Assim como jantar de Natal e festa de família, toda boa redação costuma discordar! Dentre mais de 60 opções, cada redator e editor fez sua própria seleção de dez itens. O que você vai ver abaixo são justamente os pontos em que boa parte da nossa redação concordou.

Alguns dos títulos que também ganharam muitos votos, mas que ficaram de fora do Top 10, incluem a animação Luca, a comédia romântica temporal Palm Springs, e o clássico modernizado que é Ghostbusters: Mais Além.

Todos esses três empataram em votos, mas outra menção de destaque fica para 007: Sem Tempo para Morrer, com a missão final de Daniel Craig sendo o último ponto de encontro entre a nossa equipe.

Onde assistir: Luca pode ser encontrado no Disney+, e 007: Sem Tempo para Morrer está para compra digital no Google Play, Apple TV e Microsoft Store. Já Palm Springs e Ghostbusters: Mais Além ainda não estão disponíveis em plataformas digitais.

Onde assistir: Disney+

Luca passou perto, mas é outra animação da Disney que fecha o Top 10 entre a redação: Raya e o Último Dragão. O filme é ambientado na terra mágica de Kumandra, que se vê ameaçada pela invasão de criaturas macabras conhecidas como Druun. Para tentar combatê-las, uma guerreira humana chamada Raya parte em busca do último dragão, a única espécie que sabe como enfrentar os invasores, mas que foi quase inteiramente dizimada pelos monstros 500 anos antes.

Raya e o Último Dragão é impressionante não só pelo seu visual de tirar o fôlego, mas também pelo espírito aventuresco e sua mensagem de reconciliação em um mundo quebrado, com destaque para as excelentes atuações – no idioma original – de Kelly Marie Tran (Star Wars), Gemma Chan (Eternos) e Awkwafina (Shang-Chi).

Onde assistir: Netflix

Tudo bem que o nome de Andrew Garfield pode remeter ao Homem-Aranha (ainda mais em 2021), mas se prepare para vê-lo com frequência nas listas de premiações. Tudo isso se dá por Tick, Tick… BOOM!, filme musical que conquista o nono lugar da nossa lista de melhores anos.

O filme marca a estreia na direção de Lin-Manuel Miranda, a mente por trás de musicais como Hamilton e In the Heights, e é inspirado na trágica história real de Jonathan Larson, o criador de Rent - um dos maiores sucessos da Broadway. Após completa 30 anos, Larson (Garfield) se vê atormentado por não conseguir emplacar um musical de sucesso, pelo peso do cotidiano, e por vários de seus amigos sofrendo com a crise da Aids, o que lhe dá uma sensação de tempo acabando.

Andrew Garfield conquista com muito carisma e uma habilidade impressionante no canto e na dança, mas também tira de letra toda a carga dramática que pede essa história real.

Onde assistir: Paramount+, Belas Artes À La Carte, Google Play, Looke, Apple TV

Uma tendência em 2021 foram filmes de partir o coração, e o oitavo lugar faz isso com maestria. Meu Pai foi originalmente lançado em 2020, mas só chegou ao Brasil esse ano, por conta de suas seis indicações ao Oscar (das quais venceu em duas categorias).

O cineasta Florian Zeller adapta sua própria peça de teatro em seu primeiro trabalho como diretor, em uma obra que acompanha Anne (Olivia Colman) se reconectando com seu pai, Anthony (Anthony Hopkins), que sofre de um caso grave de Alzheimer. Pelas atuações memoráveis de Colman e Hopkins, dois dos melhores intérpretes da atualidade, o longa é um retrato poderoso do impacto desse transtorno.

Onde assistir: Disney+

Cruella pode ter sido um pouco divisivo em seu lançamento, mas ele com certeza caiu nas graças da redação da Legião dos Heróis! O filme da Disney imagina uma história de origem para a icônica e perversa vilã de 101 Dálmatas, Cruella de Vil.

Quem assume o papel da jovem Cruella é Emma Stone, que conquista por seu enorme carisma, mas o verdadeiro destaque fica para o visual altamente estiloso da obra, e os excelentes looks criados pela figurinista Jenny Beavan, cujo trabalho também pode ser visto em Mad Max: Estrada da Fúria (2015).

Onde assistir: Netflix

A Netflix solta muito conteúdo por ano, verdadeiras avalanches de filmes e séries inéditas toda semana, e mesmo assim nunca deixa de ser surpreendente quando algo se torna um fenômeno inusitado. É o caso de A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas, animação estilosa, leve e divertida que conquistou a nossa redação.

Dirigido pela dupla Michael Rianda e Jeff Rowe, ambos veteranos de Gravity Falls, o filme acompanha uma família de esquisitões à beira do afastamento, que encontram uma oportunidade de se reconectar durante uma viagem para levar a filha mais velha, Katie, para a universidade. No meio do caminho, porém, eles precisam se tornar sobreviventes quando todo tipo de tecnologia se torna consciente e passa a se rebelar contra os humanos.

Onde assistir: Amazon Prime Video, Google Play, Apple TV e Looke

Outro indicado ao Oscar que só chegou ao Brasil em 2021 também discute conexão e empatia, dessa vez sob a ótica de uma família de imigrantes sul-coreanos no interior dos Estados Unidos da década de 1980.

Minari é uma obra bastante poderosa, tanto pelas atuações incríveis quanto pela direção poética de Lee Isaac Chung - que, por sinal, escreveu o roteiro com base na história de sua própria família de imigrantes sul-coreanos.

Onde assistir: HBO Max

Não é exagero dizer que Duna é a base da ficção científica e da cultura pop. Desde a década de 1970, o livro de Frank Herbert definiu uma visão tão ousada e complexa para um universo fictício que, por décadas, ganhou a reputação de uma obra impossível de ser fielmente adaptada.

Em 2021, Denis Villeneuve (Blade Runner 2049, A Chegada) aceitou o desafio, e entregou um blockbuster altamente ambicioso, que transita entre momentos de contemplação e batalhas impressionantes, sem fugir dos vários conflitos políticos que consagram o livro original.

Onde assistir: HBO Max

Abrindo nosso Top 3, vem um dos primeiros lançamentos que liderou a fase de reabertura dos cinemas no Brasil e no mundo: Judas e o Messias Negro. A obra de Shaka King é baseada na história real de Fred Hampton, o líder do partido antirracista Panteras Negras, que foi assassinado pelo FBI em 1969.

O longa, porém, mergulha na dinâmica entre o líder - brilhantemente vivido por Daniel Kaluuya (Black Mirror) - e William O’Neal (LaKeith Stanfield, de Atlanta), o informante do FBI que se infiltrou no movimento, se tornou amigo próximo de Hampton e, eventualmente forneceu ao governo estadunidense todas as informações que levariam à tragédia.

Além de revisitar um ponto muito importante da história negra nos Estados Unidos, Judas e o Messias Negro brilha na excelente direção de Shaka King (em seu primeiro longa-metragem), e pelas atuações gigantescas de Daniel Kaluuya e LaKeith Stanfield, que se provam dois dos mais proeminentes atores do momento.

Onde assistir: Google Play, Apple TV e Looke

Bela Vingança (ou Promising Young Woman) já havia conquistado a nossa atenção logo quando ganhou um trailer meio macabro com uma versão de violino de “Toxic”, de Britney Spears. No fim das contas, aquela prévia ajudava a definir bem o filme como um todo: igualmente sombrio e descolado.

Estreia da atriz e roteirista Emerald Fennell como diretora, Bela Vingança acompanha Cassandra (Carey Mulligan), uma mulher que caça, engana e se vinga de abusadores sexuais após ter passado por traumas em sua vida. O longa é um comentário altamente ácido e necessário sobre a cultura do estupro, as severas cicatrizes que deixa nas mulheres, e o complexo sistema de apoio que faz com que os abusadores nunca paguem pelos seus crimes.

Além de sua estética pop e colorida contrastar com uma temática tão sombria e pesada, o filme brilha pela performance igualmente cética de Carey Mulligan, e também pela atuação de Bo Burnham (Inside) como um namorado dos sonhos… pelo menos à primeira vista.

Onde assistir: Telecine

2021 foi o ano de Chloé Zhao! A cineasta foi nome recorrente do circuito de premiações, e pouco depois provou sua versatilidade em um blockbuster ao comandar Eternos, da Marvel Studios. Mas quem conquista o topo da nossa lista de melhores do ano é Nomadland, que conquistou mais votos entre a equipe da Legião dos Heróis!

Baseado no livro de Jessica Bruder, o filme é um poderoso retrato do momento atual nos Estados Unidos. A trama acompanha Fern (Frances McDormand), uma viúva na casa dos sessenta anos que se vê sem lar, trabalho ou família após uma série de tragédias, incluindo o desaparecimento da sua cidade. Morando em um trailer, ela passa a viajar pelo país em busca de dinheiro, comunidade e de encontrar a si própria.

A direção de Chloé Zhao, rica em paisagens naturais e em momentos de silêncio, cria uma obra bastante contemplativa e sensível, que retrata comunidades à margem da sociedade sem ao menos usar palavras para dizer isso. Além de uma atuação bastante delicada de Frances McDormand, o longa brilha em sua escolha de ser quase que inteiramente protagonizado por nômades de verdade, o que torna sua emoção, seus monólogos e seu senso de comunidade ainda mais autênticos.

E quais são os seus filmes favoritos de 2021? Deixe nos comentários abaixo!