Para o delírio de muitos marmanjos, Snyder trouxe um pequeno vislumbre de todo o poder do impetuoso ditador intergalático Darkseid. Essa versão da Liga da Justiça é apenas um prelúdio de sua investida colossal contra nosso planeta. Aprendemos suas motivações, conhecemos os seus leais generais e chegou a hora de assistir o conquistador em ação.

No filme, curtíssimos flashbacks mostraram uma fração do seu poder — uma força inigualável e raios ômega praticamente inescapáveis. Agora queremos ver como a Liga da Justiça enfrentaria a sua fúria. Sabendo que a Equação Anti-Vida está na Terra, ele não vai parar por nada e isso precisa acontecer nos cinemas.

Quando Lobo da Estepe abre um portal para Apokolips, a Vovó Bondade aparece timidamente no fundo da cena. Mas a gente sabe que de tímida ela não tem nada. Está mais do que na hora de ver toda a sua crueldade em um novo filme da DC — junto de seu exército de Fúrias Femininas.

Nos quadrinhos, ela treina as mulheres mais habilidosas de Apokolips para servir diretamente a Darkseid. Seria incrível uma cena onde a Mulher-Maravilha é obrigada a enfrentá-las e quase é derrotada, mas consegue sair vitoriosa graças a ajuda inesperada da Grande Barda.

Entre os heróis mais poderosos da DC Comics está J’onn J’onzz, o Caçador de Marte. Até mesmo o Superman teme enfrentá-lo um dia. Mas se ele é tão forte, então qual seria o motivo para sua aparente inação diante dos perigos de destruição global vistos nos últimos filmes de Zack Snyder?

Esse mistério seria uma premissa interessante para um novo filme solo. Um longa centrado no Caçador de Marte poderia desenvolver mais a fundo a mitologia cósmica da DC, especialmente o embate entre marcianos verdes e brancos. Quem sabe não sobraria tempo para explicar o porquê dele ajudar Lois Lane em Liga da Justiça? O último marciano verde pode ser a chave para diversos mistérios desse universo.

Falando em Lois Lane, ela é a chave de tudo… Mas o que isso quer dizer exatamente? Em Batman vs Superman: A Origem da Justiça, Flash volta de um futuro distópico apenas para deixar esse aviso para Bruce Wayne. Mesmo que isso seja mencionado novamente em Liga da Justiça de Zack Snyder, ainda não temos uma resposta clara do papel da jornalista no grande esquema das coisas.

A personagem poderia ter um destaque maior em uma sequência de Homem de Aço. Claro que o caminho mais óbvio seria simplesmente aprofundar sua relação com o herói, mas seu verdadeiro potencial se esconde em sua tenacidade jornalística, que acompanhamos na versão estendida de A Origem da Justiça. Seria surpreendente para o público descobrir que o segredo para derrotar Darkseid surgiu de suas investigações.

Mas antes de resolver os problemas do mundo que Batman vê em seus pesadelos, precisamos conhecê-lo um pouco mais. Claramente esse é um futuro onde Darkseid ganhou e Superman enlouqueceu, mas como as coisas chegaram nesse ponto? O que levou grandes heróis e vilões da DC a colaborarem sob a liderança do Batman?

A história da insurgência tem certa similaridade com os jogos da franquia Injustice, que podem trazer lições de como construir essas relações inusitadas no cinema. Há novas facetas de antigos personagens, mas a que mais se destaca é Mera assumindo o tridente de seu amado após seu assassinato. Uma história de vingança, chamada “Injustice: Knightmare”, com a Aquawoman determinada a matar o Superman seria empolgante.

Sem muito alarde, o panteão grego do Universo DC nos cinemas se expandiu ainda mais na Liga da Justiça de Zack Snyder com a estreia de Zeus e Ártemis. No primeiro filme de Mulher-Maravilha, a Rainha Hipólita afirma que os Deuses estão mortos, mas será que estão mesmo?

No cânone dos Novos 52, Zeus é o verdadeiro pai de Diana. Poderíamos ver essa relação sendo melhor explorada em Mulher-Maravilha: Guerra. Investigando mais a flecha de Ártemis, Diana poderia descobrir que os Deuses estavam presos esse tempo todo e libertá-los pode colocar o mundo em perigo mais uma vez.

O Marvel Studios soube aproveitar o Homem-Formiga para dar vida a uma comédia de assalto incrível. Se a DC jogar bem as suas cartas, o Eléktron poderia ser uma contraparte interessante em seu universo, explorando mais o lado da ficção científica.

Não vemos o herói em Liga da Justiça, mas sim a sua identidade civil: o cientista Ryan Choi. Ele estudava sob a tutela de Silas Stone, o pai de Ciborgue, e a sua origem super heroica nesse universo poderia estar ligada a suas pesquisas com as Caixas Maternas. Zack Snyder tinha planos de um projeto do tipo estrelando o ator Kai Zheng. Quem sabe ele não retorna em um filme do Ciborgue?

O maior beneficiado da restauração da visão de Zack Snyder foi, sem dúvida, o Ciborgue de Ray Fisher. A nova versão de Liga da Justiça é basicamente o filme de origem do herói, explorando com profundidade sua relação traumática com seu pai. O longa traz uma conclusão satisfatória para esse drama, mas um filme solo poderia explorar as nuances de seu legado.

O vilão perfeito para reabrir as feridas de Ciborgue seria o Anomalia. Ele tem exatamente a mesma aparência de Silas Stone e nasceu de experimentos nada éticos do cientista. Silas procurava uma maneira de curar sua esposa de um câncer, protegendo seu filho da dor dessa luta ingrata. Confrontar o legado de seu pai com a memória de sua mãe seria uma maneira bem madura de prosseguir com a jornada emocional do homem robô.

A origem do Exterminador como um dos melhores soldados da Guerra do Vietnã e sua corrupção dariam uma série de primeira. E não sou só eu que acho isso, o próprio Zack Snyder gostaria de ver algum projeto do tipo na HBO Max.

Muito além do seu passado, precisamos saber o que o Exterminador vai fazer com a informação que recebeu generosamente de Lex Luthor. Agora que ele sabe que Bruce Wayne é o Batman, qual é o seu plano para derrotar o Cavaleiro das Trevas? Um último filme com o Batman de Ben Affleck sanaria todas as nossas dúvidas.

Quando Esquadrão Suicida estreou e o público espalhou pela internet todo seu ódio pela nova versão do Coringa, Jared Leto se reservou a afirmar que as melhores partes de sua atuação haviam sido cortadas na sala de edição. Considerando sua participação na Liga da Justiça de Zack Snyder, pode ser que ele esteja certo.

A nova incarnação do Coringa é uma das versões mais instáveis que o cinema já viu, deixando um pouco de lado a filosofia para mergulhar de vez na loucura. Mas há algo nele que lembra um pouco Esquadrão Suicida. Seria interessante vê-lo retornar em alguns filmes para vermos de perto a transição entre mafioso do riso e messias da insanidade.