Esta é uma mentira que você vê frequentemente em filmes de ação. Já dá até para imaginar a cena: uma sequência eletrizante em um avião acaba colocando para fora um dos envolvidos. O problema? A pessoa estava sem paraquedas. Mas tudo bem, afinal é só você pular com um e salvá-la, certo? Não, errado.

Seria humanamente impossível conseguir resgatar alguém em queda livre sem paraquedas, a não ser que você pule logo em seguida, numa questão de milésimos de segundos, para salvá-la. Mesmo assim, as chances dessa empreitada acabar de um jeito nada agradável são altíssimas porque, com o tranco do paraquedas quando ele abre, não seria possível segurar quem está sem ele.

A cena em que um personagem está correndo contra o tempo e precisa fazer uma ligação direta para que o carro funcione e, dessa maneira, consiga escapar da situação é outra sequência clássica que sempre aparece em produções cinematográficas e televisivas. Tudo parece muito simples: basta ligar dois fios e, pronto, a mágica acontece no motor.

O problema é que, na vida real, as coisas são mais complicadas do que os filmes e as séries tentam te convencer. Isso porque, para que a medida funcione, é preciso ativar o sistema elétrico com outros cabos, que possuem cores diferentes e que estão “escondidos” na coluna de direção. Além disso, fazer assim, sem mais nem menos, poderia também acabar causando um curto-circuito.

Não tem nada mais assustador do que ver seu personagem favorito com uma enorme bomba-relógio presa no corpo. Para piorar a situação, o visor gigante que fica indicando quanto tempo falta para que o dispositivo exploda aumenta cada vez mais a nossa adrenalina e o medo do que vai acontecer no próximo segundo.

No entanto, fora da ficção as coisas são um pouco diferentes. Embora de fato existam explosivos com visores que indicam o tempo, a grande maioria é acionada por um timer ou até mesmo por celulares. Logo, aquela ideia de que você vai ver uma contagem regressiva gritando na sua cara em uma bomba-relógio acontece apenas se estivermos lidando com grandes vilões da ficção.

Outra mentira clássica da indústria audiovisual é a que você poderia andar tranquilamente enquanto uma grande explosão acontece no fundo. É claro que, quando tais cenas aparecem em filmes ou séries de TV, elas são usadas por uma questão de efeito, mas a vida real é bem diferente disso.

Quando uma explosão gigantesca acontece, as bolas de fogo que você vê acabam emitindo ondas de choque, que são mais letais do que a própria explosão. Isso acontece porque o ar é deslocado com uma grande pressão e em uma alta velocidade, o que destrói absolutamente tudo que está ao redor. Logo, a não ser que você seja um super-herói poderoso, seria humanamente impossível sair ileso de um choque brutal desses.

Se você é fã de Star Wars, ou já viu qualquer produção de ficção científica que seja ambientada no espaço, provavelmente deve se lembrar facilmente de alguma cena de batalha espacial empolgante, explosiva, frenética e estrondosa. Geralmente, conseguimos ouvir todos os impactos entre naves, os tiros e outras destruições causadas, no entanto, essa mentirinha do bem – e com propósitos narrativos – não poderia estar mais longe da verdade.

O que acontece é que, como no espaço não há oxigênio ou som, é inviável que alguma coisa exploda e ainda faça barulho. Em vista disso, por não existir meios que façam com que as ondas sonoras se propaguem, possíveis batalhas espaciais seriam completamente inaudíveis na vida real.

Mais uma mentira que o cinema e a televisão contam para você é que silenciadores de armas fazem com que o disparo da bala não emita qualquer tipo de som. É fácil ver qualquer filme de ação, como os do 007, e achar que você poderia fazer o mesmo na vida real, mas não é isso que realmente acontece.

Mesmo que uma arma tenha um silenciador acoplado a ela, é possível sim ouvir o ruído que vem com o disparo. O que o silenciador faz é apenas amenizar o barulho, mas ainda dá para ouvir o tiro de maneira bastante audível.

Outra mentira que a indústria audiovisual te conta é que você só teria direito a uma ligação, caso fosse preso. Essa é bastante clássica, mas não poderia estar mais longe da verdade por aqui: o que de fato acontece é que, mesmo que ninguém atenda o telefone de primeira, a Constituição garante que você terá assistência de um advogado e da família, nem que várias ligações precisem ser feitas para que isso ocorra. Claro que cada caso é um caso, mas por via de regra é assim que as coisas geralmente funcionam.

Se algum dia você se deparar com uma mordida de uma cobra venenosa, não ache que sugar o veneno vai garantir com que a situação acabe bem. Isso porque, apesar de já termos visto personagens da ficção realizando essa proeza e saindo ilesos, o veneno de uma cobra geralmente navega muito rápido pelo organismo, e o ato de sugar – ou até mesmo fazer um corte no local – pode ser pouco eficaz, ou ainda causar uma nova infecção.

Portanto, não é nem um pouco aconselhável que alguém tente performar esse ato de salvação. A melhor atitude nessas horas sempre é buscar ajuda de profissionais capacitados.

Esta é bastante usada em sequências onde um personagem está sendo sequestrado: alguém aparece com um pano encharcado de clorofórmio, um composto químico anestésico que pode ser tóxico caso ingerido ou aspirado, por trás da vítima e o coloca na região entre o nariz e boca para apagá-la. No cinema ou na TV, basta apenas que o pano encoste no dito cujo para que ele desmaie imediatamente, como num passe de mágica. Mas não é assim que as coisas aconteceriam na vida real.

Embora o clorofórmio seja de fato extremamente tóxico em determinadas situações, ele pode demorar um pouco para fazer efeito dependendo da pessoa. Isso significa que, se estivéssemos fora da ficção, caso o vilão maligno tentasse sequestrar sua vítima usando o composto, ele poderia enfrentar alguns contratempos, já que o efeito anestesiante do clorofórmio pode demorar minutos até agir no organismo.

Outra mentirinha usada pelo cinema e pela televisão como licença poética é a de que carros explodem com facilidade. É claro que veículos podem sim explodir de um jeito rápido, mas não é tão frequente quanto produções audiovisuais como Velozes e Furiosos tentam te convencer.

Para que uma super explosão ocorra, é necessário haver uma união de faíscas, oxigênio e gasolina em estado gasoso, sendo que este último não é tão fácil assim de se conseguir após um acidente, pois não é sempre que um tanque se rompe depois de uma batida.