Atire a primeira pedra quem não ficou chocado com o “Eu vejo gente morta” em O Sexto Sentido. Uma frase simples, mas que ficou marcada no imaginário do público devido a uma das reviravoltas mais impactantes de Shyamalan – e do cinema.

O Sexto Sentido chegou ao mundo em 1999 com Bruce Willis e Haley Joel Osment como os protagonistas, e até hoje é lembrado como um dos melhores filmes do cineasta. A trama acompanha um garoto que vê o espírito de pessoas mortas até que ele resolve contar seu segredo para um psicólogo. Intrigado com a revelação, o homem vai em busca de respostas, mas a “condição” do menino acaba causando consequências inesperadas.

O tal resultado surpreendente foi o fato de que Malcolm Crowe, o psicólogo interpretado por Willis, também era uma das pessoas mortas que o personagem de Osment via ao seu redor. Lançado em uma época em que a internet ainda não tinha dominado todas as esferas do globo, multidões foram surpreendidas com o plot twist, que deixou sua marca na história do cinema.

Corpo Fechado é outro filme popular de Shyamalan que fez as pessoas ficarem impactadas com uma reviravolta. Estrelado por Bruce Willis e Samuel L. Jakcson, o primeiro filme da trilogia, que também é composta por Fragmentado (2016) e Vidro (2019), é um dos mais queridos da filmografia do cineasta e garantiu uma boa surpresa no final da trama.

O longa conta a história de David Dunn (Bruce Willis), um homem que sofre um acidente de trem em que todos os passageiros, exceto ele, acabam mortos. Dunn, então, parte em busca de respostas para aquilo que salvou sua vida até encontrar Elijah Price (Samuel L. Jackson), um homem misterioso que oferece uma explicação bizarra para o acontecimento.

Ao longo de Corpo Fechado, vamos acompanhando as tentativas de Elijah em convencer David de que ele é um super-herói invulnerável, agindo como uma espécie de mentor. Bom, até que Dunn descobre que tudo aquilo não passou de um plano orquestrado por Price: acreditando ser um supervilão, Elijah organizou diversos atentados e tragédias – inclusive o acidente de trem – apenas para revelar as habilidades inumanas de David e, assim, realizar seu desejo de ser o vilão de um herói, no maior estilo quadrinesco.

Por mais que não exista uma grande reviravolta em Fragmentado, isso não significa que M. Night Shyamalan iria deixar uma produção sua sem uma revelação impactante. No caso do filme estrelado por James McAvoy, a surpresa ficou nas mãos de uma aparição especial de Bruce Willis como David Dunn, do filme Corpo Fechado.

O momento está no final de Fragmentado, depois que os crimes do alter ego monstruoso de Kevin (James McAvoy) são revelados ao mundo. A cena, que acontece em um restaurante, mostra Willis como o personagem de Corpo Fechado e confirma que aquela é uma sequência do longa de 2000.

Assim como muitos filmes de Shyamalan, Fragmentado também causou bastante comoção entre o público por contar a história de Kevin, um homem que possui 23 personalidades distintas e consegue alternar entre elas apenas com a força do pensamento. Até que, certo dia, ele sequestra três adolescentes em um estacionamento, levando-as para um cativeiro onde elas conhecem as diferentes facetas de Kevin enquanto buscam uma saída daquele lugar.

Em A Visita, conhecemos a história de uma adolescente e seu irmão mais novo que, após se hospedarem na remota fazenda dos avós, descobrem um segredo impactante sobre eles. À primeira vista, a trama parece ser bem simples e talvez previsível, mas o plot twist que Shyamalan planejou para o longa poderia ser facilmente um pesadelo horripilante, o que por si só já merece uma menção nesta lista.

Isso porque os avós dos dois irmãos não eram quem diziam ser a princípio. Na verdade, os velhinhos eram fugitivos de uma instituição psiquiátrica que tomaram o lugar dos avós verdadeiros das crianças depois de matá-los. Sem dúvida, uma hospedagem nada agradável.

Quem diria que os habitantes de uma comunidade do século XIX, na verdade, estavam vivenciando um experimento macabro no século XXI. A reviravolta de A Vila também é um dos grandes destaques da carreira de Shyamalan, afinal o filme parecia um terror de época até certo ponto. Isso até descobrimos que os personagens estavam inseridos no mundo moderno.

Em A Vila, os moradores de uma comunidade cercada por uma floresta temem que criaturas terríveis vivem nas redondezas. Mas quando um dos habitantes de lá fica doente, uma pessoa vai até a cidade mais próxima em busca de remédio. É assim que descobrimos que anciãos estão fingindo ser monstros para manter todo mundo na vila, que está localizada no século XXI, na tentativa de criar uma comunidade perfeita.

Um dos lançamentos mais recentes – e talvez divisivos – de M. Night Shyamalan é o filme Tempo, que é estrelado por Gabriel García Bernal, Thomasin McKenzie e Alex Wolff. Na trama, seguimos turistas que viajam para uma praia apenas para acabar se envolvendo com um mistério bizarro.

Embora o plot twist de Tempo não seja tão impactante quanto o de O Sexto Sentido, por exemplo, ainda é uma menção válida porque, enfim, é de Shyamalan que estamos falando. Nesse caso, a reviravolta diz respeito ao fato de que o resort estava fazendo experimentos médicos com os hóspedes, que envelheciam em questão de dias no local.

Histórias de invasões alienígenas são mais do que comuns no cinema, e M. Night Shyamalan também tem uma para chamar de sua. Em Sinais, acompanhamos a história do pastor Graham Hess (Mel Gibson), que vive em um condado na Pensilvânia com os filhos e perdeu sua fé depois que a esposa morreu atropelada. Quando misteriosos círculos começam a aparecer em sua plantação sem que haja indícios de quem – ou o que – os fez, a família decide investigar o caso.

O que chama atenção na reviravolta de Sinais é a maneira como Shyamalan costurou a história para preparar o terreno para a surpresa do filme: Graham descobre que tudo que aconteceu em sua vida, desde tragédias e momentos do cotidiano, fazia parte de um plano divino para afastar os alienígenas da Terra. Inclusive, foi a partir das vivências do pastor que eles descobriram que a fraqueza dos invasores era a água, o que só melhora ainda mais a narrativa.