Quando foi anunciado que o segundo filme da equipe receberia o título de Vingadores: Era de Ultron, os fãs ficaram animados com a possibilidade de ver o grande androide assassino nos cinemas, com seus planos genocidas para com a humanidade. E embora isso tenha acontecido, a mudança em sua origem não agradou muita gente...

Nos quadrinhos, Ultron foi criado por Hank Pym -- o Homem-Formiga original -- e os dois compartilham de uma ligação íntima, como pai e filho. No filme, Ultron passou a ser uma criação conjunta de Tony Stark e Bruce Banner, usando o sistema do J.A.R.V.I.S. para tomar forma. Até hoje, tem gente que fala sobre como essa mudança serviu apenas para deixar Stark em destaque na trama.

Após um bem-sucedido primeiro filme da equipe, Joss Whedon teve que bolar ideias para expandir o universo desses personagens na continuação. Por isso, em Era de Ultron, temos mais desenvolvimento para personagens que ficaram um tanto escanteados no primeiro longa, como Clint Barton, o Gavião Arqueiro.

Na trama, sabemos que o herói tem um grande segredo que só é revelado lá pelas tantas: ele tem uma família, que vive segura e escondida em uma casa de campo. Embora isso acrescente mais humanidade ao personagem, muitos sentiram que o "desvio" do filme para focar na família do Gavião Arqueiro foi uma derrapada na trama.

Não é de hoje que a Marvel Studios demonstra não saber muito o que fazer com o Hulk, especialmente devido aos motivos legais que impedem que um filme solo do anti-herói seja produzido e lançado pelo estúdio. É por isso que muitos fãs do Golias Esmeralda questionam as decisões tomadas com o herói desde o primeiro Vingadores.

De todas, talvez a mais controversa (ou uma das mais, definitivamente) é todo o romance construído entre Bruce Banner e Natasha Romanoff. O casal que dividiu opiniões em A Era de Ultron. A reação foi tão intensa que a própria Marvel Studios parece ter se esquecido desse namoro, já que tanto Natasha quanto Bruce mal interagem em Guerra Infinita e Ultimato.

Quando uma cena pós-créditos de Capitão América: O Soldado Invernal nos deu o primeiro vislumbre de Wanda e Pietro Maximoff no MCU, muitas expectativas foram lançadas para a estreia dos irmãos em Era de Ultron. E após uma boa dose de críticas, como o whitewashing dos heróis e a sua ligação com a HIDRA no filme, mesmo sendo judeus e romani nas HQs, ambos até que foram bem aceitos pelo público.

No entanto, mal tivemos a chance de conhecer o Mercúrio e ele já nos foi tomado, já que o velocista acaba sendo alvejado por Ultron enquanto se sacrifica para salvar o Gavião Arqueiro e uma criança civil. A morte teve o impacto perfeito para alavancar a jornada da Feiticeira Escarlate, mas até hoje há quem sinta que o personagem tinha muito mais a oferecer.

Como dito anteriormente, as ideias usadas para compor o Hulk do MCU nem sempre foram aceitas com bons olhos, especialmente depois que Mark Ruffalo assumiu o papel, em Os Vingadores. No entanto, a ausência nítida do Golias Esmeralda revoltou muitos fãs, e isso chega no ápice em Guerra Infinita.

No filme, após enfrentar Thanos logo no começo do filme (e apanhar feio para o Titã Louco), o Hulk reverte à forma de Bruce Banner e passa o resto da trama "com medo", sem querer retornar para a ação. Isso causou certa ira nas redes sociais, especialmente após vários trailers editados para trazer o anti-herói na Batalha de Wakanda e em outros momentos chave do filme.

Em Guerra Infinita, finalmente somos devidamente apresentados ao Titã Louco e seu plano de exterminar metade do universo para reestabelecer certo equilíbrio. E já de cara, para mostrar quem o vilão é, o filme faz ele fazer uma escolha muito difícil, e sacrificar sua "filha favorita", a Gamora, para pegar uma das Joias do Infinito.

A cena causou bastante comoção na época do lançamento, não só porque a morte de uma personagem feminina servindo de recurso narrativo para uma figura masculina é um tropo bem discutido na cultura pop, como também pela forma como a decisão impactou diretamente a saga dos Guardiões da Galáxia de James Gunn e pelo visto, sem muito aval do cineasta...

Outra cena polêmica de Guerra Infinita, e que é consequência direta do item anterior, é o momento em que o Homem de Ferro, os Guardiões da Galáxia, o Homem-Aranha e o Doutor Estranho conseguem fazer com que Thanos fique em estado de transe, contido por um tempo. Isso é quebrado por Peter Quill, que desconta toda sua ira ao saber que o vilão matou sua amada Gamora.

O ataque do Senhor das Estrelas faz com que o Titã Louco se livre de seus captores e consiga concluir seu plano, aniquilando metade do universo com um mero estalar de dedos. A cena atraiu uma onda considerável de ódio para o personagem. Até mesmo Chris Pratt, ator que interpretou Peter Quill no MCU, acabou sentindo um pouco da ira dos fãs.

Como muitos especulavam, Vingadores: Ultimato começa logo após os eventos de Guerra Infinita, mas logo temos um salto temporal de cinco anos, onde os sobreviventes da Terra buscam formas de lidar com o luto por seus entes queridos e amigos. Mesmo os membros dos Vingadores foram impactados por isso, e o Thor é um dos que mais externalizou seu medo e frustração.

O Deus do Trovão se tornou desleixado e preguiçoso, e isso afetou sua forma e seu treinamento físico. Nas redes sociais, várias pessoas acusaram a obra de reproduzir estereótipos gordofóbicos e isso ficou ainda pior com as notícias de que Chris Hemsworth teve que usar enchimentos (o polêmica fatsuit) para interpretar o personagem em seu ponto mais baixo.

Apenas um ano depois de vermos a Gamora sendo atirada do topo de um penhasco, os Irmãos Russo decidiram dobrar a aposta. Em Ultimato, a Viúva Negra se sacrifica no mesmo planeta onde Thanos matou sua filha no filme anterior, apenas para poder recuperar a Joia da Alma e oferecer aos heróis uma chance de salvar o mundo.

A decisão recebeu todo tipo de reação nas redes sociais, mas um sentimento geral foi o de potencial desperdiçado, o que ficava ainda pior com a notícia do filme solo da Viúva Negra, que como só descobriríamos depois, se passa entre os eventos de Guerra Civil e Guerra Infinita. Para alguns, pior ainda foi ver Natasha Romanoff se sacrificando para poupar a vida do Gavião Arqueiro.

Por fim, uma cena que causou certa polêmica em Ultimato também traz à tona alguns dos problemas de gênero do estúdio. No meio da batalha final do filme, há um segmento "dedicado" às heroínas, um momento girl power em que várias mulheres se reúnem para lutar contra Thanos e seu exército alienígena.

De um lado, tivemos as mesmas ladainhas de sempre de gente "incomodada com a cultura woke, a lacração e o feminismo do filme". Por outro, vários fãs também criticaram a falta de destaque e importância dado a essas heroínas, o que fica ainda pior se considerarmos que a cena acontece depois da morte da Viúva Negra, que era a maior heroína do MCU até então.