Mike Flanagan: Todos os projetos do diretor para a Netflix, ranqueados
Mike Flanagan: Todos os projetos do diretor para a Netflix, ranqueados
De Hush a Missa da Meia-Noite, qual a melhor parceria da Netflix com Mike Flanagan?
Mike Flanagan é um dos diretores de terror mais conceituados da atualidade. Ao longo dos anos, ele nos entregou várias obras marcantes no cinema, como Doutor Sono e O Espelho – porém, nos últimos anos, ele se firmou como um nome de peso na Netflix, tanto pelos filmes originais que produziu para o streaming como por suas minisséries.
Neste ano, o diretor voltou com força total em Missa da Meia-Noite, seu projeto mais pessoal e passional. E se você está pensando em maratonar todas as produções que o cineasta já fez para a plataforma de streaming, não tema! Aqui, separamos todos os projetos de Mike Flanagan na Netflix, ranqueados!
Hush: A Morte Ouve (2016)
Quem acompanha a carreira de Flanagan sabe que é difícil encontrar um projeto "ruim" entre sua filmografia. No caso das produções da Netflix, todas possuem uma qualidade surpreendente - e por isso, não dá para dizer que essa lista é do "pior para o melhor". Mas decidimos abri-la com Hush: A Morte Ouve.
O filme foi distribuído mundialmente pela Netflix, apesar de não ser uma produção financiada pela plataforma - e isso não tira seu peso. Aqui, vemos a história de uma mulher surda (interpretada por Kate Siegel, esposa de Flanagan) que precisa fugir de um assassino misterioso, que a encurrala em sua própria casa.
Tenso e angustiante, o filme é cheio de momentos dramáticos mas é bem concentrado no pavor da situação. Perto das outras obras de Flanagan, é bem mais "simples" - e isso de forma alguma é um demérito, já que o longa entrega tudo que se espera de um bom filme de home invasion, além de ter um desenvolvimento de personagens fascinante.
A Maldição da Mansão Bly (2020)
Lançada no ano passado, A Maldição da Mansão Bly serve como uma "continuação espiritual" de A Maldição da Residência Hill. Baseada em A Volta do Parafuso e vários outros contos de Henry James, a série traz uma potente história de fantasmas mesclada a uma narrativa sobre amores perdidos e a efemeridade da vida.
Combinando romance e horror psicológico, Mansão Bly oferece uma nova visão da história que já foi contada diversas vezes no cinema, em filmes como o clássico Os Inocentes (de 1961) e o recente Os Órfãos (de 2020). Aqui, a história é contada pelo ponto de vista de Dani Clayton, uma mulher que é contratada para cuidar de duas crianças em uma grande mansão isolada.
Aos poucos, os fantasmas de Bly se revelam - e com eles, temos uma noção grande de como o tempo é desolador para todos. No fim das contas, A Maldição da Mansão Bly é uma ótima obra complementar para Residência Hill, ainda que seu ritmo mais lento possa afastar quem busca por mais sustos e momentos de tensão.
Jogo Perigoso (2017)
O segundo longa de Flanagan a entrar nesta lista é Jogo Perigoso, que foi lançado em 2017 e é uma adaptação do livro homônimo de Stephen King - que até então, era considerado inadaptável. Aqui, Jessie (Carla Gugino) e seu marido Gerald (Bruce Greenwood) vão para um chalé isolado, onde tentam "apimentar" a relação.
Porém, um evento macabro acontece e Jessie fica presa à cama por algemas. Sem ter esperança de fugir e lidando com seus próprios medos e traumas, ela começa a jornada mais difícil de sua vida, enquanto tenta sobreviver. E tudo parece ficar pior com a chegada do Homem do Luar, um figura enigmática que aparece para observá-la toda noite.
Possivelmente o filme mais assustador de toda a carreira de Flanagan, Jogo Perigoso é um primor como adaptação e traz momentos genuinamente horripilantes, especialmente quando o visitante misterioso entra em cena. Por outro lado, é mais um denso estudo de personagem que mostra como Mike enxerga o terror como uma forma de lidarmos com nossos traumas reais.
Missa da Meia-Noite (2021)
A nova série do criador chegou recentemente à Netflix e já está dando o que falar. Missa da Meia-Noite é um projeto que Mike Flanagan já queria tirar do papel há anos, tanto que há referências bem nítidas ao título em Hush: A Morte Ouve e Jogo Perigoso. Aqui, viajamos até a ilha pacata de Crockett, enquanto entramos numa comunidade fervorosamente religiosa.
A vida em Crockett é completamente modificada com a chegada de Paul Hill, um novo padre que consegue realizar vários atos milagrosos - porém, aos poucos descobrimos que esse dom tem uma origem sobrenatural e muito mais sombria. Aos poucos, a população local se entrega a esse novo salvador, sem ter noção das consequências que isso trará.
A série tem fortes influências de Stephen King e desenrola seu próprio horror de uma forma bem gradual. Porém, Flanagan também aproveita todo o contexto para desenvolver questões de fé, falsos profetas e a degradação de uma comunidade em frente ao fanatismo e à intolerância religiosa - tudo sob a ótica melancólica e pungente de Mike Flanagan.
A Maldição da Residência Hill (2018)
A primeira minissérie de Mike Flanagan para a Netflix continua sendo a favorita absoluta dos fãs. A Maldição da Residência Hill combina terror com drama familiar de forma magistral, estabelecendo todas as relações de uma família com a antiga casa mal-assombrada onde viveram e passaram por experiências terríveis.
Na trama, seguimos cinco irmãos da Família Crain: Steven, Shirley, Luke, Theo e Nell. Aqui, vemos como eles são assombrados até hoje pela vida na tenebrosa Residência Hill, enquanto tentam lidar com a morte misteriosa da mãe e a ausência do pai. Tudo isso chega a um ponto de ebulição quando um dos irmãos decide voltar a esse lugar amaldiçoado.
A Maldição da Residência Hill é de um primor técnico espantoso. Ao longo de dez episódios, acompanhamos a vida deles enquanto crianças e depois de adultos, ao mesmo tempo em que a história da mansão é contada diante dos nossos olhos. Mais do que uma adaptação de A Assombração da Casa da Colina de Shirley Jackson, a série é uma reinterpretação muito sensível da obra.
E ainda vem mais por aí!
E se você gosta de acompanhar o trabalho do diretor, saiba que tem mais coisa vindo aí! Mike Flanagan acabou de anunciar o começo das filmagens de The Midnight Club, sua próxima série para a Netflix, que será baseada em um livro homônimo de Christopher Pike, publicado originalmente em 1994.
A história segue um grupo de adolescentes com doenças terminais que vive em um hospital. Todas as noites, à meia-noite, eles se reúnem para contar histórias sobrenaturais - e um dia, fazem a promessa de que o primeiro deles a sucumbir será o responsável por abrir a comunicação com o além. Isso acontece, e os eventos sobrenaturais que seguem são assustadores.
A série trará de volta vários colaboradores frequentes de Flanagan. Se você viu Missa da Meia-Noite, vai reconhecer os nomes de Zach Gilford, Matt Biedel, Samantha Sloyan e Annarah Cymone no elenco. Outro nome poderoso no elenco é Heather Langenkamp, que fez o papel de Nancy na franquia A Hora do Pesadelo.