Para mostrar que é dona de Mulher-Hulk, a Disney deixou sua marca registrada nesse episódio. Enquanto Jennifer Walters entra no presídio de detenção onde está Emil Blonsky, pode-se ler o código “A113” em uma parede.

Essa rápida referência já foi identificada em diferentes filmes da Disney e da Pixar. Os caracteres representam o bloco e número de uma sala do CalArts, o Instituto de Artes da Califórnia, situado em Los Angeles. A sala foi o berço da formação de diversos produtores e desenvolvedores dos estúdios, fazendo com que os mesmos fizessem nessa referência, uma pequena homenagem à escola.

Após descobrir o envolvimento de Wong na fuga de Abominável, Jenn contacta sua melhor amiga, Nikki. Com uma rápida pesquisa, a advogada encontra uma espécie de LinkedIn do Mago Supremo.

Além dos dois últimos trabalhos relacionados a Wong que já tínhamos conhecimento, como Mago Supremo e bibliotecário, no perfil diz que o mago trabalhou na Target, uma rede de lojas de varejo. O mais curioso é que essa filial, aparentemente, está localizada em Kamar-Taj, local onde os usuários de magia recebem treinamento.

Titânia, a personagem interpretada por Jameela Jamil, não deu as caras desde sua rápida aparição no primeiro episódio. Porém, isso não impediu que fosse referenciada nesses últimos dois episódios.

Durante o terceiro episódio, em uma nota de rodapé é dito que a super influencer falou com a mídia sobre seus últimos problemas judiciais. De acordo com manchete, Titânia está “confiante” que seu time de advogados irá “fazer tudo ir embora”.

A mídia tradicional e as redes sociais são dois dos pilares centrais para contar a história da Mulher-Hulk. Aqui, vídeos no YouTube, posts e stories são usados para mostrar algo a mais: a repercussão de heroínas femininas no Universo Cinematográfico da Marvel.

Em rápidos vídeos, fotos e hashtags, descobrimos que existe uma dúvida considerável na existência da Mulher Hulk. Também podemos ver uma reclamação sobre “todos os heróis estarem virando mulheres” e distribuírem a culpa disso para o movimento #MeToo, surgido em 2017 com o objetivo de ajudar vítimas de assédio e agressão sexual a quebrarem o silêncio.

Outra curiosidade desse momento é a frase “Eles tiraram a masculinidade do Hulk e depois deram para uma mulher”. Nela, o “fã” não apenas aponta a mudança de Bruce Banner, mas a constante crítica a mulheres como Jennifer Walters e Carol Danvers que não se encaixam em um padrão de “feminilidade”.

E se tudo isso não ficou evidente, as cenas são uma referência a como a comunidade nerd do mundo real costuma lidar com a inserção de personagens de etnia e gênero diferentes do “comum” e com a escalação de determinados atores para certos papéis.

Também é exibido um vídeo curioso de um rapaz dizendo que “esmagaria” (“smash” no original) a Mulher-Hulk. Nos Estados Unidos, a palavra é uma gíria para ter relações sexuais com alguém. Porém, para todo fã da Marvel tem um sentido diferente.

“Hulk esmaga!” (“Hulk smash!” no original) é uma frase recorrente do Hulk nos quadrinhos e, até mesmo, nos filmes. Em Thor: Ragnarok, por exemplo, Thor questiona o Gigante Esmeralda sobre se ele é “capaz de não esmagar alguma coisa pelo menos uma vez”.

Nesse episódio, descobrimos que o promotor responsável por manter o Abominável preso por todos esses anos foi Gideon Wilson. Nos quadrinhos, Gideon é irmão de Sam Wilson, o antigo Falcão e atual Capitão América.

O personagem foi apresentado nos quadrinhos pela primeira vez em World War Hulk: Gamma Corps #1 (Guerra Mundial Hulk: Corporação Gamma em tradução livre). Na história, Gideon é um ministro que, após perder seu filho para a AIDS, culpa o Hulk e jura se vingar.

Gideon acabou deixando a vingança de lado e, em sua última aparição, ele se tornou um pastor em Nova York, gerenciando reuniões dos Alcoólicos Anônimos.

A advogada Mallory Book quase foi colocada para ajudar Dennis Bukowski em seu caso, porém, por ela ser uma “nota 10”, ficou de fora. Mas não dos quadrinhos. Conhecida como “o rosto que nunca perdeu um caso”, Mallory é uma das principais rivais de Jennifer no tribunal.

O conflito entre as duas se tornou mais intenso após Mallory ser ferida em um ataque de Titânia ao prédio da GLK/H. Na ocasião, a vilã procurava por Jennifer, o que fez Mallory atribuir a culpa à heroína. Desde então, passou a representar vilões no tribunal apenas para “irritar” a Mulher-Hulk.

Wong, em sua conversa com Jennifer, menciona alguns termos do mundo da magia da Marvel. Entre eles estão a Dimensão Espelhada e a Dimensão Sombria, ambas presentes no primeiro filme do Doutor Estranho.

Outro termo é o feitiço de memória, o qual Stephen Strange utiliza para que todos esqueçam que Peter Parker é o Homem-Aranha em Homem-Aranha Sem Volta para Casa. No fim da conversa, todos concordam que é um feitiço antiético (Stephen provavelmente não acha o mesmo).

Voltando às telas de computador, quando vemos as pesquisas de Pug, temos algumas referências. A primeira é Megan Thee Stallion, mas também a capa de um vídeo sobre um pônei que acredita ser um “stallion” que significa “garanhão” em inglês.

Também temos uma review do tênis inspirado no Homem de Ferro e um curta italiano chamado Malgrado Te (Apesar de Você em tradução livre). O mesmo se trata de um filme real lançado em 2021. Nele, seguimos o drama de um homem que decide descobrir mais sobre o ex-namorado de sua atual.

Já o QR Code presente nessa cena leva o usuário direto para a segunda edição da Mulher-Hulk, lançada em 1980. Nela, a melhor amiga de Jennifer morre após um acidente causado por Dennis Bukowski.

Antes de dar o seu testemunho, Wong começa com a pergunta: “Vocês sabem o que é kumite?”. O público pode ficar sem saber a explicação completa do mago, mas kumite não se trata de um monstro ou feitiço, e sim de uma das modalidades modernas de artes marciais japonesas.

No tribunal com Dennis e Pug, descobrimos que a responsável por fingir ser Megan Thee Stallion é uma elfa da luz de Nova Asgard chamada Runa. Além disso, é dito que os “novos asgardianos" possuem imunidade diplomática.

Quando o juiz rejeita a cláusula por não estarem em Nova Asgard, a elfa diz que “Asgard não é um lugar”, se referindo a fala dita por Odin e Thor em Thor: Ragnarok.

Novamente, o juiz rejeita a declaração e diz que não está interessado em ouvir “discursos motivacionais de deuses asgardianos”. Sua reação pode sugerir que essa não foi a primeira vez que um asgardiano tentou fugir de algum crime com essa desculpa.

Outra curiosidade sobre a metamorfa é que sua transformação possui um conceito visual similar ao de quando Loki se disfarça, sugerindo que a origem da magia de ambos pode ser a mesma.

Após descobrir que venceu o seu primeiro caso como Mulher-Hulk, Jennifer é abordada por diversos jornalistas. Entre eles, uma mulher lhe pergunta se é verdade que a heroína recebeu seus poderes após um “golpe da máfia que deu errado”.

A pergunta é uma referência a origem da Mulher-Hulk nos quadrinhos. Nela, Jennifer é baleada após tentar enganar o líder de uma máfia. Felizmente, Bruce estava por perto e a salvou com uma transfusão de sangue. Então, após acordar, a advogada se transformou na Mulher-Hulk.

Uma ideia sugerida por Dennis após o julgamento de Runa é a de colocarem um “inibidor de poderes” na elfa. Jennifer comenta que teve uma ideia a partir desta fala, mas não elabora o pensamento.

Porém, essa ideia é algo recorrente nos quadrinhos dos mutantes. Os “colares inibidores” são utilizados para conter mutantes em áreas similares à campos de concentração. Bruce Banner parece ter criado uma variação dele para controlar a sua transformação no Hulk, mas é possível que algumas versões dessa tecnologia surjam no futuro do MCU.

Ainda falando de inspirações na vida real, em sua entrevista para a Citizen News Tonight (Notícias do Cidadão em tradução livre) é dito que Jennifer irá contar mais sobre sua rotina de exercícios e dieta. Ao fundo, ouvimos a voz surpresa da advogada.

Essa situação desconfortável é mais uma referência a vida real e como jornalistas costumam fazer perguntas apenas sobre vestidos e dieta para as atrizes, algo que n'ao costuma acontecer com atores.

Mais um detalhe para se notar é o “S&P” no canto da tela, indicando que as ações desta empresa subiram. Não há nenhum indício de qual seja, mas é possível que tenha envolvimento da Stark Industries e a Pym Technologies.

Enquanto volta para casa, Jennifer é atacada por quatro homens que “roubaram as ferramentas de construção de um asgardiano”. Não levamos o grupo a sério, mas eles são relativamente importantes nos quadrinhos.

A equipe tem uma história de origem duvidosa. Nela, Dick Garthwaite, em posse de um pé de cabra encantado, transforma a si mesmo e seus três colegas na Gangue de Demolição. Os quatro se tornam Destruidor, Maça, Aríete e Bate-Estaca em referência às suas ferramentas.

O grupo foi apresentado em Thor #148, em 1968, mas se tornaram vilões recorrentes dos Defensores.

Durante o ataque da gangue, ocorre uma tentativa de perfurar o braço de Jennifer com uma seringa. O que eles não sabiam é que, na forma de Hulk, é impossível penetrar a pele da heroína. Mesmo assim, a cena levanta questões sobre quem deseja o sangue de Jennifer.

As teorias vão desde Titânia até Valentina, mas parecem mais fortes quando ligadas ao Líder, vilão recorrente do Hulk que foi introduzido brevemente em O Incrível Hulk, e Wilson Fisk.

A nova cliente de Jennifer Walter é Megan Thee Stallion e, de acordo com a rapper, não será apenas uma aparição. Enquanto espera pelo próximo episódio, escute Body, música que toca ao fim do terceiro episódio.