Os 10 melhores quadrinhos da Marvel da década de 80
Os 10 melhores quadrinhos da Marvel da década de 80
Elas marcaram as histórias em quadrinhos para sempre!
Criada na década de 60, a Marvel Comics já teve uma ampla gama de publicações, arcos e histórias famosas – porém, é impossível encontrar um período mais prolífico e repleto de tramas memoráveis quanto a década de 80. A prova viva disso é que várias histórias desse período continuam servindo de base para adaptações e revisitações nas próprias HQs.
Vingadores, Homem-Aranha, Quarteto Fantástico, X-Men… todos os heróis mais conhecidos e amados da Casa das Ideias ganharam arcos impressionantes e avassaladores – bem na época em que o mundo dos quadrinhos passava por uma transição, dando boas-vindas a um público mais adulto. Com isso em mente, aqui estão as 10 melhores HQs da Marvel Comics na década de 80!
Triunfo e Tormento
Na década de 80, a Marvel percebeu que o público das HQs encontrava-se em um estado de mudança. Muitos leitores já tinham crescido e procuravam por histórias mais maduras e adultas, o que resultou no lançamento do selo Marvel Graphic Novels, onde encontravam-se histórias fechadas e "adultas". Entre elas, temos Doutor Estranho e Doutor Destino: Triunfo e Tormento.
Escrita por Roger Stern e ilustrada por Mike Mignola, a trama segue a história de Victor Von Doom adentrando os confins do inferno, auxiliado por Stephen Strange, na tentativa de recuperar a alma de sua mãe das vis garras de Mefisto. A HQ ajudou a aprofundar o vilão, que ganhou ares um pouco mais trágicos e dramáticos do que costumava ser nas HQs normais.
Deus Ama, o Homem Mata
Nascida na mesma leva das Marvel Graphic Novels, a clássica Deus Ama, o Homem Mata é, até hoje, uma das histórias mais reverenciadas dos X-Men, tendo inclusive ganhado uma "versão estendida" há pouco tempo. Na trama, conhecemos o terrível William Stryker, um fanático religioso que se vê no centro de um plano para exterminar a raça mutante.
Tendo servido de base para X-Men 2, a graphic novel aprofunda todos os temas mais pungentes das histórias mutantes, como a intolerância humana frente ao surgimento de uma nova espécie. Tudo isso cortesia do já cultuado Chris Claremont, que com os pincéis de Brent Anderson, ajudou a criar um testamento sobre os Filhos do Átomo enquanto alegoria social.
O Julgamento de Galactus
John Byrne ajudou a mudar totalmente a forma como os quadrinhos do Quarteto Fantástico eram vistos pelo público, adentrando em um terreno mais próximo à "alta ficção-científica" que já dominava a literatura. Uma das suas histórias mais consagradas é O Julgamento de Galactus, que traz o Devorador de Mundos ao lado de Terrax, para se alimentar da Terra.
Felizmente, Galactus é derrotado e acaba viajando até o planeta natal dos Skrulls, devastando tudo que encontra pelo caminho. Isso faz com que o Senhor Fantástico seja levado a julgamento por seus "crimes", e o que nós vemos é uma narrativa metalinguística, cheia de reviravoltas e momentos dos mais delirantes, algo que só a década de 80 foi capaz de nos proporcionar.
O Casamento!
Muito antes da Marvel destruir qualquer sinal de amadurecimento do herói com a polêmica Um Dia a Mais, o Homem-Aranha finalmente ganhava uma história adulta graças a O Casamento!, história publicada em The Amazing Spider-Man Annual #21, que trazia Peter Parker e Mary Jane Watson finalmente trocando alianças após um longo e tumultuado namoro.
Ainda que não seja uma história espetacular ou inovadora - afinal, o que não falta na Marvel são edições de casamentos entre heróis e seus pares -, a HQ veio para mostrar como aquele garoto que amávamos já tinha crescido e já se encontrava pronto para formar sua própria família, uma coroação na vida de qualquer super-herói. Infelizmente, isso não durou muito tempo...
Sob Ataque!
Diferente dos X-Men, o Homem-Aranha e do Quarteto Fantástico, os Vingadores nunca foram considerados "alto-escalão" da Marvel até a década de 2000, onde houve uma grande mudança de status quo graças à popularidade do Universo Ultimate e o surgimento do MCU. Contudo, a história mais amada da equipe até então foi Sob Ataque!, de 1986.
Com roteiro de Roger Stern e artes de John Buscema, o quadrinho nos leva ao momento mais sombrio dos Heróis Mais Poderosos da Terra, quando são cercados e atacados pelos Mestres do Terror. Com forte foco na ação, a história mostra os heróis lutando lado a lado para tentar desbancar o grupo de vilões, enquanto sofrem várias baixas no processo.
A Última Caçada de Kraven
Os anos 80 marcaram uma delicada transição no teor das HQs, com a criação de tramas mais sombrias e contornos mais ambíguos para heróis vistos como "perfeitos". Isso se exemplifica muito em A Última Caçada de Kraven, até hoje vista como uma das melhores histórias do Homem-Aranha, por levar o herói a confrontar o lado mais sujo de sua própria alma.
Na trama de J.M. DeMatteis e Mike Zeck, vemos o vilão fazendo uma violenta investida contra o Amigão da Vizinhança, enterrando-o vivo. Após o ataque, Kraven, o Caçador começa a se passar pelo Aranha, em uma clara tentativa de demonstrar sua superioridade. Mas Peter Parker se recupera e parte em busca de justiça - e vingança.
Guerras Secretas
Embora as grandes sagas, eventos e crossovers sejam algo comum hoje em dia, na década de 80 cada personagem vivia restrito às próprias HQs, fazendo participações ocasionais nas histórias de outros. Isso mudou em definitivo em Guerras Secretas, saga de 1984 que originalmente foi criada para fazer propaganda de uma nova linha de brinquedos e action figures da Mattel.
Na trama, heróis são mandados para um planeta-arena, o Mundo Bélico, enquanto são forçados a lutar contra vários vilões para a diversão de um ser onipotente, o Beyonder. Embora concebido como mera propaganda, o arco de Jim Shooter, Mike Zeck e Bob Layton acabou trazendo várias surpresas para a editora, como o traje simbiótico do Homem-Aranha.
A Morte do Capitão Marvel
Conhecida como a primeira história publicada no selo Marvel Graphic Novel - e lançada em 1982 -, A Morte do Capitão Marvel veio para mostrar ao mundo como quadrinhos de super-heróis poderiam se aprofundar em temas mais sérios, dando aos seus personagens uma complexidade jamais vista até então - e tudo isso se focando no adorado Mar-Vell.
Aqui, o herói se prepara para combater seu inimigo mais ferrenho: o câncer. E ao contrário de outras histórias, onde uma cura milagrosa e descoberta e não temos consequências duradouras, a graphic novel de Jim Starlin culmina na morte de Mar-Vell, como o próprio título diz. Um testamento incrível sobre como HQs podem tratar de temas universais, como o luto e a finitude da vida.
A Queda de Murdock
No mesmo ano em que trazia uma reformulação completa do Batman em O Retorno do Cavaleiro das Trevas, Frank Miller dava ao Demolidor um arco surpreendente com A Queda de Murdock, levando o herói em uma nova direção e alçando-o como um dos principais guerreiros urbanos da Casa das Ideias.
Na trama, Matt Murdock se vê atacado por todos os lados pelo Rei do Crime, que fecha seu cerco contratando vários vilões para fazerem da vida do advogado um verdadeiro inferno. A saga marca uma virada das histórias do herói em uma direção mais sombria, que posteriormente serviu de base para a série do Homem Sem Medo na Netflix.
A Saga da Fênix Negra
Na década de 80, nada tirava a coroa das HQs dos X-Men, que figuravam no topo das vendas da Marvel. Com roteiros de Chris Claremont e artes de John Byrne, a equipe teve uma de suas fases mais prolíficas, chegando ao clímax com a épica e trágica Saga da Fênix Negra, que revelou o lado sombrio de Jean Grey para o mundo.
Construída com muita calma e parcimônia, a HQ mostra os desdobramentos da Força Fênix no corpo da mutante, e como isso desbloqueia uma psiquê selvagem e perigosa na heroína. A saga culmina no sacrifício de Jean, que vê seus amigos sendo feitos de refém pelo Império Shi'ar graças aos seus vários crimes enquanto estava possuída pela entidade cósmica.