10 motivos para assistir Hollywood, da Netflix

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10 motivos para assistir Hollywood, da Netflix

Por Gus Fiaux

Lançada na Netflix na última semana, Hollywood anda chamando bastante atenção por sua proposta nada convencional. A mais nova série de Ryan Murphy recria a Hollywood em sua Era de Ouro, logo depois da Segunda Guerra Mundial, mas cria uma história revisionista que mostra como algumas pessoas poderiam ter feito história na indústria do cinema.

Com um elenco estelar e uma produção sensacional, a série esbanja de vários momentos incríveis e um olhar interno na produção dos filmes da Velha Hollywood. E é por isso que aqui nós listamos 10 motivos pelos quais você precisa assistir Hollywood, a nova minissérie da Netflix!

Créditos: Netflix

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Um acerto de Ryan Murphy

Ryan Murphy talvez seja o produtor mais bem-sucedido da televisão atualmente. Ele já trabalhou em dezenas de séries, e todas as suas produções são recebidas com bastante entusiasmo por seus fãs. Entretanto, não é toda vez que ele acerta - e só quem acompanhou as últimas temporadas de Glee, American Horror Story ou Scream Queens sabe disso.

Felizmente, Hollywood é mais um acerto na conta do produtor. Murphy sempre se mostrou um grande fã da "Era de Ouro" de Hollywood, e inclusive já fez uma série sobre o assunto (a primeira temporada de Feud), e aqui ele retorna com uma proposta um pouco diferente e mais idealista, mas que deve agradar bastante os fãs de sua carreira.

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O olhar interno da indústria

Por ser um grande fã da indústria cinematográfica, Ryan Murphy tenta mostrar como funciona os processos internos na produção de um filme. Toda a história de Hollywood se passa enquanto um estúdio tenta fazer uma cinebiografia de Peg Entwistle, uma jovem atriz que ficou conhecida por se suicidar ao pular do letreiro de Hollywood.

E ao longo dos sete episódios, vamos vendo como funciona (ou melhor, como funcionava) a produção de um filme, desde a parte conceitual de desenvolvimento, com o roteiro, até questões burocráticas de orçamento e distribuição. Para quem quer aprender um pouco mais sobre o ofício do cinema, a série é um prato cheio.

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Justiça para figuras históricas

Assim como Era Uma Vez em... Hollywood, o filme dirigido por Quentin Tarantino e lançado no ano passado, a série de Ryan Murphy tenta fazer uma espécie de "homenagem revisionista" à história do cinema, aproveitando o que tem em mãos para fazer justiça para algumas figuras bem importantes da indústria cinematográfica.

Em especial, há dois personagens que foram baseados em pessoas reais, os atores Rock Hudson e Anna May Wong. Ambos sofreram muito na Hollywood clássica (Rock por homofobia e Anna por racismo e xenofobia), mas a série tenta dar a eles uma nova perspectiva, alterando propositalmente detalhes de sua biografia para dar a eles um "final feliz".

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A importância da representação

Aliás, a série bate na tecla da representação e mostra como algo visto como besteira por muitos pode mudar o mundo. A produção mostra o sofrimento e a exclusão de pessoas de cor ou LGBTQ+ na época, mas também retrata como Hollywood sempre teve o poder de moldar histórias, tanto no cinema quanto no mundo real.

A maior prova disso se dá no episódio final, que retrata a cerimônia do Oscar. Não vou entrar em spoilers da trama, mas há várias cenas que mostram o impacto da representatividade e como o mundo se vê através da perspectiva das artes e do cinema. No fim, Hollywood passa uma mensagem de esperança e de celebração da diversidade.

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O "lado podre" de Hollywood

Por mais que Hollywood seja, antes de mais nada, uma série feel good - ou seja, uma produção leve e mais descontraída -, é importante notar que a minissérie traz algumas questões que escancaram o "lado podre" do cinema, em especial no que diz respeito a produtores abusivos e assédio sexual no trabalho.

Mesmo que essas questões sejam sensíveis e delicadas, ainda mais em uma era marcada por casos como o de Harvey Weinstein, essas histórias não são colocadas na série de forma gratuita, e ajudam a mostrar como muitos profissionais sofreram dentro da indústria cinematográfica. São tramas importantes que contribuem para o debate.

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Nomes bem conhecidos

Além de trazer figuras históricas tais quais Anna May Wong e Rock Hudson, a série também não poupa referências a vários artistas e personalidades que deixaram sua marca na Terra das Histórias. E para os fãs de cinema clássico, Hollywood é um prato cheio, justamente por essas pequenas participações especiais.

Ao longo da série, podemos ver vários atores e atrizes que fizeram história no cinema, como Hattie McDaniel e Vivien Leigh. além de pessoas que atuaram nos bastidores, como é o caso dos produtores Henry Wilson e George Cukor. Temos até uma participação da ex-primeira dama dos EUA, Eleanor Roosevelt.

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Personagens carismáticos

Além das figuras históricas, o que cativa em Hollywood são justamente os personagens que não existiram historicamente, mas que foram inspirados em vários artistas aspirantes da época. Há uma infinidade de personagens bem carismáticos, desde os protagonistas envolvidos na produção do filme a figuras secundárias.

Por mais que isso acabe criando um lado "fantasioso demais", a série acaba trazendo esses personagens sempre com um bom coração e com ações que poderiam ter mudado todo o rumo da história de Hollywood. No fim, é muito fácil se identificar com essas figuras e se emocionar com suas jornadas, arcos dramáticos e resoluções.

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Um elenco sensacional

E para apresentar um grupo tão requintado de personagens, era necessário trazer um elenco que fizesse jus aos papéis. Felizmente, Ryan Murphy também acertou nesse quesito, reunindo astros e estrelas incríveis para reforçar um elenco de peso. Destaque para Patti LuPone, uma atriz de teatro e cinema que brilha no papel da diretora interina da ACE Studios.

E ela não é a única. Ao longo da série, podemos ver vários artistas que já trabalharam com Murphy - como Darren Criss, David Corenswet e Dylan McDermott -, além de novatos em parcerias com o produtor - Laura Harrier, Jeremy Pope e Jake Picking. Destaque também para algumas participações especiais, como Queen Latifah e Billy Boyd.

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Reconstrução de época

E por mais que a trama de Hollywood tome várias liberdades artísticas em relação à história real da indústria cinematográfica, o mesmo não pode ser dito sobre a direção de arte e a reconstrução de época da série, que é simplesmente fenomenal. Dá para perceber o valor investido na produção, que esbanja de cenários perfeitos.

Muitas coisas foram recriadas especialmente para a série, como por exemplo, o hotel-teatro onde eram realizadas as cerimônias do Oscar. A própria sede da ACE Studios - o estúdio onde boa parte da trama se passa - é inspirada por registros históricos sobre as sedes dos estúdios mais clássicos de Hollywood, como a Paramount.

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Uma minissérie, graças aos céus

Quem conhece a filmografia de Ryan Murphy sabe que, quanto maior a série, maior é a chance do produtor se perder e começar a viajar em histórias arrastadas e sem sentido. Felizmente, Hollywood já nasceu com começo, meio e fim. A série tem apenas sete episódios e não deve retornar para uma segunda temporada.

Se você, assim como eu, tem um certo receio e preguiça de começar séries muito longas, esse é mais um motivo para dar uma chance para a nova produção da Netflix. A história é curta e, na verdade, deixa um gostinho de "quero mais", por mais que sua trama seja bem fechadinha e sem espaço para pontas soltas.