Monstros: Irmãos Menendez – O que é verdade e o que é falso na série da Netflix
Monstros: Irmãos Menendez – O que é verdade e o que é falso na série da Netflix
Descubra o que é real e o que é ficção na série antológica de true crime da gigante do streaming
Inspirada em uma história real, Irmãos Menendez: Assassinos dos Pais chegou ao catálogo da Netflix para dar continuidade à antologia Monstros, produção de true crime iniciada com o fenômeno Dahmer: Um Canibal Americano. Desta vez, a produção trata de um caso envolvendo dois irmãos condenados pelo assassinato dos pais, em 1989, que dividiu opiniões nos Estados Unidos durante uma intensa cobertura midiática do julgamento nos anos 90.
Contudo, embora a temporada se baseie em fatos, o programa ainda é uma obra de ficção, ou seja, nem tudo que acompanhamos ao longo dos episódios realmente aconteceu da maneira como está representado nas telinhas. Logo, nesta lista, você vai entender o que é real e o que é ficção em Irmãos Menendez: Assassinos dos Pais.
Vale ressaltar que a lista foi feita com o apoio de informações coletadas pelos veículos IndieWire, The Hollywood Reporter, The Wrap e Us Magazine. Lembrando também que, por se tratar de uma história real, a lista tem relatos de violência e abuso sexual que podem ser perturbadores para quem não se sente confortável com o assunto.
O assassinato dos pais aconteceu de um jeito um pouco diferente na vida real
Na série da Netflix, a cena do assassinato de José e Kitty Menendez acontece quando os dois estão assistindo à televisão. Na sequência, os irmãos ameaçam os dois com espingardas até fazerem os disparos fatais.
Mas na vida real não foi exatamente isso que aconteceu. Segundo investigações na época, a perícia concluiu que o disparo que matou o pai foi feito na parte de trás de sua cabeça, indicando que ele não percebeu o que estava acontecendo.
No caso da mãe, porém, a série da Netflix mostrou o que ocorreu na vida real: após os tiros, Kitty tentou escapar, mesmo ferida, mas Lyle voltou para o carro para pegar mais munição e, assim, matá-la.
José e Kitty Menendez foram encontrados mortos na mansão da família, em Beverly Hills, em Los Angeles, no dia 20 de agosto de 1989. A polícia chegou no local depois que Lyle acionou as autoridades afirmando que tinha encontrado os pais mortos quando chegou em casa.
O álibi do cinema é ficção
Na série, após cometerem o crime, os irmãos Lyle e Erik Menendez decidem criar um álibi para tentar fugir de possíveis acusações quando a polícia ficasse sabendo do ocorrido. Assim, os dois resolvem ir até um cinema e ainda aproveitam para passar em um restaurante com a intenção de serem vistos.
Porém, não foi isso que aconteceu na vida real. Na verdade, a dupla permaneceu em casa e somente depois, quando as investigações começaram, eles inventaram que tinham passado a noite fora.
Os gastos excessivos dos irmãos Menendez depois do assassinato
Um acerto que a série da Netflix faz em relação aos fatos reais é mostrar como os irmãos Menendez usaram o dinheiro dos pais para fazer gastos exorbitantes após o assassinato. Como é mostrado no programa, a dupla realmente passou por uma temporada no Hotel Bel Air (embora, na vida real, eles tenham ficado apenas alguns dias), além de outros hotéis de luxo da região.
Ao todo, eles gastaram cerca de US$ 700 mil em poucos dias depois do assassinato dos pais, usando o dinheiro deles para cobrir gastos excessivos com seguranças, limusines, relógios, carros, roupas e mais.
As insinuações de incesto são ficcionais
Uma das polêmicas que surgiram após o lançamento de Irmãos Menendez envolve uma insinuação na série de que Lyle e Erik tinham uma relação incestuosa. Alguns episódios do programa mostram situações sugestivas do tópico, mostrando os irmãos se beijando ou tomando banho juntos.
De acordo com Robert Rand, especialista do caso e autor do livro The Menendez Murders, porém, isso não passa de ficção. Em entrevista ao The Hollywood Reporter, Rand explicou que as insinuações de incesto que constam na série da Netflix são falsas e que o programa provavelmente aproveitou a impressão que muitas pessoas tinham da dupla na época para incrementar a trama na série.
Lyle Menendez até chegou a testemunhar na vida real durante o julgamento que nunca teve relações sexuais com o irmão, já que a defesa usou os relatos de abusos contra José Menendez para tentar provar a inocência dos dois no tribunal. No momento, Lyle confessou que o abuso que sofreu do pai o motivou a fazer algo parecido com o Erik quando eles eram crianças, mas Rand acredita que aquilo “não era um relacionamento sexual e, sim, uma resposta ao trauma” sofrido por ele.
A sexualidade de Erik Menendez
Outra sugestão que Irmãos Menendez faz ao longo dos episódios tem relação com a sexualidade de Erik. Em alguns momentos, a produção sugere que Erik tinha interesse em se relacionar com homens na prisão e que ele tinha dificuldade em reconhecer sua sexualidade por causa dos abusos que tinha sofrido quando era criança. Levando isso em consideração, a série parece deixar implícito que Erik não reconhecia a atração que sentia por homens.
Na vida real, Erik realmente chegou a ser questionado sobre sua sexualidade durante o julgamento, mas ele negou ser homossexual diversas vezes em entrevistas nos anos 90.
A misteriosa Norma realmente existiu
Em Irmãos Menendez, acompanhamos uma relação telefônica entre Lyle e uma misteriosa mulher chamada Norma. Na série, Lyle falava com ela sob o pretexto de que Norma escrevesse um livro sobre sua vida. Contudo, Norma acabou divulgando as informações coletadas nas conversas, que eram todas gravadas, o que interferiu no julgamento, impedindo Lyle de testemunhar e ainda provocando a renúncia da advogada Jill Lansing.
Tudo isso realmente aconteceu na vida real, embora não seja um acontecimento muito popular do caso. A única diferença entre ficção e realidade é que, no caso real, apesar de Norma ter vendido as informações coletadas em suas conversas com Lyle, interferindo em seu testemunho, foi o próprio irmão Menendez que optou por não testemunhar no julgamento depois do ocorrido.
A ligação dos irmãos Menendez com O.J. Simpson é verdadeira
Por mais inventado que pareça na série da Netflix, os irmãos Menendez realmente tiveram uma conexão com O.J. Simpson, ex-jogador de futebol americano que foi acusado de matar sua ex-esposa em 1994. Na série, Simpson surge como um breve cameo, sem aparecer fisicamente, com seu próprio julgamento tendo impacto no dos dois irmãos.
O fato é que, na vida real, os Menendez realmente conheciam Simpson desde a década de 1970 por causa das relações profissionais do pai. O ex-atleta, inclusive, foi detido quando os irmãos estavam na prisão depois que os primeiros julgamentos foram anulados. Simpson acabou parando em uma cela próxima a de Erik e até mesmo recebeu conselhos judiciais dos irmãos.