Após anos de temor e apreensão por parte dos fãs, a Netflix finalmente deu luz ao live-action de One Piece - produção norte-americana que trata o mangá de Eiichiro Oda com total respeito e admiração. Aqui, seguimos a história de origem de Luffy D. Monkey e suas primeiras aventuras junto dos Chapéus de Palha, sua trupe de piratas.

Com um visual inventivo e atuações surpreendentes por parte de seu elenco principal - sobretudo Iñaki Godoy, que nos entrega um Luffy carismático, bem-humorado e divertido -, o live-action de One Piece é a prova de que dá para fazer uma adaptação inspirada em um mangá ou anime famoso. Basta que os criadores tenham tanto amor pela obra original quanto os fãs.

O Universo Cinematográfico da Marvel não é mais o mesmo desde a estreia de Vingadores: Ultimato. Enquanto o interesse dos fãs se dissipa, o número de obras só aumenta e poucas conseguem se destacar em meio à avalanche de lançamentos anuais. Felizmente, 2023 nos entregou uma grata surpresa no desfecho da trilogia dos Guardiões da Galáxia.

Escrito e dirigido por James Gunn, o filme serve muito mais para que nós, o público, possamos nos despedir daqueles personagens que acompanhamos há quase uma década, ao mesmo tempo em que discorre sobre temas muito sensíveis, como crueldade animal e genocídio de espécies - e tudo amarrado de uma forma brilhante pela trilha sonora escolhida a dedo por Gunn.

Quando um filme prequel de Jogos Vorazes foi anunciado, muitos fãs da saga original torceram o nariz com medo de outra bomba a caminho, que nem a trilogia d'O Hobbit ou os filmes de Animais Fantásticos. Para nossa alegria, no entanto, A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes já mostra a que veio em suas primeiras cenas, provando que tem algo de novo a dizer.

Com direção de Francis Lawrence (que comandou todos os filmes da saga a partir de Em Chamas), o novo longa abandona Katniss Everdeen para nos contar a história de origem de Coriolanus Snow, o homem que, anos depois, se tornaria Presidente de Panem. Aqui, contudo, ele é só um peão da Capital que precisa treinar a jovem Lucy Gray Baird, do Distrito 12.

M. Night Shyamalan tem se mostrado cada vez mais forte desde o seu triunfal retorno às telas de cinema nos últimos anos. Em 2023, ele entregou uma das obras mais emblemáticas de sua vasta filmografia com Batem à Porta, uma adaptação do best seller O Chalé no Fim do Mundo de Paul Tremblay.

Na trama, uma família aproveita um final de semana em um chalé isolado no interior quando, de repente, são visitados por quatro estranhos que exigem um sacrifício doloroso para evitar o apocalipse. O longa conta com todos os temas abordados por Shyamalan ao longo de sua carreira, como religião e fé, e ainda entrega as excelentes atuações de Dave Bautista e Kristen Cui.

Em sua última parceria com a Netflix, Mike Flanagan decidiu se despedir com um estouro. Assim, nasceu A Queda da Casa de Usher, minissérie que adapta e subverte vários contos e poemas de Edgar Allan Poe em um único enredo avassalador, centrado na derrocada de uma rica família, famosa por seu envolvimento com a indústria farmacêutica.

Com elementos tirados de histórias como O Poço e o Pêndulo, Assassinatos na Rua Morgue, O Escaravelho Dourado e, é claro, O Corvo, a minissérie se sobressai graças ao trabalho meticuloso do elenco escolhido a dedo por Mike Flanagan, bem como pela brilhante reinterpretação da atmosfera gótica de Poe para os dias atuais.

Estrelada por Matt Bomer e Jonathan Bailey, a série Companheiros de Viagem, disponível no Brasil pelo Paramount+, é um brilhante thriller político baseado no livro de mesmo nome escrito por Thomas Mallon, e lançado em 2007. A trama acompanha o romance de dois homens a partir de 1950, e como sua relação se desenvolveu a partir dali.

Com elementos eróticos, a produção é um retrato interessante para uma das eras mais sombrias da política norte-americana, o Macarthismo, onde os políticos de direita iniciaram uma caçada contra qualquer um que desse pinta de comunista - o que, é claro, engloba também homossexuais e "desviantes". Com oito episódios, a série é um dos maiores sucessos de crítica do ano.

Depois de fazer muito sucesso lá em 2018, Homem-Aranha no Aranhaverso se tornou um fenômeno cultural e era só questão de tempo até nós termos a continuação em mãos. Para nossa sorte, Através do Aranhaverso não é só um repeteco de tudo que funcionou no longa original, mas sim uma baita expansão para um universo extremamente rico.

Com Miles Morales a um Multiverso de Gwen Stacy, o herói deve lidar com suas próprias responsabilidades, até que uma nova ameaça pode colocar em risco a sobrevivência de toda a existência. Então, Miles precisa embarcar em uma nova jornada por várias realidades, enquanto conhece a Sociedade Aranha e tenta evitar um evento canônico em sua própria vida.

Quando o assunto é jogos, ficamos com vários pés atrás quando uma obra muito querida ganha uma adaptação para o cinema ou para a TV. Entretanto, nada poderia nos preparar para a série de The Last of Us, produção da HBO desenvolvida por Craig Mazin ao lado do criador da franquia dos jogos, Neil Druckmann.

Brilhantemente estrelada por Pedro Pascal e Bella Ramsey nos papéis de Joel e Ellie, respectivamente, a série captura o sentimento de desesperança dos jogos com perfeição, enquanto oferece várias mudanças perspicazes que aprofundam vários dos personagens coadjuvantes, como Bill, Frank e até Marlene. Já estamos ansiosíssimos para a segunda temporada!

Poucas obras conseguem capturar tão bem o espírito anárquico e revoltoso das histórias em quadrinhos quanto a saga de Scott Pilgrim de Bryan Lee O'Malley. Anos depois, a obra já foi adaptada para um excelente filme, um ótimo jogo e, agora, uma brilhante animação da Netflix, que conta com quase todo o elenco de vozes do longa de 2010.

Com uma premissa ricamente subversiva, a história começa de onde já vimos antes, com Scott Pilgrim conhecendo Ramona Flowes e desafiado por seus ex-namorados do mal para enfrentá-los. No entanto, já no fim do piloto, temos uma guinada na narrativa que nos oferece outra perspectiva para esses personagens e seus dilemas. Uma das obras mais surpreendentes do ano!

Muitos podem não saber, mas Assassinos da Lua das Flores, novo filme de Martin Scorsese é, na verdade, inspirado pelo livro homônimo de 2017, escrito pelo jornalista norte-americano David Grann. Fruto de um extenso trabalho de pesquisa e investigação histórica, o livro reconta os assassinatos do Povo Osage que aconteceram em Oklahoma, na década de 1920.

Para compor o filme, Scorsese e o corroteirista Eric Roth inverteram o foco da trama para dar protagonismo a Ernest Burkhart (vivido por Leonardo DiCaprio) e Mollie Kyle (interpretada por Lily Gladstone). Burkhart é o sobrinho do responsável pelo massacre, enquanto Mollie é sua esposa, uma mulher nativo-americana. No livro, o foco maior é dado à criação do FBI.