com o K.E.V.I.N., existem vários artefatos curiosos.
Os mais evidentes são as três armaduras do Homem de Ferro, cada uma representando um filme e uma Manopla do Infinito. Também temos pôsteres de Mulher-Hulk e Wakanda Para Sempre, figuras de ação do Thanos, Hulk, Mulher-Hulk e Capitão América.
Já nos corredores onde Jenn luta contra os seguranças, as paredes estão decoradas com artes conceituais de filmes como Homem de Ferro, Guardiões da Galáxia e Vingadores.
K.E.V.I.N
K.E.V.I.N. ou Knowledge Enhanced Visual Interconnectivity Nexus (Nexus de Interconectividade Visual de Conhecimento Aumentado na tradução oficial) foi a grande surpresa do episódio. A máquina que toma todas as decisões do MCU é uma alusão ao Kevin Feige, produtor e presidente da Marvel Studios. Já a sala de K.E.V.I.N. é similar com a que Neo encontra o Arquiteto em Matrix: Reloaded (2003).
Por último, o seu design possui algumas peculiaridades: (1) suas lentes são das cores Vermelho, Verde e Azul (RGB, no inglês, que é o sistema de cores usado para criar novas cores); (2) K.E.V.I.N. possui algo similar a um boné acima das lentes, assim como Feige sempre é visto com um e (3) a forma como ele se movimenta é similar a alguns robôs famosos da cultura pop, como GLaDOS de Portal e o Auto, de Wall-E.
Os artistas de efeitos especiais estão em outro projeto
K.E.V.I.N. pede para a Mulher-Hulk retornar para sua forma “humana”, pois os efeitos da heroína são “caros” e “os artistas de efeitos especiais estão em outro projeto”. Essa cena possui duas referências.
A mais clara tem relação com as críticas aos efeitos da série e também a maneira como o estúdio trata seus artistas. Mas, a trilha sonora esconde mais informações. Ao fundo, é possível ouvir o som de tambores, como o presente em algumas trilhas de Pantera Negra.
Isto porque, o “outro projeto” dos artistas é Wakanda Para Sempre, filme que chega em novembro nos cinemas.
O monólogo de Jennifer Walters
Quando mostra seu ponto para K.E.V.I.N., Jenn menciona fatos importantes sobre o MCU. O principal é a constante crítica aos finais das séries que, constantemente, aceleram o enredo, ignoram o desenvolvimento de personagens e entregam lutas entre heróis e vilões.
Jennifer também comenta como boa parte dos heróis masculinos da Marvel têm “problemas com o pai” e faz a pergunta que todos querem fazer: Quando vamos ver os X-Men?
No fim, Jenn ainda fala que seu primo “esmaga prédios” e ela “esmaga a quarta parede e finais ruins” e, às vezes, o Matt Murdock. Outra referência da série ao jargão “Hulk esmaga!”, além da menção ao último encontro de Jenn com Matt.
Soro do super soldado
Jenn menciona o soro do super soldado diversas vezes no episódio. Além de ter sido utilizado como parte da trama de Falcão e o Soldado Invernal, a origem do Hulk no MCU é oriunda da tentativa de Bruce Banner em replicar o soro administrado em Steve Rogers. Isso foi revelado no primeiro filme dos Vingadores, lançado em 2012.
Skaar, o filho do Hulk
Em um curioso almoço de família temos a confirmação de que Hulk havia ido atrás de Skaar, seu filho. O personagem foi introduzido no evento Planeta Hulk, publicado entre 2006 e 2007, mas apenas se tornou um personagem recorrente em 2008.
Filho de Hulk e Calera, Skaar foi concebido durante o tempo do Gigante Esmeralda em Sakaar. A criança apenas nasceu após a saída de Hulk do planeta, fazendo com que Bruce descobrisse de sua existência apenas posteriormente. Skaar tem um envelhecimento acelerado e era capaz de conversar com o espírito de sua falecida mãe.
“Quem você está vestindo hoje?”
Após tudo voltar ao normal, a advogada retorna aos tribunais. Ao ser parada por um repórter, temos uma cena que replica a capa de Mulher-Hulk #7, escrita por Dan Slott e lançada em 2004.
Jenn finalmente aceita seu lugar como advogada e heroína e, no fim, o homem ainda lhe pergunta: “Quem você está vestindo hoje?” A questão é um retorno a como a imprensa é obcecada em saber o que mulheres estão vestindo. Jennifer não responde e sai andando, mas nós sabemos que o terno roxo é obra do estilista Luke Jacobson.
“Vocês têm Wi-fi?”
No retorno às cenas pós-créditos, vemos Wong resgatando Emil, mais uma vez, da prisão. Emil diz que Wong demorou e pergunta se ele ficou preso em mais uma série, se referindo às suas noites calmas do monge assistindo o que tem nos streamings. Porém, também pode estar fazendo um pequeno anúncio de que veremos Wong em outra série do MCU.
Emil ainda pergunta se tem Wi-fi em Kamar-Taj. O público não apenas sabe que tem internet em Kamar-Taj como sabe qual é a senha. “Shamballa”, Karl Mordo dá a mesma a Stephen Strange no primeiro filme do Doutor Estranho. A pergunta agora é se mudaram a senha após tanto tempo.
Quem comanda essa série?
Mulher-Hulk: Defensora de Heróis é uma série que atribui significados às músicas que escolhe para compor sua trilha. A presente nos momentos finais é We Run This (Nós Comandamos Isso em tradução literal), de Missy Elliott, lançada em 2005.
O título é uma resposta a pergunta do episódio, “De Quem é Essa Série?” Pois, no fim, é “nossa”, uma vez que o encontro de Jenn com K.E.V.I.N. buscava representar, também, o que o público sentia com as séries do MCU.