Medida Provisória: 7 motivos para assistir ao novo filme brasileiro

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Medida Provisória: 7 motivos para assistir ao novo filme brasileiro

Por Junno Sena

Medida Provisória, com direção de Lázaro Ramos, é um daqueles filmes que prometem marcar o cinema brasileiro. Com um enredo denso, mas transmitido de forma palatável, o longa é um prato cheio para todo tipo de público. 

Porém, com a escassez de salas que estão exibindo o filme e a performance das primeiras semanas de estreia de Medida Provisória serem cruciais para mantê-lo firme e forte, separamos 7 motivos para você dar uma chance para Medida Provisória. Confira!

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É uma aventura distópica

Baseado em uma peça de 2011 que discute sobre racismo e políticas no Brasil, Medida Provisória coloca uma lente sobre um gênero pouco abordado em produções nacionais: distopias. Em um país onde já parece que vivemos em um mundo pós-apocalíptico, poucas obras se destacaram com essa temática.

A partir do questionamento “Como é possível dizer quem é negro ou não no Brasil?”, o roteiro de Aldri Anunciação cria uma narrativa desesperada, cheia de química entre os personagens, romance e momentos tensos.

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A trilha sonora

O elenco de Medida Provisória pode ser o primeiro motivo para encher os olhos do público, mas por trás das câmeras existem vozes potentes dando forma à narrativa. Nomes que tem se destacado nos últimos anos, como Baco Exu do Blues, mas também ícones negros da música, como Elza Soares.

Com o recente falecimento da cantora, dar uma oportunidade para o longa é também dar espaço para novos e antigos rostos da cultura nacional. Entre outros artistas, temos Liniker, Tássia Reis, Flora Matos, Rincon Sapiência, Xênia França e muito mais.

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Lázaro Ramos na direção

Marcando a estreia de Lázaro Ramos do outro lado das câmeras, a direção do ator foi um dos pontos altos do filme apontado pela crítica especializada. Já acostumado com a trama e o tema, uma vez que dirigiu a peça que deu origem ao filme e por ser um homem negro, Lázaro consegue passar as dores e emoções dos três personagens centrais da trama.

“As pessoas estão muito envolvidas com a história, porque tem entretenimento junto, tem relevância. É lindo receber as mensagens das pessoas, às vezes dois dias depois, falando que não pararam de pensar no filme”, disse Lázaro em entrevista para o G1.

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Incentivo ao cinema nacional

Deixando o debate de blockbusters tomando as salas de cinema, a verdade é que o filmes nacionais sempre foram colocados de escanteio. Nos últimos anos, obras, atores e diretores tem se destacado e feito o público repensar a cultura nacional.

Agora, não tem apenas um dos casais mais marcantes da TV brasileira, Lázaro Ramos e Taís Araújo, em uma produção como Medida Provisória, como também um ator internacional e uma figura carimbada no cinema do diretor renomado, Wes Anderson.

Incentivar essas grandes empreitadas é também movimentar as produções independentes nacionais que ainda não são capazes de chegar nas salas de cinema.

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Assunto importante, diálogo acessível

Com um grande “E se?”, Medida Provisória aproxima o espectador de um assunto denso, mas de forma acessível. O roteiro de Anunciação coloca uma pauta importante de forma didática.

Mesmo com seu amplo elenco negro, não é um filme direcionado “para negros”. Pelo contrário, ele convida todo brasileiro — uma identidade que já é uma pura mistura e miscigenação de etnias — a conversar e pensar sobre essas dores que ainda afetam o Brasil.

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Alfred Enoch, o brasileiro honorário

Alfred Enoch saiu do hall de “atores com descendência brasileira” para se tornar um verdadeiro brasileiro honorário. Com todo seu carisma, o ator que esteve em produções como a franquia Harry Potter e na série How to Get Away With Murder se coloca em um papel que pode parecer pequeno em seu currículo, mas é grande em intensidade.

E também um sonho sendo realizado por “Alfie”, como é apelidado. Essa é a primeira vez que Alfred atua ao lado do pai, William Russell, conhecido entre os fãs de Doctor Who por ter interpretado Ian Chesterton, um dos primeiros companions do Doutor.

“Sempre foi meu sonho. Meu pai sempre foi meu grande ponto de referência. [...] Agora, ele tem 94 anos, pensei que nunca mais teria essa oportunidade. E, de repente, ele entrou e foi lindo”, disse em entrevista para Sydney Levine.

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E… Grande elenco!

E… Grande elenco!

E, se já não bastasse Alfred Enoch e seu pai no elenco, temos também diversos grandes nomes da dramaturgia nacional. Entre eles, Taís Araújo, Seu Jorge — que retorna ao cinema após outro filme político e intenso, Marighella —, Adriana Esteves, Renata Sorrah, Flávio Bauraqui, entre outros.