Embora Cavaleiro da Lua tenha sido uma série divisiva entre os fãs, por deixar de lado o ar mais sombrio das histórias do herói nos quadrinhos para abraçar um humor mais infanto-juvenil, seria injusto dizer que o traje usado por Oscar Isaac não é, no mínimo, belíssimo - ou melhor, os trajes, já que temos mais de um ao longo da série.

O visual usa e abusa da iconografia egípcia para dar ao herói uma identidade única e bem diferente de outros superseres do Universo Cinematográfico da Marvel, o que teria contribuído com o clima de estranheza em uma história do personagem - isto é, se a Marvel Studios e a Disney tivessem dado o braço a torcer e feito uma trama insana, como as HQs de Marc Spector.

Quando a Marvel Studios anunciou que faria um filme dos Guardiões da Galáxia, muitos ficaram de orelha em pé, crentes de que esse seria um dos primeiros fracassos comerciais da franquia. Graças a James Gunn, isso não aconteceu e, de brinde, temos alguns dos heróis mais populares do MCU e dos filmes de super-heróis em geral.

O visual colorido dos filmes contrasta diretamente com os trajes do Senhor das Estrelas, que apresentam um "rebelde". São roupas casuais, com direito a uma jaqueta de couro - que se transforma em sobretudo no segundo filme da equipe. E para fechar com chave de ouro, ainda temos uma máscara que não só esconde a identidade do herói, como também o dá um ar de mistério.

Desde que foi apresentada ao MCU, Wanda Maximoff sofria críticas dos fãs por conta de seus trajes, que nem sequer tentavam arranhar a superfície da beleza dos visuais clássicos das HQs. WandaVision mudou isso, nos dando um traje mais "arcano" para a personagem, com direito à clássica tiara que sempre figura entre seus visuais mais icônicos.

No entanto, o traje mais bonito veio justamente com Doutor Estranho no Multiverso da Loucura, onde a personagem abraça seu lado mais sombrio e, portanto, ganha um novo visual para combinar com seu novo papel de vilã. É triste que tenha demorado tanto tempo para Elizabeth Olsen vestir um traje mais fiel à Wanda das HQs, mas valeu a pena a espera.

Quando o Rei de Wakanda foi apresentado no MCU em Capitão América: Guerra Civil, ele ainda era um príncipe e não fazia ideia do que o esperava pela frente. T'Challa se torna o Pantera Negra após o triste assassinato de seu pai, e até hoje, nenhum visual do herói supera o primeiro traje heroico utilizado por ele.

O que torna a roupa de Guerra Civil tão interessante é a forma como ela foi criada de verdade, e Chadwick Boseman teve que vesti-la em cena. É bem diferente dos trajes que vieram depois, o que inclui o visual do primeiro filme solo do herói, que é construído majoritariamente com efeitos digitais. Aqui, por outro lado, temos um traje com textura, forma e materialidade.

Carol Danvers veio para mudar o jogo no MCU, desde o easter-egg de sua participação em Vingadores: Guerra Infinita. Menos de um ano após isso, ela ganharia seu filme solo e seríamos brindados com um dos trajes mais bonitos e fiéis de toda a franquia, especialmente considerando como o visual soa muito mais como um traje militar do que como uma fantasia heroica.

É igualmente interessante que o visual visto em Capitã Marvel seja, pelo menos a princípio, um traje de guerra dos Kree que só posteriormente se torna um uniforme digno para uma heroína. Ela usou variantes do traje, como em Vingadores: Ultimato, mas o visual do filme solo continua sendo um dos mais bonitos, imponentes e icônicos da franquia da Marvel.

Tal mentora, tal aprendiz. Kamala Khan foi uma das figuras mais curiosas e interessantes apresentadas na Fase 4 do MCU, já que veio representando os fãs mais jovens de super-heróis, que deliram com histórias épicas. Ela não começa como uma heroína já de cara, mas aprende a se tornar uma após ter uma vazão para seus poderes.

O traje final da heroína é bem interessante por referenciar diretamente a sua cultura e seu legado, ao mesmo tempo em que é bem fiel ao visual que vimos nas HQs da personagem. Mais do que isso, é uma roupa com história, que se liga à forma como a heroína passa a confiar em sua família. Resta imaginar o motivo que levou As Marvels a substituir esse traje por outro.

O Deus do Trovão sempre teve uma história complicada no MCU, uma vez que boa parte dos cineastas e produtores envolvidos na franquia não sabiam qual tom usar nas histórias do herói. E embora seus visuais sempre tenham sido bem interessantes, o mais bonito deles veio com Vingadores: Guerra Infinita, representando uma mudança de ares para o herói.

Para muitos, esse é o visual definitivo do Thor na franquia, justamente por abordar sua evolução como personagem e por representar o equilíbrio entre sua origem asgardiana e a influência que a Terra teve sob ele. É uma pena que esse legado tenha sido rapidamente destruído em Vingadores: Ultimato e piorado em Thor: Amor e Trovão.

Assim como o Deus do Trovão, o Capitão América sempre teve trajes bem curiosos, que capturavam toda a essência cartunesca do personagem e suas histórias nas HQs. Com Vingadores: Ultimato, no entanto, temos o traje mais belo do Sentinela da Liberdade, que consegue capturar bem o impacto do Capitão América no mundo.

O visual é relativamente simples e não difere muito de suas versões anteriores - no entanto, destaca-se aqui o uso de uma textura de "escamas", o que torna o traje bem fiel aos visuais clássicos do herói nas HQs. Além disso, um outro complemento digno de nota - e que não faz parte do traje em si - é o martelo Mjölnir, que confere a Steve Rogers ainda mais autoridade.

Às vezes, menos é mais. Simplicidade é algo que parece ter sido esquecido na nova leva de filmes de super-heróis, e isso nos faz ficar nostálgicos com a era em que até mesmo os visuais não eram um carnaval ambulante. O traje que melhor representa isso é o da Viúva Negra, conforme visto em Homem de Ferro 2.

Aqui, temos a clássica roupa de uma espiã que precisa usar a mobilidade de seu corpo para cumprir suas missões especiais - e com direito ao cabelo ruivo ondulado que dá um charme especial. É uma pena que os trajes posteriores da heroína tenham se entregue a um exagero desnecessário, quando o visual mais "clean" é muito mais condizente com seu papel de espiã.

Para finalizar, temos aquele que é considerado por muitos como a melhor das adaptações visuais já feitas pelo Universo Cinematográfico da Marvel. Lá em 2016, o estúdio estava expandindo seu escopo com Doutor Estranho, o primeiro filme da franquia que iria explorar temas místicos e fugir do clima de ficção científica que imperava na Marvel Studios até então.

Para isso, era necessário criar um visual totalmente único para o Mestre das Artes Místicas, que mostrasse como ele lutava com magia arcana, e não com seus próprios punhos. O resultado é uma roupa bem diferente das HQs, mas que passa todo o ar fantástico presente nas histórias de Stephen Strange, fazendo dele um herói singular na vastidão do MCU.