Não há como falar de vampiros sem mencionar Os Garotos Perdidos. De 1987, o filme de Joel Schumacher conseguiu reunir Kiefer Sutherland, Corey Feldman, uma bissexualidade latente, além de uma metáfora a doenças sexualmente transmissíveis. Ainda com uma pitada de comédia, temos dois irmãos que acabaram de se mudar para uma cidade no norte da Califórnia.

Enquanto o jovem Sam encontra novos amigos com gostos semelhantes, Michael se vê apaixonado por Star, uma bela garota que está envolvida com uma gangue de vampiros.

Alguns filmes foram capazes de marcar toda a temática do vampiro, esse é o caso do filme sueco Deixe Ela Entrar, de Tomas Alfredson. Boa parte do público lembra apenas do remake protagonizado por Chloë Grace Moretz, mas, mesmo depois de mais de 10 anos após seu lançamento, o longa permanece sendo assustador e intenso.

Nele, seguimos Oskar, um menino de 12 anos que sofre bullying na escola. Ele apenas encontra algum tipo de amizade quando se aproxima de sua vizinha, Eli, uma garota com um segredo sombrio.

Uma vampira skatista ataca homens que desrespeitam mulheres em uma cidade iraniana. Precisa de algo mais para ir conferir Garota Sombria Caminha pela Noite? Dirigido por Ana Lily Amirpour, o longa leva o gênero do vampiro de volta ao preto e branco, o misturando com temas clássicos como amor, mas não esquecendo que sua história se passa nos dias atuais.

Até os coreanos têm suas histórias vampirescas. Dirigido por Park Chan-wook, conhecido por Oldboy e A Criada, Sede de Sangue contrasta religião e maldição. Aqui, Song Kang-ho, de Parasita, vive um padre que é infectado com um vírus mortal. Sua sorte muda quando, após receber uma transfusão de sangue de um desconhecido, se transforma em um vampiro.

Com um ritmo mais lento, Sede de Sangue foca em contrastes, desejos, vontades e o fato de tudo isso estar contido em um homem que, outrora, era “santo”.

Nem toda história de vampiro é sobre horror, sangue, tripas e morte. Pelo contrário, O Que Fazemos nas Sombras nos lembra que tudo pode ganhar uma pitada cômica, é só passar pelas mãos de Taika Waititi. O filme de 2014 se tornou uma febre entre os fãs do tema. Criado por Waititi com Jemaine Clement, o longa segue um falso documentário com quatro vampiros que dividem uma casa.

Entre piadas com lobisomens, humanos e vestimentas pavorosamente chamativas, O Que Fazemos nas Sombras é um deleite para qualquer tipo de público. O sucesso do filme ainda garantiu uma série que está em sua quarta temporada.

A maioria conhece Guillermo del Toro por conta de seus monstros fantásticos, mas antes disso, o diretor se aventurou por caminhos mais “simples”. Em Cronos, filme de 1993, temos um vendedor que se depara com um curioso artefato que concede vida eterna. O que começa com a possibilidade do velho homem voltar ao vigor da juventude, se torna uma assustadora e monstruosa transformação.

Desvendando o lado antropológico do vampirismo, temos Ganja & Hess, filme de terror e blaxploitation de 1973. No elenco, temos Duane Jones, um dos maiores nomes do horror negro conhecido por A Noite dos Mortos-Vivos e Marlene Clark, de A Mulher Cobra e Black Mamba. Aqui, os dois vivem um casal que viaja até a Nigéria para estudar a antiga civilização de Myrthia.

Durante as escavações, um acidente faz com que Hess acorde com um desejo intenso por sangue. Aqui, o vampirismo europeu ganha uma nova camada pelas mãos do diretor Billy Gunn, cheia de sexo, religião e identidade afro-americana.

Ainda sobre casais de vampiros com destinos amaldiçoados, temos Fome de Viver. Com Catherine Deneuve, David Bowie e Susan Sarandon, o filme de 1983 é dirigido por Tony Scott e tem toda a beleza e decadência que uma boa história de vampiros deve trazer.

Aqui, Bowie vive John, o amante de Miriam, uma vampira que existe desde a época dos faraós. Ele acredita que sua servidão garantirá que viverá para sempre, mas enquanto a idade bate à sua porta, Miriam encontra uma nova mortal pela qual se apaixona.

Nosferatu pode não ser visto como o filme mais dinâmico e sanguinário dessa lista, mas ainda existe um charme cativante na figura magricela, dentuça e assustadora de Conde Orlok, vivido por Max Schreck. O longa dirigido por F. W. Murnau adaptou a obra de Bram Stoker, mas sem dar qualquer menção ou crédito ao autor e a obra. Por isso, ao invés de um Conde Drácula, temos Orlok, o excêntrico proprietário de um castelo que é convencido a vender sua propriedade.

Já para os que não aguentam o ritmo, o estilo preto e branco e o fato de que é um filme mudo, outra indicação que envolve o temível Nosferatu é A Sombra do Vampiro, filme de 2001 de E. Elias Merhige com Willem Dafoe. Nele, vemos uma recriação de como foi o desenvolvimento do filme de 1922, com direito a especulações de que Schreck era um vampiro de verdade.