As 10 maiores esnobadas do Oscar 2023
As 10 maiores esnobadas do Oscar 2023
Eles foram ignorados pela premiação!
Na última terça-feira (24), saiu a lista de filmes indicados na 95ª edição do Academy Awards, o Oscar. Com muitas polêmicas, surpresas e novidades, a edição parece estar bem interessante para quem acompanha as temporadas de premiação, já que deve trazer várias reviravoltas em sua cerimônia, que será sediada no dia 12 de março deste ano.
Porém, o que mais chama atenção não são necessariamente os filmes indicados, e sim os filmes que a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas ignorou ou esnobou ativamente, desde lançamentos aclamados a “figurinhas repetidas” do Oscar que, dessa vez, não conseguiram deslanchar. Aqui, reunimos as 10 maiores esnobadas do Oscar 2023!
A Mulher Rei
Começando com um dos filmes mais aclamados do ano, todos ficaram muito surpresos em ver que A Mulher Rei, drama de ação histórico que conta sobre as Ahosi, uma unidade de guerreiras que protegia o Reino de Daomé no oeste africano, foi sumariamente esquecido na premiação, sem uma indicação sequer.
O longa, dirigido por Gina Prince-Bythewood despontava como um dos favoritos nas categorias de Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Figurino, Melhor Roteiro Original e Melhor Design de Produção. Além disso, é bem surpreendente que Viola Davis não esteja concorrendo no prêmio de Melhor Atriz, já que a atriz está concorrendo a várias premiações - como o BAFTA.
Pinóquio de Guillermo del Toro
Um dos lançamentos mais interessantes do ano passado, Pinóquio é o primeiro longa animado dirigido por Guillermo del Toro (em parceria com Mark Gustafson. O filme acabou sendo indicado à categoria de Melhor Animação em Longa-Metragem, mas muitos sentiram falta de indicações a outras categorias.
O que mais surpreende é a ausência de Pinóquio na disputa por Melhor Canção Original, por Ciao Papa. Além disso, há quem diga que o longa merecia indicações para Melhor Filme e Melhor Direção, já que é um dos filmes mais elogiados da carreira de Del Toro. Por fim, ainda merecia uma menção na categoria de Melhor Design de Produção.
Aftersun
Embora a Academia geralmente não dê tanta bola para filmes independentes, há uma certa mudança no status quo dos últimos anos, que levou à vitória de longas como CODA: No Ritmo do Coração, no ano passado. Como as atenções da organização parecem ter se voltado para Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo, filmes como Aftersun acabaram sendo ignorados.
Paul Mescal ainda conseguiu arrancar uma indicação na categoria de ator principal, mas a ausência do filme na lista de Melhor Filme é significativa. Outra indicação que poderia ter sido interessante é a de Melhor Direção, já que a cineasta Charlotte Wells faz um ótimo trabalho - e, além disso, a categoria deste ano não possui sequer uma mulher indicada.
Decisão de Partir
Park Chan-wook é um dos maiores cineastas sul-coreanos. Ao longo dos anos, ele entregou obras notórias e muito bem avaliadas, como Oldboy, A Criada, Sede de Sangue e Stoker: Segredos de Sangue. Porém, em 2023, o diretor foi totalmente esquecido pela Academia - e justamente com um de seus melhores filmes, Decisão de Partir.
Descrito como um "mistério romântico", o filme até tinha aparecido nas listas de pré-selecionados para o prêmio de Melhor Filme Internacional, mas foi deixado de lado na seleção final. Mesmo assim, muitos acreditavam que ele seria indicado à categoria principal, de Melhor Filme, o que acabou não acontecendo, evidentemente.
RRR
Ainda no campo de filmes produzidos fora de Hollywood, outro exemplo que choca é o longa de ação indiano RRR, que traz uma versão ficcional de dois importantes líderes revolucionários da Índia, Alluri Sitarama Raju e Komaram Bheem - tudo isso enquanto discute colonialismo e apresenta algumas das sequências de ação mais absurdas que você verá na vida.
Já se sabia de antemão que o filme não seria indicado ao prêmio de Melhor Filme Internacional, uma vez que ele não foi o selecionado pela Índia para disputar o prêmio. Ainda assim, é chocante que ele não tenha conseguido ao menos indicações para Melhor Direção e Melhor Filme. Ao menos, dá para ficar feliz sabendo que Naatu Naatu ganhará Melhor Canção Original.
Não! Não Olhe!
Algo precisa ser dito: a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas é uma organização conservadora que despreza e ignora filmes de terror. Isso é um fato, basta lembrar tantas atuações e projetos dos últimos anos que nem sequer foram lembrados pelo Oscar. Dito isso, não é nada surpreendente que Não! Não Olhe! tenha sido um dos maiores esnobados da edição.
O filme dirigido por Jordan Peele é, sem dúvidas, o projeto mais refinado do cineasta. Por isso, surpreende tanto que ele não esteja presente nem nas categorias técnicas onde devia estar, como Melhor Som, Melhor Edição e Melhor Fotografia. Além disso, Daniel Kaluuya e Keke Palmer têm ótimas atuações, mas foram sumariamente ignorados pela premiação.
Pearl
Dando continuidade ao segmento "A Academia do Oscar odeia terror!", nós não podemos nos esquecer dela que, até pouco tempo atrás, era tida como uma das favoritas para concorrer ao prêmio de Melhor Atriz. Dirigido por Ti West, o filme Pearl é a história de origem da idosa assassina que vemos em X: A Marca da Morte.
Quem se destaca na produção é Mia Goth, que se tornou uma queridinha dos fãs de horror no ano passado - e aqui, ela dá seu nome na atuação, com um monólogo gigantesco e sequências que arrancariam diversos prêmios se a Academia não fosse covarde. Goth merecia, no mínimo, a indicação para Melhor Atriz, especialmente após ter sido indicada em outras premiações.
Till: A Busca por Justiça
Till: A Busca por Justiça é um longa biográfico dirigido por Chinonye Chukwu, que conta um pouco da história de Mamie Till-Bradley, que foi uma ativista e educadora que buscou justiça após o assassinato de seu filho, Emmett Till, em 1955, por conta do racismo e da supremacia branca, um dos pontapés iniciais na luta por direitos raciais nos Estados Unidos.
O filme tem sido aclamado desde seu lançamento, e por isso mesmo é bem surpreendente que Danielle Deadwyler não esteja concorrendo ao prêmio de Melhor Atriz, tendo em vista que ela já foi indicada a diversas outras premiações, incluindo o BAFTA. Há também quem diga que a diretora do longa merecia uma indicação ao prêmio de Melhor Direção.
Babilônia
Desde seu lançamento, Babilônia tem causado polêmicas por explorar os vícios e excessos da Hollywood dos anos 20, quase como um espelho para o andamento atual da indústria do cinema. O filme não foi tão bem recebido quanto os longas anteriores de seu diretor, mas surpreende que ele esteja de fora das categorias principais do Oscar.
Ainda que esteja concorrendo a Melhor Trilha Original, Melhor Figurino e Melhor Design de Produção, muitos sentem que a Academia teria deixado de fora as indicações para Melhor Direção, Melhor Atriz (para Margot Robbie), Melhor Ator (para Diego Calva) e até mesmo Melhor Filme. E nem é como se a Academia só indicasse longas aclamados e adorados...
Avatar: O Caminho da Água
O caso de Avatar: O Caminho da Água é bem interessante, se levarmos em conta que o filme não foi totalmente esnobado - afinal, ele está indicado em 4 categorias, incluindo Melhor Filme. Porém, a ausência de um nome chamou atenção: James Cameron não está concorrendo ao prêmio de Melhor Diretor.
Desde que a temporada de premiações começou, Cameron tem sido indicado a vários prêmios por sua direção, como o Critics' Choice Movie Awards e o Globo de Ouro - e isso faz todo sentido, já que o longa levou quase dez anos para ser finalizado e lançado. Surpreende que o cineasta canadense não esteja concorrendo justamente ao Oscar.